domingo, 26 de fevereiro de 2006

 

irei embora??????

da janela do meu apartamento... no hotel...

olá!
nunca, antes, pensei em ir embora de Paulínia, mas de uns dias para cá algumas coisas estão surgindo e pode ser que eu vá embora. Paulínia pode ter seus problemas, graves, de meio ambiente e poluíção, mas isso, se quisermos, pode ser resolvido e por isso mesmo é que sinto ter, e se, deixar Paulínia. Aqui temos coisas que em todo estado de SP não tem! ... e se não tem no estado de SP, onde vai ter? As ruas são limpas, avenidas magestosas...

amanhã volto escrever...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

 

??????

Chico Drink's, hoje local 9














Drink's Bá, hoje local 31.




Chácara Drink's Bá.

hoje esses locais já foram, completamente, demolidos, tenho fotos.



Não sei se meu blog está sendo lido e nem quanto...
Vou "colar" aqui mais um retalho das minhas páginas pessoais.
É um trecho que acho importante ser divulgado.

28/09/05. 11:28hs. Olá! Sabe do que me lembrei agora!? Logo depois que a Shell "começou" se instalar no MEU PORTÃO, ela atraiu, para o bairro, uma casa de prostituição, cujas moradoras são descartadas na avaliação de saúde, sob alegação de que eram prostitutas, não vejo o "nexo causal" nisso. Bom, mas além disso, ao atrair um prostíbulo para o local, ela cooperou para a desvalorização, ainda maior, do local, que era uma área residencial e para lazer. A desvalorização só e já começou quando ela se instalou lá trazendo os "peões de trecho" (como eles próprios se intitulam) e, conseqüentemente, dando condições de sobrevivência a prostíbulos que são atraídos por grandes firmas e/ou indústrias onde o numero de "homens" é considerável. Avaliação de "Custo e Benefício", seria a expressão, certa? Se a Shell não estivesse lá, o prostíbulo também não iria! Não teria como sobreviver! Depois só foi piorando com o cheiro ardido, com a fumaça sufocante, com o gosto ruim na água, com as dermatites de contato, etc., e culminando em 1995 com a "auto-denúncia" da contaminção do solo, lençol freático e, possívelmente, de toda população do bairro, que já existia antes da Shell se instalar no local.

Gostaria de esclarecer uma coisa:- Não discrimino ninguém ao me referir à casa de prostituição, quis somente mostrar que uma área residencial pode ser desvalorizada com a chegada de locais "não residenciais". Gostaria de dizer também que tinha e tenho amizade com várias meninas das "boates" de lá e gosto delas, elas são vítimas, antes de tudo...


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

 

minhas frutas








































quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

 

Eu, a Executada!!!!!

"A executada (eu), ao que parece, viu no episódio uma oportunidade de auferir ganhos indevidos e permanecer eternamente hospedada, com seus filhos, em um dos melhores hotéis da região às expensas da exeqüente (shell) porque sabe que jamais poderá retornar a sua antiga residência..."

Palavras, acima, dos(as) advs. dela no processo que abriu contra mim (Mandado de citação de Obrigação de Fazer) Cada vez que leio esse "processo" eu passo mal! o nojo e a revolta são tão grandes, que tenho vontadade de morrer para não ter que ser tão humilhada. Agora pergunto:
- Por que sei que jamais poderei retornar a minha antiga residência? por um acaso não paguei os impostos, por um acaso foi o que? Fui eu que contaminei? ou envenenei minha água, meu solo, minhas frutas ou o lençol freático? Fui eu que acabei com a vida de centenas de pessoas? pois de todos que saíram de lá, não tem um que está melhor do que estava lá, há não ser os que estavam falidos e precisavam vender a propriedade, o que nunca foi o meu caso; até os caseiros , que ganharam casas, não estão tão bem quanto estavam lá, pois lá tinham fartura, podiam criar porcos e galinhas, ter ovos; se quisessem uma fruta, um legume, uma verdura, um limão, uma flor, eles tinham no quintal e na cidade tudo tem que ser pago, comprado; tem que pagar água, luz e IPTU; lá era o "emprego" deles também e de lá saíram com casa, mas desempregados e com mil coisas para pagar!! e digo mais, se eu pudesse, se não estivesse tudo contaminado e interditado, eu voltaria para lá hoje. ...e sem falar da saúde de todos, da qual, até hoje, não ouvimos "a verdade", nada se sabe, nem de um lado e nem do outro..... saíram de fininho!!!..

retalhos...

14/12/05.OLÁ! FAZIATEMPO QUE EU NÃO APARECIA, NÉ? TENHO ESCRITO MAIS EM OUTRA PÁGINA ( 1/2 AMBIENTE POR INTEIRO É POSSÍVEL?) MAS VAMOS ATUALIZAR:- AINDA ESTOU NO HOTEL. A LENGA LENGA É A MESMA A SHELL SÓ QUER PRA ELA, QUER SAIR LIMPA DE TODA SUJEIRA QUE FEZ E ETC. NÃO QUIS COMPRAR A PROPRIEDADE "ASSEMELHADA" À MINHA QUE PEDI E OFERECEU UMA ESMOLA QUE NÃO DÁ PARA COMPRAR NADA IGUAL, MUITO MENOS ASSEMELHADO. ELA QUER E ACEITA FAZER ACORDO EXTRA-JUDICIAL E TUDO MAIS, PORÉM, CREIO, QUE NOS TERMOS FAVORAVEIS UNICAMENTE A ELA, EU QUE ME DANE! NO DIA 1º DE DEZEMBRO 2005, O ZICA FEZ UMA REUNIÃO AQUI EM PAULÍNIA, EM 2003 ELE ME PROMETEU ACOMPANHAR O CASO ATÉ O FIM E EU ESCREVI PRA ELE LEMBRANDO DISSO, ELE NÃO TINHA ESQUECIDO E DE IMEDIATO FORMOU UM "GRUPO DE TRABALHO" E VEIO, JUNTO COM O DEP. ANTONIO CARLOS MENDES THAME FAZER ESSA AUDIÊNCIA.
CONVIDOU REPRESENTANTES DA SHELL, DA PREFEITURA, DA CETESB, DOS EX-TRABALHADORES E EX-MORADORES. FOI O MAIOR ABSURDO TUDO QUE TIVEMOS QUE OUVIR. UM (da shell) DISSE QUE NÃO TEM QUASE CONTAMINAÇÃO, OUTRO (da secretaria de saúde de paulinia) DISSE QUE VAI NOS ENCAMINHAR PARA O SUS E UM (da Cetesb de sp.) QUE QUASE APANHOU, FALOU QUE NINGUÉM MANDOU A GENTE MORAR EMBAIXO DE CHAMINÉ DE FÁBRICA!!!!! EU FIQUEI QUIETINHA, NÃO QUIS FALAR NADA, APESAR DE FAZER PARTE DA MESA E SER A "CAUSADORA" DO DESENTERRA DEFUNTO.
OS DEPUTADOS, PORÉM, FORAM UNANIMES AFIRMANDO QUE VÃO ACOMPANHAR TUDO E VÃO REQUERER QUE A SHELL SE RESPONSABILIZE E PAGUE TODOS OS EXAMES EM LABORATÓRIO OU INSTITUIÇÃO NEUTRA, COISA QUE SEMPRE DEFENDI, POIS QUE GRAÇA TEM EM EU MATAR E VC. IR PRESO; EU COMER E VC. PAGAR; HÁ NÃO SER QUE HAJA UMA TROCA DE INTERESSES E FAVORES QUE A GENTE DESCONHECE... E QUEM SABE NÃO CONTA!!!!!!! . FALOU-SE EM "ADOLPHO LUTS". SÓ QUE TEM UMA COISA, UM MÉDICO TOXICOLOGISTA JÁ ME FALOU QUE:- UMA INTOXICAÇÃO CRÔNICA, CAUSADA POR SUBSTÂNCIAS ACUMULATIVAS, NÃO SOLÚVEIS EM ÁGUA, (ORGANOCLORADOS), NÃO SÃO DETECTADOS NA CORRENTE SANGÜINEA DEPOIS DE TANTO TEMPO! TÔ NA LUTA! ME AGUARDEM! TEREI NOVIDADES EM BREVE!!!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

 

minhas vacas..





minhas vacas e eu!!!!!!




Paulínia, 21 de maio de 2003.

Para Shell Química

aos cuidados de Izabel


Bom dia Izabel.


POR FAVOR.
Dá para alguém me levar para conhecer o local que a SHELL alugou para colocar as minhas vacas?
O que a Vigilância Sanitária e o Secretario da Saúde me propuseram é pior que entrega-las para um matadouro .
Tive até que ouvir ...... dizer que eles querem resolver tudo por bem (um acordo de cavalheiros, disse), pois poderiam '' confiscar e incinerar " então...
Gostaria que vocês entendessem que não é o valor das vacas que estão em primeiro lugar para mim, e sim o que elas representam, o que elas são e tudo o que devo a elas. Se meus filhos estão bem, se nunca passamos fome, foi graças a elas.
O que está em jogo é o respeito, a gratidão e o amor a quem devo a minha sobrevivência e a dos meus filhos.
Dificilmente alguém vai entender, ou dar valor, aos meus sentimentos, ao meu amor e respeito por elas. Lutamos lado a lado, eu cuidando delas e dos filhos delas e elas me dando o leite para eu cuidar dos meus.
Foram lutas, dificuldades e obstáculos que enfrentamos juntas, sempre , numa fidelidade absoluta..
Eu não posso deixar ao léu quem me deu tudo que elas me deram, é uma questão de princípio, de caráter, de respeito e amor a vida e direitos alheios/humanos. ...e elas vivem, elas amam, elas sentem e tenho certeza que elas também estão sofrendo. Elas sabem.
Eu nunca pedi piedade, mas hoje imploro: - Tenham piedade das minhas vacas e de mim, nós não fizemos nada.
Eu confio em vocês .
Por favor me ajudem.


Ciomara de Jesus Rodrigues.

 

madrugada...



minha casa 2005 e eu mamãe e karl 1978











O3/10/2005.

...é madrugada...confinada em um quarto de hotel revejo (relembro) minha vida! Como tudo é diferente do que plantei! Como é grande a distância entre o que sonhei, almejei e lutei para conseguir e o que estou vivendo agora!
Lembro, com o coração, quando, em dezembro de 1971, cheguei, para morar, aqui em Paulínia, na chácara, que tinha ficado abandonada alguns meses, do mesmo ano, desde que meu pai faleceu:- O cheiro do mato alto, das árvores, umas em flor, outras com frutos, perfumava tudo. Cheguei no paraíso, no meu paraíso!!
A casa fechada, há alguns meses, não estava terminada, mas era linda! Sólida! Fresca! Alta! Tinha, em cada tijolo, o amor do meu pai! ...e era minha (doce ilusão!)! Meu coração transbordava de amor, não cabia no peito de tanta felicidade! Eu estava realizando meu sonho de viver junto à natureza e na casa que meu pai tinha construído para mim!
Tudo a minha volta era vivo! Verde! Selvagem! Doce! Aconchegante! Acolhedor! Eu me sentia protegida de tudo e todos! Era o meu lugar, o meu canto! Era o meu ninho!
Muitos amigos me invejavam; muitos me condenavam dizendo que era fuga, que eu era covarde e estava fugindo da sociedade; outros, ao contrario, diziam que eu era corajosa , que precisava ter coragem para viver no meio do mato, longe de todo conforto que eu desfrutava na cidade e que covardia seria se eu procurasse uma realidade mais fácil, mais cômoda. ....mas eu escutava por um ouvido e deixava sair pelo outro...
Eu queria ser feliz e era! Eu queria viver (realizar) meu sonho e tinha conseguido!
Eu queria paz, sossego, silêncio, água e ar puros, frutas à vontade, queria ter minha horta, ter meus bichinhos, queria tomar banho pelada na chuva! Queria, ao amanhecer, sair no terreiro e vendo o sol surgir entre as folhas e galhos, cumprimentar as árvores, os passarinhos em festa e molhando os pés no orvalho, que a noite tinha deixado na grama, rir, sorrir e gritar- “Bom dia!”, de braços abertos para o céu, agradecendo a felicidade que eu tinha alcançado junto à natureza pura que me acariciava...
... eu queria isso!
... eu tinha tudo isso!
....e a Shell me tirou de lá...
ciomara

 

retalhos...meu diário

Kaká 1984 Kaká 1987



















Karl e Karlzinho com 15 dias Karlzinho 1984




















...retalhos...
27/04/2005.
Hoje é dia do meu aniversário!! Faço 59 aninhos!!! Estou, ainda, morando no Hotel, fez dois anos no dia 12/04. Para quem está de fora ( e não tinha casa para morar)parece uma maravilha morar num hotel, não é? Tem mordomias? Tem. Tem tudo pronto a tempo e a hora? Tem. Tem comida pronta, roupa lavada e passada, quarto arrumado, banheiro lavado e etc..? Tem. PORÉM TENHO TAMBÉM QUE:- Aceitar, depender e conviver com pessoas que não escolhi para fazerem parte da minha vida, do meu dia-a-dia!! Tenho que cruzar com os hóspedes, ilustres desconhecidos, toda vez que saio do meu quarto! Tenho que depender de pessoas que não tem nada a ver comigo!! Tenho que me vestir, descer até a recepção, esperar ser atendida (as vezes mais de 5 minutos), para pedir e tomar um cafezinho!! Eu não sou uma pessoa sociável! Busquei e consegui a paz na distancia do convívio dessa sociedade hipócrita quando fui morar no meu Paraíso, no meio do mato, com meus animais, com minhas ferramentas e na casa onde passei minha infância. Amo a solidão e nunca me senti só, porém o confinamento entre 4 paredes, fora do meu "habitat" é tortura!!!
Como eu vivia, de 12/1971 até 12/04/2003:- eu já vivia com Paulo, éramos artesões, expunhamos na praça da República em SP, no Embu SP e onde tivesse feira de artesanato; já estávamos morando no Poço Fundo (Recanto dos Pássaros). Por dois anos seguidos(não me lembro os anos), ganhamos um "stand" da "Secretaria de Fomento e Cultura de SP" para expormos na Feira de Utilidades Domésticas , fomos escolhidos por sermos um dos melhores (uma das) artesões da Praça da República. Na chácara vivíamos felizes! Tínhamos paz, silêncio, segurança, boa água, ar puro, frutas, legumes e verduras à vontade. Não durou muito meu "casamento" com o Paulo, nos separamos e continuei vivendo sozinha lá, isso em 1972.
04/05/2005. continuando... ...Eu tinha paz, tranqüilidade, segurança! Fazias minhas feiras em SP, Embu e Campinas, todos os fins de semana. Todos os dias as 15hs. eu tinha o compromisso de ir tomar café na chácara da Dna. Antonia (atual lote 24), depois disso eu voltava pra casa e depois de dar uma "passada" na horta e no pomar para colher fruta e/ou verdura para o jantar, regar, cuidar etc., eu entrava, já no fim do sol, e depois de fazer o que eu queria comer, do jeito que eu queria, por que queria comer aquilo daquele jeito (coisa que aqui no hotel não dá prá fazer, tenho que comer o que eles fazem, do jeito que fazem e fim), eu ia para o meu atelier trabalhar. Eu varava a noite trabalhando.Trabalhava com couro, metal, cerâmica, brincava com madeira, com pintura e etc. Depois que o galo cantava, logo o sol aparecia e eu ia dormir, umas 5:30hs.. Acordava 1/2 dia, +ou-, cuidava do que tinha que cuidar, gatos, cachorros, horta, casa, comida, roupa etc. e logo que dava 15 hs. eu ia na D. Antonia. Conversávamos, ríamos, éramos felizes, enfim.... Todo dia era quase tudo igual, mas sem rotina. Num dia uma flor abria, noutro virava fruto, logo era outra fruta, outra flor, outra verdura que eu plantava ou desabrochava ou fruta que amadurecia e eu colhia, dividia, comia, distribuia; eu sentia tanto orgulho quando dava, sempre a mais bonita, a mais viçosa verdura ou a fruta mais bela e dizia:- "Fui eu quem plantou!(e/ou) Foi meu pai quem plantou!" Não me lembro quantos anos morei sozinha (com todos os meus bichinhos). Lembro que alguns anos depois, começou um movimento diferente por lá. Falavam em acampamento de "peão", iam fazer uma "firma" na fazenda do Miha (japones dono da fazenda em frente de casa). Pra ir para Campinas fazer a feira no Sábado eu saía de casa na 6ª feira à noite, eu ia a pé de casa até Paulínia, onde tomava o onibus e a estradinha que eu passava atravessava o "alojamento dos peãos"!!! ...mas eu não tinha medo, nunca tive medo de nada (só de barata) botava minha mochila nas costas e ia embora. Eu era bonita!(?) Loira, olhos verdes, cabelo até a cintura (de pilão) e jovem!! Lembro que uma vez uns rapazes do alojamento me viram passar na estrada, pegaram um Volks e foram me oferecer carona, eram dois. Aceitei na hora, eram 5 km à pé! Logo que entrei, atrás, veio a gracinha:- "Uma florzinha não tem medo de morar sòzinha no meio do mato??!!"A resposta:-"A florzinha, tem armas e ordem do delegado para atirar!" segue a "gracinha":- ..."mas e na estrada, não tem medo?" e eu: - Na estrada eu levo isso." falei tirando do bolso uma navalha já aberta!!" Nunca mais ninguém mexeu comigo.
Em 75/76 "casei", com Karl H. J. Franz, pai dos meus dois filhos nascidos em 08/01/78 e 17/12/80 respectivamente. Tive muitos problemas com a saúde deles, levei mais de três anos para "equilibrar" os dois, e só consegui com tratamento homeopático, pois com alopatia, quanto mais tomava remédio pior ficava (o mais velho). Quando o mais novo nasceu eu já estava "escolada" com o 1º e foi mais fácil.
....continuando 13/05/2005.
passei anos terríveis com meus filhos sempre doentes, lembro também que muita coisa estava mudando. Não tinha mais tanta cigarra, antes era ensurdecedor o canto delas à tarde! Não tinha mais tanta formiga cortando as folhas! ...e uma coisa que lembrei agora:- Os besouros, também, quase sumiram! acho que não registrei isso tanto quanto as cigarras e as formigas porque tenho pavor de besouros e o fato deles quase sumirem foi tão bom que nem notei, tenho tendência para esquecer tudo que é ruim. (por isso tenho esperança de esquecer que a shell existe.01/06/05)

 

meu artesanato em metal



corrosão no latão, com ácido nítrico







sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

 

RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

E.T.A DA SHELL NO BAIRRO E PLACA DE AVISO NA ENTRADA



VISITEM O SITE
WWW.QUIMICOSUNIFICADOS.COM.BR
...E DEÊM UMA "OLHADINHA" NO
RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE,
CASO SHELL PAULÍNIA.
COMPROVADA A CONTAMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO E ETC. ...
É CRIME AMBIENTAL (ENTRE OUTROS) E ATÉ HOJE NINGUÉM FOI PUNIDO NEM CHAMADO PARA ARCAR COM AS RESPONSABILIDADES E CONSEQÜÊNCIA DOS ATOS PRATICADOS!
QUEREM NOS ENCAMINHAR PARA O "SUS" COM A "SUPERVISÃO" DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, MAS "SUS" É DINHEIRO PÚBLICO!!!! E SE A SHELL NOS ENVENENOU SOZINHA, ELA QUE TEM QUE PAGAR!!!!
....HÁ NÃO SER QUE A CONIVÊNCIA TENHA SIDO ESTABELECIDA ANTES ATÉ DA CONTAMINAÇÃO!!!!!
ciomara


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

 

segurança sem equipamento de segurança

Trabalhadores na ETA da Shell em Paulínia em 2004.
Bairro Recanto dos Pássaros.


15/02/06.
Toda vez que vou em casa, um segurança da Shell vai atrás de mim(sem o EPI).
Ele me segue como se a criminosa fosse eu. A Shell até já me mandou uma "advertência" (judicial) avisando que se eu entrar em propriedade dela, mais uma vez, eu vou ter que "responder criminalmente" por isso (logo anexarei esse documento), isso porque eu andei tirando fotos e mais fotos de tudo que acontece lá, fotos de funcionários trabalhando na "área contaminada" sem proteção nenhuma! Dei essas fotos para serem anexadas no processo dos ex-trabalhadores e logo anexarei aqui.
...mas o mais gozado é que ELA pôde entrar, e entrou, na minha propriedade por baixo do chão, como um rato, para envenenar minha água!!!! Entrou por cima da minha casa, como um fantasma, envenenando o ar que respirávamos, o nosso solo, pomar, as vacas e meus animais todos, pondo em risco nossa saúde e vida e com ela não acontece nada!!!!! POR QUE????????

segurança da Shell sem "EPI". 01/2006 eu, com "EPI", OBRIGATÓRIO. 12/2005

 

quem sou

Tema em Debate
Paulínia, 1 de abril de 2004.
Para cumprir ordens e obedecer à justiça é que me encontro, hoje, hospedada no hotel XXXX de Paulínia e não por vontade própria ou opção.
Humilhações, restrições, discriminações, falta de privacidade e imposições passaram fazer parte do meu dia a dia depois que fui obrigada e até intimidada, com possível remoção com força policial, caso não desocupasse, por bem, o “meu” imóvel e viesse me instalar num dos melhores hotéis da cidade, ou seja, para o confinamento.
Desfrutando de um cardápio farto, porém não compatível com minhas necessidades, tento me adaptar.
Vivendo entre quatro paredes, respeitando regras e horários, tento sobreviver com equilíbrio e dignidade.
Separada dos meus animais, do meu trabalho, da minha maneira de viver, da liberdade e autonomia que sempre desfrutei, procuro não sucumbir.
Decepada nas minhas raízes, obedecendo a determinações e cumprindo a lei, agonizo.
Nunca, em minha vida, cogitei sair da minha casa.
Sendo obrigada “ceder meus direitos sucessórios”, que nunca estiveram à venda, diferentemente dos outros imóveis do local, gostaria de saber se minha executora será chamada para assumir, juntamente com, suas responsabilidades relativas aos prejuízos e danos causados a mim e ao meu quinhão. Onde eu colhia minhas frutas, legumes e verduras o ano todo, onde eu criava minhas vacas, onde, e donde, eu tirava todo meu sustento e da minha família.
Tendo minha subsistência totalmente dependente do local não vejo como sobreviver se abrir mão, pelo valor imposto, do único bem que tenho, em favor de minha executora, que em nenhum momento se mostrou responsável ou se preocupou com a extensão dos danos a mim causados ou com meu empobrecimento total em conseqüência de seu procedimento, suas irresponsabilidades, omissões e acidentes criminosos contra o meio ambiente, envenenando minha água, meu solo e, possivelmente, minha saúde, dos meus filhos e da minha família, que também desfrutava de tudo que a propriedade produzia e oferecia desde 1955 quando foi comprada pelo meu pai.
A empresa, em questão, põe toda culpa nas “manifestações publicas do Município de Paulínia, alarmistas e sem fundamento técnico, a respeito da extensão da ALEGADA CONTAMINAÇÃO ambiental do bairro Recanto dos Pássaros”.
Comportamento esse, não muito claro, pois, se não me engano, houve uma auto-denuncia em 1995 e na época foi firmado um TAC, bem antes do Município de Paulínia se pronunciar e que até hoje, parece, não foi cumprido.
Que eu pague por ter escolhido viver em paz junto à natureza; que eu pague por amar o que meu pai construiu, com muito amor, para mim; que eu pague por não querer sair do local onde passei minha infância e criei meus filhos; que eu pague por ter ousado querer viver, até a morte, em local disputado por poderes e poderosos; que eu pague pela ousadia de querer ser feliz dentro do que me pertence e que hoje está sendo usurpado de mim.
Que eu pague pelo que pedi, quis, fiz, ousei ou sonhei!
Chega de humilhações, mentiras e distorções de fatos e atitudes!
Chega de constrangimentos!
Chega de humilhações!
Ponho-me a disposição da Justiça para que seja cumprida a lei e assumida a responsabilidade.
Que a Justiça determine o que me cabe, pois mesmo se a minha executora e aliados me dessem todo dinheiro do mundo, não iriam repor o que estão me tirando.
Não têm dinheiro que pague a vida, os sonhos, os anseios, a felicidade, o amor, a segurança e o sorriso de uma criança de barriga cheia!
Não vou mais lutar pelo que pensei ser um direito meu ou uma compensação por estarem me tirando tudo que tenho, pois continuaria sendo humilhada, constrangida, e contestada, pois nossos valores e noção de respeito ao próximo e à natureza são opostos.
Confiando no MM. Juiz, agradeço.


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Ciomara de Jesus Rodrigues

QUEM SOU!! 05/04/05
Pra começar, comecei existir, (fora da barriga da mamãe) em 27 de abril de 1946, às 10:20hs, se não me engano.
Mamãe passeava, no jardim São Benedito, em frente a casa dela(nossa) em Campinas, com meu irmão(primogenito), quando começou sentir as dores...
Avisou em casa e foi direto para o hospital, Casa de Saúde de Campinas(Círculo Italiano)em frente ao jardim também. Correria. Mamãe, e meu irmão, quase morreram no 1º parto. Levaram-na para o quarto, correram buscar a maca para levá-la para a sala de parto, chega a maca, chega meu pai, a enfermeira olha na cama, eu já tinha nascido, empurra meu pai pra fora do quarto, naquele tempo o pai não podia ver, e eu!! euzinha, na cama, de bruços, levantando a cabecinha já querendo ver tudo, CHEGUEI A ESSE MUNDO!!!!
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O QUE VIVI
08/04/05
MEU PAI:- PROFESSOR ALBANO DE JESUS RODRIGUES.
MAMÃE:- HERMÍNIA DALLEDONNE RODRIGUES.
Tive uma infancia comum, fui criada com 3 irmãos, nunca admiti ter menos regalias que eles por ser menina, desde pequena lutei pelo direito de jogar bola, birola, brincar de mocinho e bandido, de subir no muro, no telhado de casa, nas árvores e brincar de tudo que eles brincavam!!! Quando nasci morávamos na casa da vovó, na rua Duque de Caxias em frente o jardim, dali mudamos para casa nossa na rua General Osório nº 1887(Cambuí). Ali passei minha infância e minha adolescência(dos 3/4anos aos 19 anos).
Fui adolescente rebelde ao máximo que se podia ser. Fui mãe solteira aos 19 anos e por motivos, que ainda doem, abandonei tudo, fugi de casa em dezembro de 1968. Viajei pelo Brasil e por boa parte da America do Sul.
....agora vou parar, volto escrever depois.... 17:44hs.


15/04/2005. 6ª feira
Hoje estou triste. Recordo com tristeza minha vida, minhas lutas, meus sonhos!!
Logo depois que viajei por aí tudo, fazendo e vendendo artesanato para sobreviver, chamavam a gente de hippie, montamos um Atellier em SP, na rua Vergueiro e passei expor meu artesanato na Praça da República, na feira de Campinas, no Imbu e onde mais tivesse feira. Conheci Paulo, passamos viver junto, ele também era artesão, continuamos fazendo as feiras. Em outubro de 1971, meu pai faleceu e a nossa chácara ém Paulínia ficou abandonada, ninguém mais queria ir lá. Como eu e Paulo pagávamos aluguel em SP e em Campinas resolvemos ir morar na chácara! Teríamos paz, silêncio, tranqülidade e eu estaria realizando o meu maior sonho, concretizando o meu maior desejo:- Viver junto a natureza, viver no lugar onde passei quase todas as minhas férias e fins de semana com meus pais e irmãos. Viver na casa que meu pai construiu com todo amor e garra, meu pai não era pedreiro, mas, mesmo assim, queria fazer e fez, sozinho, uma "casa" para nós. Eu queria plantar, ter mil bichinhos, colher as frutas do pomar que meu pai formou com todo carinho e amor do mundo e ser feliz, muito feliz junto de tudo que eu amava e amo ainda. Com Paulo fui muito feliz, mas não deu certo por muito tempo e nos separamos, não tivemos filhos, porém no tempo em que vivemos na chácara tínhamos uma horta enorme. Tínhamos de tomate a ervilha, de alface a brócolis, de rabanete a beterraba. Todas as tardes, menos no inverno, o canto das cigarras era ensurdecedor, até abafava o canto dos passarinhos! A revoada dos "sisiris", dos "vitus"!!! sem contar quando as abelhas europa queriam fazer colméia dentro de casa!! Era uma delícia, eu amava! Só que não podia deixar e depois de muita "conversa"* eu as convencia para irem embora!!!!!( *eu espirrava "detefon" num cantinho e elas não gostavam). No pomar tínhamos desde acerola até jaca dura, de sapoti até lixia, de jaboticaba até manga, jambo, laranja cravo, poncan, lima, limão galego, taíti, ceciliano e etc.
Quando me separei do Paulo continuei morando sozinha na chácara; sozinha em termos, pois eu tinha quase vinte gatos e 5 cachorros. Continuei fazendo meu artesanato, minhas feiras e vivia feliz da vida, eu nunca me senti só, mesmo estando sozinha!!! Eu sempre digo, que gosto de ficar comigo.( Digo, também, que o melhor marido que tive foram as minhas vacas, que eu amarrava onde queria, não me
pediam explicações e já vinham com chifre!) Ali eu tinha tudo, meu chão, minha casa, minhas frutas, o ar e a água puros, o solo fértil, a segurança, nunca tranquei a porta de casa em 32 anos que vivi lá, nem para viajar, nem para ir para a Vila (era como chamávamos Paulínia). Sabe um lugar onde você se sente a dona do mundo, SOBERANA? Pois é, lá eu estava no meu porto seguro...



...um dia, porém, as coisas começaram mudar. Em 1971 a Petrobrás já tinha se instalado do outro lado do rio, mas eu não tinha noção de muitas coisas....
29/04/05....alguns aninhos depois....... e eu não sabia o que era ter uma Multinacional no meu portão! Era até um privilégio!!(?) Era o progresso!?Eram os empregos para o povo!!(?) ...afinal de contas era a SHELL, poxa!!(x=rr), que se instalava no meu portão!!!!! Cresci ouvindo e acretitando no "slogan":- "Shell você conhece, você confia!!" e o outro "slogan":- "Você pode confiar na Shell!!!" e continuei sendo feliz... 1975, "casei" com Karl, Alemão, como era chamado... o tempo passou...Eu notava que as cigarras não cantavam mais como antes! que as formigas não cortavam mais as folhas como antes! eu não sabia porque a terra enchia de trevo e não dava de tudo como antes, era preciso "corrigir a terra" ....e eu também não sabia porque meu filho, Karl, nascido em Janeiro de 1978, vomitava dia e noite e passou a não dormir mais DESDE que voltei, depois de 15 dias, de Campinas, onde fui dar a luz, pois em Paulínia não tinha hospital! Eu não sabia tantas coisas e muitas eu não sei até hoje!!! Ninguém explica ou cada um diz uma coisa diferente!
1º/05/05!!!! retomando... Meu filho Karl, nascido em Janeiro de 1978, só ficou bem de saúde quando comecei tratá-lo com Homeopatia com quase uns 2 anos de idade. Tenho, até hoje, todas as receitas médicas e exames dele. Quando fui no homeopata, lembro como se fosse hoje, coloquei a pilha de receitas e exames na mesa e disse:- "Sei que só a homeopatia vai curá-lo."... e continuei:-" Aqui está tudo que foi feito e cada vez ele está pior." Levou um tempinho e ele ficou "bem".Quando meu filho Klauss (kaká) nasceu em dezembro de 1980, começou apresentar quase os mesmos problemas do Karl, mas como eu já estava escolada com todo o sofrimento do Karl, de imediato corri no mesmo médico, que é nosso médico até hoje, e conseguimos com menos sofrimento "equilibrar" o Kaká também. Só que nem o Dr. Marcos, nem os outros médicos alopatas, sabiam o que eles tinham! O kaká mamou no peito até 3 ou 4 anos e 1/2 e apesar de "equilibrado", como eu disse, o cocozinho dele era igual a uma gelatina e ninguém sabia porque, parecia que faltava uma enzima digestiva por algum motivo desconhecido, dizia o médico. Hoje porém, analisando os fatos, que na época eram desconhecidos, pode-se fazer uma ligação. Que fatos? Que ligação? Pois é:- A Shell Química, na década de 70, veio para o Brasil, em especial no meu portão, onde construiu uma fábrica onde manipulava DRIN"S e outros organoclorados, que são agrotóxicos PROIBIDOS desde antes de 1970, nos Estados Unidos e em Países desenvolvidos. Ela veio produzir isso aqui e mesmo sabendo de todos os perigos a que ela expunha as pessoas e o meio ambiente, não tomou precaução nenhuma, cuidado nenhum!!... e nem as autoridades "competentes" do Município ou do Estado se preocuparam em fiscalizar ou coisa parecida. Logo que a empresa começou funcionar já começaram os problemas para quem já morava no local! só que nós não sabíamos o que ela fabricava ali! A fumaça do incinerador, que descia ainda com brasas, sobre nossa casa, nós chamávamos de vagalumes vermelhos, a gente não sabia o que era!!! A fumaça branca, de um outro chaminé, com cheiro, ruim, pesado, que ardia os olhos, sufocava e fazia vomitar, que o vento trazia pelo lado direito da nossa casa, a gente não sabia que era veneno!!!! A GENTE NÃO SABIA NADA! Hoje a gente já sabe! e posso até fazer uma ligação entre o que meus filhos passaram e o que faziam no local!! Aquela fumaça, aqueles detritos era o que fazia mal pra gente!!!! A SHELL SABIA O QUE FAZIA, SEMPRE SOUBE!!! MAS NUNCA SE PREOCUPOU CONOSCO!! Nem quando soube que o tanque de decantação de veneno dela rachou e vazou para o lençol freático contaminando nossa água, que passou ter gosto e cheiro de remédio, de veneno, sei lá. Começamos sentir gosto e cheiro na água + ou - em 1986/87. As pessoas que nos visitavam sentiam mais. Depois de1990 o gosto e o cheiro pioraram, lembro que eu enchia a caixa d'água à noite para conseguir usar de manhã, pois na hora que ela subia do poço o cheiro era tão forte, que dava até ansia de vomito, não dava para beber. Pergunte por que eu continuava usando e eu respondo:- PORQUE NUNCA PENSEI QUE FOSSE POSSÍVEL A SHELL SE OMITIR E PERMITIR QUE SERES HUMANOS FOSSEM ENVENENADOS, COMO SE FOSSEM MENOS QUE AMEBAS!!!!!!! Eu confiava na Shell!!! Eu confiava no ser "HUMANO"(?)!!! eu não achava que era possível existir gente(?) que permitisse isso, conscientemente!!! e a shell era consciente do que fazia! ELA SABIA O QUE ERAM ORGANOGLORADOS, DRIN'S E ETC. QUE ELA MANIPULAVA E INCINERAVA LÁ!!!! EU NÃO!!!!! EU APENAS ERA FELIZ ALI, CONFIANDO E ACREDITANDO EM QUEM TINHA VINDO PARA TRAZER O "PROGRESSO"!!!!!!! Eu achava que se aquilo fizesse mal a Shell avisaria! Muitas pessoas chegaram me falar que aqueles produtos eram "acumulativos" ou cumulativos, sei lá, e iriam causar doenças futuramente, mas eu não me preocupava, eu confiava na Shell !!! Hoje, recordando tudo que karlzinho sofreu eu me revolto. Lembro que ele só dormia, por algumas horas, em cima da minha barriga, com a cabecinha entre meus seios, ouvindo as batidas do meu coração que acompanhavam a canção que eu cantava; lembro que cantava "Asa Branca" e por não saber a letra toda, boa parte ia no "larirarai" mesmo!! e eu chorava, feliz e cantando ao sentir que ele estava tranqüilo, dormindo no meu peito. Até poucos meses antes do Kaká nascer ele dormia em cima da minha barriga! Hoje, morando num hotel, sendo alvo de discriminações, humilhações e etc., tentamos sobreviver de cabeça erguida, pois até de oportunistas somos chamados! Acabaram com a nossa vida, com a nossa casa, com a nossa autonomia, com os nossos sonhos, anseios e planos... destruiram tudo que foi construído e vivido com amor e dedicação e ainda nos humilham!!!!! Tiraram nosso chão, roubaram nossa paz, arrebentaram nossos corações e ainda pisam nos cacos que ainda restaram!!! Com relação à nossa saúde (da minha família) a única coisa que posso dizer é que tem "alguma coisa errada" conosco, só que não posso dizer nada, não sou médica. A seqüencia dos tratamentos e exames, que foram pedidos pelos médicos do Hospital Albert Eintein para a Shell, não foram atendidos e a Prefeitura, ainda, não renovou o contrato com o Dr. Igor Vassilieff , toxicologista, contratado, por ela, para cuidar do "Caso Shell". Parece que está todo mundo saindo de fininho.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

 

caso shell Paulínia

Meu pai, década de 60, construindo nossa casa


Uma história do Recanto dos Pássaros
(antigo Poço Fundo)

“Volto meu pensamento para o ano de 1955!
- Alegria! Papai comprou um pesqueiro às margens do rio Atibaia, em Paulínia, para nossas férias e fins de semana.
Paulínia! A igreja, a padaria, o açougue, o armazém, o coreto e a estação de trem!
O pesqueiro! No Poço Fundo (hoje Recanto dos Pássaros)! A mata virgem! A água limpa do rio! O cheiro da mata! Os serelepes! As borboletas! Os sagüis! As jaguatiricas! O lobo Guará! Que medo! Que alegria no mato catando favas de baunilha que caiam das orquídeas! Quanta farra, nadando e pescando no rio! Quanta beleza na piracema, milhares de peixes subindo o rio!
Tijolo por tijolo meu pai construiu o nosso refúgio! Por vezes levava o saco de cimento nas costas, da “Vila” até lá (5 quilômetros). A areia grossa tirava do meio do rio, a fina do barranco e o tijolo, feito a mão, o “Zé Joaquim” levava no carro de boi! Quanta felicidade formando o pomar! Acompanhando o crescimento de cada muda! A primeira flor, o primeiro fruto de cada espécie, que era sempre dividido entre nós! Lá era o nosso Paraíso.
Em outubro de 1971 meu pai faleceu, em dezembro mudei para lá. Na mesma década a Shell se instalou no meu portão. Imponente, poderosa, dominadora e arrogante! Era o “Progresso” que chegava! O “Desenvolvimento”, o “emprego para o povo”! O ar, misturado com a fumaça das chaminés, passou a cheirar formicida! O vento trazia um cheiro ardido que queimava os olhos e fazia vomitar! A água passou ter gosto de remédio!
Em 1995 a autodenuncia. Em fevereiro de 2003 a interdição do bairro. Em abril de 2003 a remoção dos moradores.. Em 1º de abril de 2004 recebo um Mandado de Citação, ...”ação de execução provisória de obrigação de fazer”! Obrigação de vender “meu Paraíso”! E em meio a muitas humilhações só faltou a inversão dos fatos!
Hoje me encontro hospedada em um hotel de Paulínia, pago pela Shell, não por vontade própria ou opção e sim para cumprir ordens e obedecer à justiça.
Humilhações, restrições, discriminações, falta de privacidade e imposições passaram fazer parte da minha vida depois que fui obrigada, até intimidada, com possível remoção com força policial, caso não desocupasse, por bem, o “meu” imóvel e viesse me instalar num hotel da região, ou seja, para o confinamento.
Desfrutando de um cardápio farto, porém não compatível com minhas necessidades, tento me adaptar.
Vivendo entre quatro paredes, respeitando regras e horários, tento sobreviver com equilíbrio e dignidade.
Separada do meu trabalho, dos meus animais, da minha maneira de viver, da liberdade e autonomia que sempre desfrutei, procuro não sucumbir.
Decepada nas minhas raízes, obedecendo a determinações e cumprindo a lei, agonizo.
Nunca, em minha vida, cogitei sair da minha casa, onde eu colhia minhas frutas e verduras o ano todo, onde eu tinha a paz necessária para fazer meu artesanato, onde eu criava minhas vacas, onde, e donde, tirávamos o sustento da família.
Em nenhum momento ninguém se mostrou responsável ou se preocupou com a extensão dos danos causados, só querem tomar posse da minha chácara pelo preço que eles estipularam e “remediar” o local, já que é “quase impossível recuperar”. E quem perde com isso? É o povo brasileiro! Porém não têm dinheiro que pague a vida, os sonhos, os anseios, a felicidade, o amor, a segurança e o sorriso de uma criança de barriga cheia!
Omissões e acidentes criminosos contra o meio ambiente continuam impunes por esse Brasil afora. Multinacionais continuam envenenando nossa água, nosso solo, nosso ar, nossa saúde.
E os órgãos Municipais competentes o que fazem de concreto?
Usam o evento para ganhar eleição?
Planejam grandes Parques Florestais em área contaminada?
Mandam a gente economizar água para não faltar para as Multinacionais envenenarem?’’

Ciomara de Jesus Rodrigues
Moradora do Recanto dos Pássaros há 32 anos

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

 
pronto blog criado para minha mamae bravinha! bejao te amo mamae!!

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