quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

 

desfeito o mal entendido.

Oi!

...foi desfeito o mal entendido que chamei de "invasão", mas que não deixou de ser uma invasão, pois eu não pediram ordem e nem fui comunicada de que iriam, naquele dia e hora, em casa.
... e o combinado seria eu estar presente para que fosse aberta uma passagem no mato, que toma conta da minha propriedade, até minha casa, para serem colhidas amostras de poeira e resíduos do forro e paredes da minha casa para ANÁLISE.
Minha casa estava lá, e eu também, bem antes da Shell se instalar no meu portão.
...então, tudo que foi "espalhado" pela Shell no bairro, por décadas, deve estar registrado nas paredes e forro da minha casa.
Não sei se posso citar nomes, se puder depois eu escrevo, mas acho que posso dizer que:- Para a coleta foram pessoas do Ministério da Saúde ( de Brasília) Ministério do Trabalho de Campinas, da Vigilância Sanitária de Paulínia, a coleta foi toda registrada com fotos e acompanhada por um perito renomado, ou melhor, tri, tetra e etc. ..nomado, aquele que fechou a Rhodia em Cubatão, sabem qual?
não sei se posso falar o nome dele, vou me informar e depois vejo o que posso fazer e o que não posso.
tenho fotos também , mas não sei se posso publicar, se puder, logo publico.
....MAS...
... CONSEGUI O QUE QUERIA, DEPOIS DE MUITA LUTA, MAS CONSEGUI...
...PORÉM...
AINDA FALTAM DUAS COISAS QUE ESTOU ATRÁS:-
...UMA JÁ ESTÁ A CAMINHO E POSSO PUBLICAR NO BLOG NA HORA QUE CHEGAR NAS MINHAS MÃOS...
...A OUTRA, EU JÁ DESCOBRI O ANO, FALTA DESCOBRIR O MÊS, MAS NÃO ESTÁ FÁCIL NÃO, MAS... eu não desisto fácil, não!!!!!
Estou feliz por ter conseguido vencer mais uma etapa do que me propus e pra falar a verdade ainda estou meio "lelé". Foi muita emoção. Sabe quando vc. está como que comprimida, oprimida por todos os lados e de repente a opressão, a pressão, a ansiedade, a agonia acaba e vc. relaxa de uma só vez?
Quando me avisaram, dia 26 a tarde, que iriam fazer a coleta no dia 27 as 13 horas, me deu uma moleza, minha pressão caiu, minha temperatura também e me deu um sono e frio que tive que deitar e com muito esforço consegui levantar e ir na hora marcada lá´pra casa.
vou parar, depois esvrevo. chegou gente para falar comigo

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

 

OLHO DE DRAGÃO!!!!!!


26/08/2009

ISSO, (acima) É LICHIA!!!
VOU COLOCAR UMA OBSERVAÇÃO NESSA POSTAGEM:-

DEVIDO A INSISTÊNCIA DE ALGUNS "LEITORES" DO MEU BLOG, DECIDI EXPLICAR, QUE EU SEI MUITO BEM O QUE É LICHIA/LIXIA E O QUE É OLHO DE DRAGÃO.

SÓ QUE QUEM FICA MANDANDO COMENTÁRIOS QUERENDO ME CORRIGIR OU ENSINAR, NÃO DEVE SABER QUE ELAS SÃO DA MESMA FAMÍLIA, ASSIM COMO O GATO É DA FAMÍLIA DO LEÃO e assim por diante...

vou postar um artigo sobre lichia e olho de dragão e espero que parem de me perturbar com coisas insignificantes.

Longans (龍眼, em Pinyin lóngyǎn, em Cantonês long-ngan, significa "olhos-de-dragão") (Nephelium longanum Cambess) são frutas usadas frequentemente em sopas, snacks, sobremesas e comidas agridoces, na Àsia Oriental.
Os frutos são redondos com uma casca fina mas dura, de cor castanho-claro. A sua polpa, que envolve um caroço grande e preto, é branca, macia, e suculenta.
As árvores de Longans e Lychees frutificam na mesma época do ano. Longans sêcos (a.k.a. 圓肉, em Pinyin yuánròu; literalmente: polpa redonda) são usados frequentemente na culinária e ervanária da Medicina Chinesa.
O Logan é considerado ser um fruto possuidor de alto valor nutritivo;

os Lychees, por outro lado, são reputados como sendo um tipo de alimento altamenteYang.
Lichia
Longan
Classificação científica

Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Ordem:
Sapindales
Família:
Sapindaceae
Género:
Litchi
Classificação científica
Espécies
Reino:
Plantae (Vegetal)
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Ordem:
Sapindales
Família:
Sapindaceae
Género:
Dimocarpus
Espécie:
D. longan
Litchi chinensis
Nome binomial

Dimocarpus longanLour.

Novidade: Fruta chinesa no Brasil
14/04/2005
A longan, uma fruta chinesa de sabor adocicado, já está sendo colhida na região de Ribeirão Preto, São Paulo.
No meio do canavial há uma paisagem diferente. São 700 pés de longan, uma fruta pouco conhecida no Brasil, mas que tem dois mil anos de história.
“É uma fruta milenar, sagrada para os chineses.
Eles precisam ter essa fruta na virada do ano porque ela traz prosperidade, é sinal de fortuna” – contou o agricultor Mauro Castaldelli.
As mudas foram importadas da Ásia há 15 anos e plantada em uma fazenda em Dumont, a 350 quilômetros de São Paulo.
A espera pela primeira produção durou 12 anos, tempo longo, recompensado pelos frutos dessa safra, de 35 toneladas.
“O tempo favoreceu e ela produziu o máximo que poderia produzir.
Foi uma produção excelente e de boa qualidade” – disse Édson Matias dos Santos, administrador da fazenda.
A longan, também conhecida como
olho de dragão,
é uma fruta de origem chinesa
da mesma família da lichia.
Segundo os especialistas, ela tem alto teor de ferro, fósforo e vitaminas e, por isso, é muito consumida no Oriente com fins medicinais.
Do campo as frutas vão para o galpão de beneficiamento.
O cuidado na seleção e embalagem dos frutos preserva a qualidade do produto. Atenção que começa no campo, com o manejo adequado que garante vida longa ao pomar.
O quilo da fruta é vendido, em média, por R$ 12,00.
Programa Globo Rural - TV Globo
GOSTARIA DE DIZER TAMBÉM QUE O QUE É IMPORTANTE PARA MIM, O QUE ME FERE É O FATO DE EU TER PLANTADO UM "PÉ DE FRUTA"(LICHIA OU OLHO DE DRAGÃO E OUTRAS TANTAS QUE PLANTEI, NÃO IMPORTA), TER CUIDADO DELE, TER FEITO DELE PARTE DA MINHA VIDA E VIR UMA DESCLASSIFICADA E DESTRUIR TUDO.
POR FAVOR ME POUPEM DAS SUAS SUPERFICIALIDADES...

FLOR DA (LIXIA) OLHO DE DRAGÃO

meu pé de (lixia) OLHO DE DRAGÃO, carregado.

...minha mochila (rosa), meu gravador (esquerda), meu celular, minha bolsinha, minha bolsa(azul e cinza) da filmadora e
MINHA LIXIA- OLHO DE DRAGÃO.

(quando eu ia e vou para lá, eu vou com tudo para filmar, gravar e fotografar)

Um cachinho de OLHO DE DRAGÃO

Eu esperei mais de 25 anos para poder comer essa fruta.
Lembro que foi minha mãe que ganhou, 3 mudas, do marido de uma amiga dela, lembro que ele era Egípcio ou Indu, uma coisa assim.
Ele me levou 3 mudas, com uns 30/40 cm. cada.
Recomendou:- ... é uma fruta rara... ...é uma fruta que precisa de muita água...
...e é muito doce e perfumada...
Das três mudas só conseguimos salvar uma, que, quando fomos expulsos da nossa casa, estava começando produzir no auge.
Todo ano ela dava fruta, mas nos últimos anos a produção tinha alcançado a "maturidade".
Eu nunca tinha visto essa fruta antes, só em casa. Foi um agrônomo, enviado pela Shell, em 2001, para "verificar" meu pomar, que me falou que era uma espécie da família da lixia.
Depois disso só fui ver e ouvir falar, essa semana, no progama da Ana Maria Braga, o Mais Você, na Globo.
Fiquei feliz em ver uma minha "amiga" na TV!!! E quem assistiu o programa ouviu as mil propriedades e qualidades dela, da minha/meu OLHO DE DRAGÃO.
Faz bem pra tanta coisa!, tem tantas vitaminas e etcs.!
... pena que a gente não sabe o quanto de contaminação enfiaram nela...
...mas que a gente comia até ficar triste, isso a gente comia.
O Kaká era o que mais gostava.
... a felicidade das jaboticabas!!??
Tem um costume japonês, que, manda a boa educação, você só está satisfeito se arrotou depois de comer. Arrotar significa que você gostou da comida e que comeu até encher.
... pois é...
...o, Kaká, desde pequeno, sabia disso (eu tinha e tenho grandes amigas japonesas) e sempre que descia do pé de jaboticaba, dizia:- " cheínho", comi até arrotar!!
...eu fazia o mesmo...
...era tão bom! éramos tão felizes!!!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

 

...eis o meu caso...

"SE VOCÊ NÃO TEM CHÃO, NÃO DÊ ASAS À SEUS SONHOS... SENÃO ELES NÃO TERÃO ONDE POUSAR...."

 

VIVA 1977!!!!!!


Acho que nunca coloquei essa página no meu blog.
É a página nº 19 do Relatório de Avaliação ete. etc. da contaminação da Shell em Paulinia,
feita pela
AMBIOS ENGENHARIA E PROCESSOS LTDA.
Rua Califórnia nº 792.
Brooklin SP.SP.
DE AGOSTO DE 2005.

TEM NO SITE DOS QUÍMICOS O RELATÓRIO INTEIRO

www.quimicosunificados.com.br

Meu filho mais velho nasceu em janeiro de 1978, com tudo isso vindo direto na nossa casa, ele vomitava dia e noite e nós não sabíamos porque.
O caçula nasceu em dezembro de 1980 e também premiado com tudo isso.
DÁ PRA CONFIAR NA SHELL?
E NA CETESB?
OU EM QUALQUER OUTRO ÓRGÃO "COMPETENTE" dessa "cidade"??

 
minhas duas jaqueiras e meu portão no fundo.


círculo vicioso: quando estava acabando a jaboticaba madura já vinha vindo outra verde e uma nova florada.


Vou escrever um pouquinho hoje.
Sabe, por vezes fico triste, conformada com tudo que está sendo imposto na minha vida, considerei até comprar uma casa na cidade, sem terra, sem pomar e tentar viver ou sobreviver de alguma maneira diferente da que escolhi e da que vivia antes.
Considerei, até, abrir mão de meus sonhos e vida, definitivamente.
Considerei, até...não sei o que.
Considerei, que uma resignação e aceitação seria menos dolorida.
Não tem aquele ditado que diz: Se o estupro for inevitável, relaxe. Dói menos.
....pois é...
MAS cada vez que estou para entregar os pontos, desistir de tudo, vejo, ouço, assisto na TV a maior apologia a se viver junto da natureza, a felicidade de se comer a fruta no pé, o valor e o bem que faz a gente ter um pomar em casa...
... na TV também vejo, em reportagens, as frutas que eu tinha em casa e o bem que elas fazem, principalmente se colhidas na hora, comidas no pé!
Apologia a tudo que eu fazia e vivia há anos e que tiraram de mim!!!!!!
Isso dói, gente, isso me faz sofrer, isso me faz chorar, isso me faz querer, de volta, tudo que eu tinha...
...e também me dá forças para continuar lutando pelo que tinha, apesar de que, o que realmente eu queria, era voltar para lá:- Pra minha casa, pro meu pomar, pras minhas vacas, pro meu terreiro cheio de bosta de vaca, e, pra ser bem clara, voltar ouvir os plaft, plaft do coco das vacas c......ando no chão, do chuáááá das vacas fazendo xixi, do cheiro da cocheira, do cheiro do capim fresco picado, do cheiro da terra molhada quando chovia, o perfume das árvores em flor, o perfume das frutas maduras...
... não me importa a contaminação!
Se todos sabiam da contaminação há anos, a Shell desde o início, as autoridades "competentes" desde sempre e nunca ninguém se preocupou em me tirar de lá, por que, hoje, não deixam mais?
... tô triste... mas lutando pelo que é meu...
...apesar de umas rasteiras, que andam me dando.
...mas o que é do "home" o bicho não come..
... e o que é da muié, menos ainda...

sábado, 17 de fevereiro de 2007

 

VIOLAÇÃO AO DIREITO À SAÚDE

Esse artigo é grande, mas contém, praticamente, o Caso Shell, de A a Z, principalmente mostrando o perfil ético e moral da mesma, focando, principalmente, os transtornos causados aos Trabalhadores, mas nem por isso negligenciando o que cabe aos moradores do entôrno e ao crime contra o meio ambiente, que consiste na contaminação de todo um lençol freático e solo, onde ela se esparramou, negligente e irresponsávelmente, pouco se importando com a vida e saúde humana, mas sim, como sempre, colocando o lucro e o dinheiro acima de tudo e todos.
ciomara
fonte:-
www.social.org.br
www.social.org.br/relatorio2004/relatorio029.htm
Situações paradigmáticas de violação ao direito à saúde
*Eleonora Menicucci de Oliveira e **Lúcia Maria Xavier
2.2.Contaminação por diversos agroquímicos no Município de Paulínea/São Paulo pela Empresa Shell do Brasil S/A .
...
...
Na década de 70, a empresa Shell Brasil S/A implantou sua unidade industrial de formulação de defensivos agrícolas no município de Paulinea, Estado de São Paulo, em área contígua a um bairro residencial denominado “Recanto dos Pássaros”, que já existia previamente à instalação da empresa. Segundo a atual proprietária da planta, a Basf, temos resumidamente, no histórico dessa fábrica, os seguintes acontecimentos:
- 1974 – Aquisição do terreno pela Shell.
- 1977 – Início de operações (formulação e síntese de organofosdorados).
- 1984 – Início da formulação de herbicidas
- 1989 – Início da síntese de inseticidas piretróides
- 1992 – Início da síntese do “Torque” (produto acaricida)
- A Shell formulou organoclorados até 1990.
- Em 1996 a fábrica foi comprada pela Cyanamid.
- Em Julho de 2000 a fábrica foi adquirida pela Basf.
Entre os diversos agroquímicos que passaram a ser ali formulados, incluíam os inseticidas organoclorados Aldrin, Endrin e DDT e a produção de inseticidas organofosforados.
Durante seu período de operação, a Shell utilizou dois incineradores e um poço de queima que, por mais de uma década, queimaram resíduos sólidos diversos (varrição geral, restos de embalagem, material de manutenção, equipamentos de segurança individual dos operadores etc), além da queima dos resíduos organoclorados sólidos e líqüidos da fábrica de ionol e amostras descartadas do laboratório de análises químicas.
Convém ressaltar que os incineradores foram desativados após 16 anos de uso por não atenderem aos padrões técnicos de emissão exigidos pela Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo - Cetesb. Durante este período, a empresa contaminou o lençol freático nas proximidades do Rio Atibaia, um importante manancial da região, com os organoclorados aldrin, endrin e dieldrin.
Três vazamentos destes componentes químicos foram oficialmente registrados durante os anos de produção.
A comercialização destes produtos foi interrompida no Brasil em 1985, através da portaria 329 de 2 de setembro de 1985 do Ministério da Agricultura, sendo ainda permitida a comercialização de iscas para formigas e cupinicida destinados a reflorestamentos elaborados à base de aldrin. Entretanto, a fabricação para exportação continuou até 1990.
Em 1998, através da portaria n.º 12 do Ministério da Saúde, estes produtos foram completamente proibidos. Hoje os “Drins” também são banidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) por estarem associados à incidência de câncer e a disfunções dos sistemas reprodutor, endócrino e imunológico.
Em 1994, quando a Shell estava prestes a vender a área para a Cyanamid Química, foi realizado um levantamento do passivo ambiental da unidade para que a transação fosse concluída. Nesse processo foi identificada uma rachadura numa piscina de contenção de resíduos que havia contaminado parte do lençol freático. A empresa realizou uma auto-denúncia junto ao Ministério Público que deu origem a um termo de ajustamento de conduta, condição imposta pela compradora, a Cyanamid. Nesse sentido, a Shell teve que se encarregar da construção de uma barreira hidráulica para evitar o avanço da contaminação do lençol freático.
Entretanto, a empresa ainda não havia admitido qualquer contaminação com drins, nem vazamentos para fora do seu terreno.
Entre os poluentes encontrados no solo e nas águas subterrâneas, nesse primeiro estudo, destacam-se alguns solventes orgânicos: benzeno, xileno, ethilbenzeno; poluentes organoclorados: 1,2 DCE-dicloetano, TCE-tetracloro etano, BHC-benzenohexaclorado, aldrin, endrin, dieldrin; e poluentes inorgânicos: níquel, cobre, zinco e chumbo.
Em 1996, a Shell encomendou dois laudos técnicos sobre a contaminação do lençol freático fora da área da empresa aos laboratórios do Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo, e Lancaster, dos Estados Unidos. O laboratório brasileiro não detectou a presença de contaminantes, mas o norte-americano confirmou a presença de drins na água do subsolo. A Shell manteve em sigilo o relatório do laboratório Lancaster até março de 2000, alegando que o seu resultado foi um “falso positivo”.
Na época, a agência ambiental paulista, Cetesb, recolheu, pela primeira vez, amostras de poços e cisternas do bairro, que foram analisados pela própria Cetesb, pelo laboratório Ceimic, contratado pela Shell e pelo laboratório Tasca, pago pela Prefeitura de Paulínea. Os exames constataram a presença de dieldrin na água.
Em dezembro de 2000, novas amostras foram coletadas pela Cetesb, Instituto Adolfo Lutz e Laboratório Ceimic. As análises comprovaram a contaminação da água dos poços com níveis até 11 vezes acima do permitido na legislação brasileira. Diante de tais resultados, pela primeira vez, a Shell admitiu ser a fonte da contaminação das chácaras das redondezas.
A estocagem e o manuseio de matérias-primas, produtos e resíduos, realizados de forma inadequada (áreas ao ar livre sem sistema de controle de poluentes e desprovidas de piso e sistemas de contenção), aliada à própria disposição inadequada de resíduos no solo, inclusive cinzas do incinerador, resultaram na imediata poluição do ar, solo e, posteriormente, das águas subterrâneas da área.
Em fevereiro de 2001 a empresa de consultoria holandesa Haskoning orientou a Shell a realizar um monitoramento mais abrangente, que detectou a presença de metais pesados (níquel, cobre, zinco, chumbo, alumínio e arsênico), poluentes organoclorados (drins) e óleos minerais.
O caso ganha, definitivamente, espaço na imprensa. Em fevereiro de 2001, cerca de 100 moradores da região fizeram uma vigília de vários dias em frente à fábrica.
Inicia-se uma etapa de avaliações da saúde dos moradores vizinhos da fábrica. A Prefeitura de Paulínea contratou o laboratório de toxicologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para realizar os respectivos exames de análises clínicas. Divulgados em agosto de 2001, os exames indicaram que 156 pessoas – 86% dos moradores do bairro – apresentavam pelo menos um tipo de resíduo tóxico no organismo. Desses, 88 apresentam quadro clínico compatível com intoxicação crônica, 59 apresentavam tumores hepáticos e da tireóide e 72 estavam contaminados por drins. Das 50 crianças de até 15 anos de idade avaliadas, 27 manifestavam quadro clínico de contaminação crônica. A empresa contestou tais resultados, que considerou inconsistentes e incompletos.
Segundo o médico Dr. Igor Vassilief, presidente da Associação Brasileira de Toxicologia e professor da Unesp, um dos casos marcantes foi o de uma menina de sete anos com níveis altíssimos de chumbo no sangue, peso e altura abaixo da média e baixo desempenho escolar. A empresa negou que tivesse manipulado metais na unidade de Paulínea.
Os médicos da Vigilância Sanitária e Ambiental do município de Paulínea, responsáveis pela avaliação da saúde dos moradores do bairro, Dr. Igor Vassilief e Dra. Cláudia Guerreiro, foram denunciados pela Shell junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) com a alegação de que os referidos profissionais estariam levando a população ao pânico. Esta denúncia foi arquivada por falta de indícios de má prática ou e ausência de quaisquer outras irregularidades disciplinares.
A empresa, por sua vez, contratou um professor da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Dr. Flávio Zambrone, para elaboração de um parecer próprio a respeito do estado de saúde dos moradores. Tal laudo concluiu que não havia nenhum caso de contaminação no bairro. A Associação dos Moradores do Bairro Recanto dos Pássaros, da mesma forma, denunciou junto ao Cremesp o assistente técnico da empresa. Tal denúncia foi julgada procedente e o médico envolvido (Dr. Zambrone) responde a processo por descumprimento do Código Brasileiro de Ética Médica.
Em setembro de 2001, o Greenpeace enviou um relatório sobre o caso para os diretores da FTSE 4 Good, um índice ligado à bolsa de valores de Londres para investimento socialmente responsável, que lista empresas de acordo com seu comportamento ético.
Em dezembro de 2001, a justiça do Estado de São Paulo, região de Paulínea, determinou que a Shell removesse os moradores das 66 chácaras do bairro Recantos dos Pássaros. Ela também deveria garantir os tratamentos médicos necessários. A empresa, juntamente com a Cetesb, são alvos de ação civil pública movida pela prefeitura de Paulínea, Ministério Público e pela associação dos moradores do bairro.
Na seqüência, a Shell começou a comprar as propriedades dos moradores dispostos a vendê-las, já tendo adquirido parte das 66 chácaras, por preços não condizentes com o valor real, segundo depoimentos de alguns dos proprietários.
Em fevereiro de 2003, toda a região do bairro adjunto à planta da empresa sofreu uma grande inundação, proveniente da cheia do Rio Atibaia, potencializando os riscos de exposição e intoxicação da população. Toda a área foi interditada pela defesa civil de Paulínea, com a remoção de todos os moradores que ali ainda se encontravam, com exceção de três famílias que recusavam-se a abandonar seus lares.
Em junho de 2002, a câmara dos deputados promoveu uma audiência pública em Brasília para discutir a situação dos ex-funcionários da Shell S/A, com a participação de representantes dos ex-trabalhadores, do sindicato dos químicos unificados de Campinas, da Shell e de seu consultor médico.
Na mesma época, um ex-funcionário da empresa confirma a existência de quatro aterros clandestinos dentro da área da fábrica, onde a Shell depositava cinzas do incinerador e resíduos industriais. Na seqüência, a Cetesb admite que errou ao não solicitar uma avaliação das condições do solo e da água do Recanto dos Pássaros.
Durante seu período de funcionamento, na planta industrial da Shell, estiveram expostos aos contaminantes ali presente, 844 trabalhadores, segundo o Sindicato dos Químicos Unificados.
Em setembro de 1982, foi apresentado no Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, um estudo de autoria do médico do trabalho da Shell em Paulínea, Dr. Reinaldo Farina, sobre avaliação de análises de colinesterase, indicador de intoxicação por inseticidas organofosforados. Embora o estudo não tenha analisado a contaminação e exposição pelos inseticidas organoclorados, o mesmo descreve 177 casos de intoxicações subclínicas e um caso de intoxicação clínica pelos organofosforados entre os trabalhadores da empresa, durante o período de 1978 a 1982, o que indica um grau elevado de exposição.
É importante ressaltar que o agrotóxico produzido e manipulado por este contingente de trabalhadores foi desenvolvido e patenteado pela própria Shell, cuja criação e formulação é mantida em segredo pela empresa. Hoje, a antiga planta da Shell pertence à Basf, que a comprou da Cyanamid no ano de 2000.
Para defender seus direitos e responsabilizar a Shell Brasil S.A. por esse crime de contaminação, os hoje 844 ex-trabalhadores da empresa formaram a Comissão de Ex-Trabalhadores da Shell que, juntamente com a Regional de Campinas do Sindicato Químicos Unificados, vem atuando em várias frentes nesse trabalho, nos campos da saúde, do jurídico e em ações políticas.
A Shell se recusa a negociar a realização de exames independentes e confiáveis em seus ex-trabalhadores.
Preocupado com as denúncias feitas, a princípio pelos moradores e posteriormente pelos ex-funcionários, da ocorrência de contaminações por produtos químicos provenientes da fábrica da Shell Brasil S.A. localizada em Paulínea, a Regional de Campinas do Sindicato Químicos Unificados buscou a empresa para tratar o assunto com a seriedade que ele merece.
Junto ao sindicato, dessas tentativas vem participando a Comissão de Ex-Trabalhadores da Shell, formada pelos ex-funcionários da empresa após as denúncias de contaminação virem a público.
Desde o começo do ano de 2001 o sindicato procurou estabelecer contato direto com a Shell e, depois de muitas tentativas infrutíferas, somente conseguiu algo concreto quando foi marcada uma reunião na sede da entidade, em Campinas, no dia 5 de maio de 2001. Nesse dia foi entregue aos representantes da empresa uma pauta de reivindicações contendo os seguintes pontos:
1) o acesso aos prontuários, exames e estudos de saúde realizados em todos os trabalhadores;
2) a garantia de exames de saúde específicos, de qualidade e confiança dos trabalhadores, dando conta da condição atual de saúde dos mesmos;
3) a listagem de todos os trabalhadores, ex-funcionários ou não, que laboraram na planta de Paulínea;
4) informações sobre substâncias, produtos e resíduos manipulados no Centro Industrial Shell Paulínea - CISP.
No dia 31 de maio, a Shell, atendendo às reivindicações, informou que:
1) o acesso aos prontuários somente poderia ser feito mediante a apresentação de autorização expressa do trabalhador, com indicação do profissional médico a quem os documentos seriam entregues;
2) somente garantiria a realização de exames após investigação e levantamento de dados que dessem conta da vida laboral do ex-funcionário e, uma vez identificado, seria avaliado em conjunto com o sindicato e Comissão de Ex-Trabalhadores a necessidade ou não da realização de exames;
3) nesse dia a empresa entregou uma lista dos ex-empregados que trabalharam na unidade de Paulínea, desde 1977 até a data atual; 4) forneceu uma listagem das substâncias, produtos e resíduos manipulados e produzidos na sua unidade em Paulínea.
Posteriormente, no que diz respeito à entrega dos prontuários médicos aos ex-funcionários, a Shell concordou em fornecê-los àqueles que se dirigissem pessoalmente ao consultório médico, independentemente de submetê-los a exames. Soube-se mais tarde, através de declarações entregues a alguns pacientes solicitantes, que tais prontuários médicos não se encontrariam mais em poder da Shell. Convém aqui lembrar que a guarda destes documentos por um período de 20 anos decorre de obrigação prevista na legislação (NR 7).
A Shell, no entanto, a partir daí, radicaliza quanto a forma de se estabelecer um protocolo único entre a empresa, o sindicato e a comissão para a avaliação clínica dos trabalhadores na medida em que ela, assistida por seu departamento médico, apresentou uma proposta técnica que se figura flagrantemente insuficiente para as necessidades que o caso requer.
Isto porque, diante da complexidade do tema abordado, demonstra-se primordial definir, científica e metodologicamente, as doenças, lesões, males ou quaisquer alterações - físicas, fisiológicas, metabólicas, psíquicas, mentais ou neurológicas - que possam ser causadas por exposição, inalação, contato, ingestão de drins e derivados, metais pesados, hidrocarbonetos policíclicos, dioxinas e furanos, sem prejuízo de outros elementos que possam interferir, direta ou indiretamente, no diagnóstico suspeito de doenças daí decorrentes. E a Shell, desde então, mantém-se firme na negativa em buscar, conjuntamente, essas definições.
Quer impor, de qualquer forma, a sua.
Buscando se aproximar ao máximo dos objetivos acima, a Regional de Campinas do Sindicato Químicos Unificados, através de seu assistente médico, elaborou um protocolo médico próprio, o qual, além de mais completo e abrangente, prioriza a realização de um trabalho em conjunto, sob o controle e ingerência dos próprios trabalhadores (representados pela Comissão de Ex-Trabalhadores), da entidade sindical e da empresa Shell, sendo essas duas últimas assistidas por seus departamentos médico e por suas assessorias técnicas.
Diante dos pontos de discordância travados na questão protocolos médicos, o sindicato buscou, ainda no final de 2001, a realização de reunião em conjunto com a Shell, contemplando a feitura de um método de trabalho único e comum, o que até a presente data não se revelou possível por omissão acintosa e deliberada da empresa.
Assim outra alternativa não restou ao sindicato que a de mover uma Ação Civil Pública contra a Shell Brasil S.A., protocolada no dia 15 de agosto de 2002 na Justiça do Trabalho em Paulínea.
3-Preocupações e reflexões: Acesso, equidade e integralidade
A Saúde é considerada como um direito do cidadão e da cidadã, independente de raça, cor, credo ou religião, classe social, sexo e orientação sexual. É pautada nos princípios da integralidade, universalidade, equidade, hierarquização e controle social
O estado brasileiro, por força da Constituição Federal, tem o dever de promover a saúde nos níveis de prevenção, promoção, cura/reabilitação, garantindo a participação de todos os setores sociais envolvidos nas ações de saúde.
Os marcos legais e conceituais nacional e internacional dão sustentação ao direito à saúde e ainda o Artigo 12 do Pacto que preconiza que
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa desfrutar o mais elevado nível possível de saúde física e mental.
2. As medidas que os Estados partes do presente Pacto deverão adotar com o fim de assegurar o pleno exercício desse direito incluirão as medidas que se façam necessárias para assegurar:
a) a diminuição da mortalidade infantil, bem como o desenvolvimento são crianças;
b) a melhoria de todos os aspectos de higiene do trabalho e do meio ambiente;
c) a prevenção e tratamento das doenças epidêmicas, endêmicas, profissionais e outras, bem como a luta contra essas doenças;
d) a criação de condições que assegurem a todos assistência médica e serviços médicos em caso de enfermidade.
e) Diminuição da morte materna no Brasil.
f) Punição da empresa Shell
*Eleonora Menicucci de Oliveira é relatora nacional para o Direito à Saúde
**Lúcia Maria Xavier é Coordenadora de Criola e assessora da Relatoria Nacional para o Direito à Saúde

 

2001 E 2002


25/08/ 2001
PAULÍNIA

Shell contesta relatório e quer manter moradores.
O toxicologista Flávio Zambrone, da Shell, disse que havia equívocos na interpretação do laudo que foi alaborado pelos médicos da Secretaria de Saúde do município paulista
CAMPINAS, SP – A Shell Química do Brasil, representada pela vice-presidente da Divisão Química, Maria Lúcia Braz Pinheiro, e pelo médico toxicologista Flávio Zambrone, questionou ontem, em Campinas, o relatório divulgado na quinta-feira apontando a contaminação por metais e organoclorados de moradores do Recanto dos Pássaros, bairro de Paulínia. O médico apontou equívocos na interpretação dos resultados dos exames e disse que os moradores não estão contaminados.
Maria Lúcia descartou a remoção dos moradores do bairro, como indica o laudo. Nas décadas de 70, 80 e 90, a Shell produziu defensivos agrícolas no bairro.
O documento, elaborado por médicos da Secretaria de Saúde de Paulínia, a partir de exames feitos pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 181 moradores, informa que 86% dos examinados têm no organismo pelo menos um metal ou organoclorado acima dos níveis recomendados.

Conforme o laudo, 88 adultos e 27 crianças apresentam quadro de contaminação crônica.
A médica Cláudia Guerreiro e o toxicologista Igor Vassilieff, que assinam o texto da prefeitura, afirmam que a fonte contaminadora continua no local e recomendam a remoção dos moradores o mais rapidamente possível, para evitar que continuem expostos aos elementos químicos.
Para o toxicologista Zambrone, houve interpretação equivocada dos resultados. Segundo ele, os índices utilizados para determinar a contaminação não têm respaldo científico.
___________________________________
Jornal do Commercio. Recife - 25.08.2001Sábado

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX



.



Conselho Regional de Medicina abre processo contra consultor da Shell com base em acusações de ferir Código de Ética Médica
05/o9/2002.


Paulínia, SP - O Conselho Regional de Medicina de São Paulo abriu um processo contra o toxicologista Flávio Zambrone, consultor da Shell Química do Brasil, empresa responsável pela contaminação do solo e do aqüífero do Recanto dos Pássaros, em Paulínia.
O processo foi aberto a partir de uma representação da Associação de Moradores do bairro. A Associação acusa Zambrone de infringir 14 artigos do Código de Ética Médica.
Entre as acusações, conforme o morador Antônio de Pádua Melo, está o fato de que exames médicos patrocinados pela Shell não contemplaram moradores do bairro, foram insuficientes e não abrangentes, já que verificaram a contaminação por apenas duas substâncias, enquanto a empresa manipulou pelo menos 20 na unidade de Paulínia.
Zambrone, representando a Shell, afirma que não há casos de contaminações entre os moradores, ainda que não descarte a hipótese do desenvolvimento de doenças a partir do contato com as substâncias fabricadas pela Shell nos anos 70 e 80, os pesticidas organoclorados.
Médicos da Prefeitura de Paulínia, a sanitarista Cláudia Guerreiro e o toxicologista Igor Vassilieff, afirmam que há moradores contaminados, a partir de exames paralelos patrocinados pelo município. Cláudia chegou a divulgar que há casos de moradores com câncer provocado pelos pesticidas, contrariando a literatura médica que não aponta nexo causal entre a doença e os organoclorados.
Zambrone se limitou a dizer que não foi comunicado sobre o processo. A Shell também entrou com representação contra os dois médicos da prefeitura, acusando-os de estarem espalhando pânico entre os moradores. A associação também prepara um processo de indenização contra a indústria por danos à saúde.

Fonte: Agência Estado,em 05 de setembro de 2002, por Silvana Guaime

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


O JULGAMENTO DESSE PROCESSO SE DARÁ POR ESSES DIAS/SEMANAS (FEV./MARÇO 2007) E SERÁ EM SÃO PAULO.

AINDA NÃO TENHO A DATA CERTA.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

 

só foto???

Altura kaká 1.86m
Esse é o meu KAKÁ, em 2003, no portão de casa, antes de terem nos arrancado do nosso paraíso...



Esse é o meu Karl, aqui no hotel(02/2oo7) e seu filhinho Kaíki.


tenho umas coisas para escrever, mas hoje não vai dar tempo.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

 

DOS QUÍMICOS UNIFICADOS

Achei isso, abaixo. no www.quimicosunificados.com.br

eu não tinha lido essa reportagem do Correio...

janeiro/2007
Reprodução na íntegra de reportagem publicada dia 12 de janeiro de 2007, no jornal
Correio Popular, de Campinas
Justiça suspende demolição da Shell
Antiga fábrica de pesticidas no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, foi interditada a pedido da Procuradoria do Trabalho
Gustavo Magnusson/AANGalpão da Shell com telhas já removidas: demolição interrompida por decisão judicial
Tote Nunes DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
A juíza Daniela Macia Ferraz, da 2ª Vara do Trabalho de Paulínia, determinou anteontem (10 de janeiro) a suspensão do programa de demolição dos prédios da planta industrial da antiga fábrica de pesticidas da Shell Química S.A. — onde foi registrado um dos maiores desastres ambientais do País, com a contaminação do solo, de águas subterrâneas e de trabalhadores e moradores do bairro Recanto dos Pássaros por resíduos tóxicos e metais pesados.
Atendendo a uma ação cautelar ajuizada pela procuradora Clarissa Ribeiro Schinestsck, da Procuradoria do Trabalho da 15ª Região, a juíza determinou, além da suspensão da demolição, que o Ministério da Saúde faça a designação de peritos para coleta de poeira depositada nas paredes e telhados dos prédios.
Procuradoria teme a destruição de provas com a derrubada
De acordo com a decisão da juíza, o material deverá ser submetido a análise de laboratórios oficiais do governo. A procuradora ajuizou a ação temendo que, com a derrubada dos prédios, ocorresse a destruição de provas de contaminação em eventuais processos trabalhistas contra a Shell ou a Basf — empresa que ocupou a planta em Paulínia a partir de 2000.
A Basf — que é a responsável pelo programa de demolição — informou que ainda não decidiu se vai recorrer da decisão. A empresa ainda vai analisar a determinação judicial.
Moradores do bairro Recanto dos Pássaros e trabalhadores da fábrica de pesticidas conviveram por 25 anos com os efeitos nocivos da planta química, ocupada primeiramente pela Shell Química do Brasil e depois pela Basf.
Em 1995, a Shell protocolou uma autodenúncia de contaminação da área no Ministério Público Estadual (MP).
No ano seguinte, o laboratório Lancaster, dos Estados Unidos, constatou que os níveis de contaminação eram 16 vezes superiores ao tolerável, mas só em 2000 o MP denunciou o problema.
Em 2001, após detecção de metais como chumbo e titânio no organismo de moradores do bairro Recanto dos Pássaros — onde foi instalada a planta industrial —, a Shell comprou as chácaras localizadas nas imediações e iniciou a demolição das casas. Em 2003, houve a desocupação do bairro e a construção de uma barreira hidráulica para evitar que a contaminação chegasse ao Rio Atibaia. No começo deste ano, a Basf iniciou o processo de demolição dos prédios, que estavam desativados desde dezembro de 2002.
No despacho, a juíza diz que decidiu pela suspensão “para salvaguardar a incolumidade (preservação) do local”. É possível que, depois de coletado o material pelos peritos do governo, a área seja liberada para a conclusão dos trabalhos de demolição.
A derrubada começou a ser feita na segunda-feira e, neste período, 20 caminhões de entulhos foram retirados, segundo informou o auditor fiscal do Ministério do Trabalho, João Batista Amâncio. O coordenador da Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq), Antonio de Marco Rastero, disse ontem que dois prédios já foram derrubados. De acordo com ele, restam ainda mais sete ou oito construções — entre antigas unidades de fabricação e armazéns para estocagem de produtos.
A Basf informou que a operação de demolição iria ser concluída em 12 semanas. Neste período, deveriam ser retiradas 14 mil toneladas de entulho. O material seria encaminhado para o aterro industrial da SASA, no município de Tremembé, na região de São José dos Campos.
De acordo com a indústria, as atividades começaram com a remoção das telhas de fibrocimento dos prédios, seguida das estruturas de sustentação dessas telhas. Por último, deveria ocorrer a demolição das alvenarias. A Basf — que contratou uma empresa de engenharia para realizar o serviço — garante que não existem mais moradores nas proximidades da fábrica. A empresa diz ainda que não decidiu o que fará com a área após a demolição.
O mandado judicial foi cumprido ainda na quarta-feira. A área foi lacrada e as máquinas e equipamentos retirados do local.
Vítimas
O número de pessoas contaminadas pela Shell Química ainda é uma incógnita. A Atesq sustenta que entre 1977, quando a fábrica foi instalada, até 1995, quando foi iniciado o processo de remediação, 844 trabalhadores passaram pela indústria.
A entidade tem 425 cadastrados e acredita que pelo menos 60% desse grupo apresente alguma alteração na saúde por conta do processo de contaminação. “Nós estamos estranhando muito a lentidão da Justiça, porque já ficou muito claro que houve contaminação, mas ainda não temos uma sentença condenatória”, diz.
Rastero lembra que, além dos 844 trabalhadores, havia ainda os que eram contratados por empresas terceirizadas. Ele não soube estimar o número de terceiros que passaram pela indústria neste período.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXx
Obs. minha:- A Shell AINDA não comprou todas as chácaras, não.
...e a minha eu só vendo depois de serem feitas as análises que peço há anos e DEPOIS conseguir os resultados das análises da água do meu poço (cacimba) do qual usei a água para todos os fins durante os anos todos que a Shell e Basf estiveram na frente do meu portão envenenando tudo.
Análises essas que não consigo encontrar, ou melhor, que ninguém quer me dar.
....pois tem caroço nesse angu!!!! ...como tem!!!!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

 

TEMPO.....




OLÁ CRIANÇAS!!!

PRECISO DAR UM TEMPO....
ESTAMOS COMEÇANDO, OU MELHOR, JÁ ESTAMOS QUASE TERMINANDO DE, MONTAR A AÇÃO MINHA CONTRA A SHELL E NESSA FASE, QUASE FINAL, O TRABALHO TRIPLICA, POIS TENHO QUE PASSAR TUDO PARA OS ADVS., DOCUMENTOS, LAUDOS, TABELAS, PROVAS, RELATÓRIOS E MIL COISAS MAIS, PARA ELES PODEREM MONTAR O "TREM".
Eu tenho mania de escrever, sempre, EU, MEU, MINHA, mas é força do hábito, e EU, MEU, MINHA, sempre, quer dizer NÓS, como já expliquei, há algum tempo atrás, nesse mesmo blog.
Em tudo que se fazia em casa, sempre éramos nós!
Eu, meus filhos e minha mãe, no que podia fazer. (note: sempre começo com EU, dizem que isso é egoísmo!!)..

...mas voltemos "para a vaca fria": - a ação não é só MINHA, é NOSSA, da família Rodrigues, Dalledonne, Franz... comecei com Rodrigues, que é o sobrenome do meu pai, Dalledonne o da minha mãe e Franz do pai(?)* dos meus filhos.
Até hoje eu tenho, só, me defendido da Ação que a Shell move contra mim, só contra mim, agora vai ser "de igual para igual". Ela contra mim e EU/NÓS, não contra ela, mas a MEU/NOSSO favor!!!!!
...quero só ter, de volta, o que ela tirou, destruiu, a garantia de vida e a SEGURANÇA, que EU/NÓS tínhamos na MINHA/NOSSA CASA, com as MINHAS/NOSSAS COISAS, com o MEU/NOSSO TRABALHO, com as MINHAS/NOSSAS FRUTAS, com as MINHAS/NOSSAS VACAS DE LEITE, que ela, A SHELL, descredibilizou com a contaminhação, com a MINHA/NOSSA terra, além de etc., etc., etc., etc.,.......sem contar nosso passado nossas vidas, nossas raízes, nossos sonhos, nosso amor por tudo que nos cercava e que ela, a SHELL, aniquilou, pisoteou e não respeitou, nunca, desde, que se instalou no MEU/NOSSO PORTÃO.

AGORA "NÓIS VAI PRO PAU"!!

* Pai é quem cria e quem criou os filhos fui eu, ele só entrou com o nome...


ATÉ MAIS VER, OU MELHOR, ESCREVER.....


terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

 

Piada.

MINHA COCHEIRINHA. 2003

MEG E SARA AO FUNDO. 2003
Vou contar uma piada.

Uma vez um milionário excêntrico contratou uma construtora de renome e perguntou:
- Vo6 fazem qualquer tipo de construção?
O responsável pela construtora respondeu que sim.
O milionário insistiu:- Mas todos os tipos mesmo??
o outro respondeu:- Não tenha dúvidas que sim.
Daí o milionário disse:- Então eu quero uma casa no ar, flutuante...
O cara da construtora, pensou, fez anotações, cálculos... e disse:-
-Começamos amanhã. É só o sr. pôr o material no pé da obra.


...POIS É....

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

 

Futuro????

minha Sara, 2003!!!

Meg, Lolita e Chica, 2003

minha Lolita, em 2003.

Belinha, eu e Nena em frente de casa. 1980

eu, (52 anos) em dezembro de 1998

Olá!


Vou escrever algo rapidinho...
Sempre ouço dizer e muitas pessoas disseram, diretamente, para mim, que:- Não devemos olhar para trás, devemos olhar para a frente e esquecer o passado, que a felicidade se baseia nisso, etc. etc. etc.., inclusive, já ouvi isso, muitas vezes, de pessoas da Shell.
Agora pergunto:- Não é verdade que o presente é conseqüência do passado? ...pois se você não plantou uma árvore no passado, você não colhe o fruto hoje.
Não seria, também, verdade, que o meu futuro vai depender do que eu plantar hoje?
... ou será que não devo plantar nada no presente, porque posso morrer hoje mesmo???
...se eu não tivesse sido o que fui, feito o que fiz e o que deixei de fazer, eu não seria como, hoje, sou, penso eu.
Pergunto mais, para "meus amigos" da Shell:- Como vou olhar para frente, para o futuro, se não tenho mais um passado, um chão?? O passado, o chão e o alicerce vocês roubaram de mim! Como querem que eu construa um futuro? .. se ele seria a conseqüência do que vocês destruíram?
... pois é amigos, falar é fácil, língua não tem osso!!!

...E SÓ TEM UMA COISA QUE NÃO ENTENDO:- EU NÃO PLANTEI IRRESPONSABILIDADE, NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA; EU NÃO CONTAMINEI NEM ENVENENEI NADA, NEM COMETI CRIME NENHUM CONTRA O MEIO AMBIENTE OU CONTRA O QUE QUER QUE SEJA, ENTÃO, PORQUE TENHO QUE COLHER AS CONSEQÜÊNCIAS DESSES ATOS QUE NÃO FORAM MEUS??

PÔ SHELL, SE MANCA!!! DEVOLVE O QUE ME TIROU OU PELO MENOS PARTE DO QUE DESTRUIU, POIS TUDO, VOCÊ NÃO TEM "CACIFE" PARA PAGAR!!!
EU NÃO TINHA MUITO, perto de você, shell, sou menos que um grão de areia, MAS eu TINHA TUDO QUE PRECISAVA PARA VIVER E SER FELIZ, coisa que o seu dinheiro todo não dá para pagar!
...


sábado, 3 de fevereiro de 2007

 

FOTOS DO RECANTO... POÇO FUNDO.

MEU PORTÃO COBERTO PELO MATO
LOTE 20

ENTRADA DA ETA

ETA DA SHELL, LOTE 19


trabalhadores construindo a ETA no lote19


MEU GATO TOFFY


demolição casa lote 19 (todos sem EPIs)

muro da divisa dos lotes 18 e 19


equipe demolindo e acompanhando demolição no lote 19, todos sem EPI


lote 19, depois de removida a madeira rachada para lenha


raízes dos coqueiros cortados no lote 19


mais coqueiros cortados no lote 19 e meu capim e cana atrás do muro


madeira das árvores cortadas do lote 19, rachadas e vendidas para lenha.

A PERSISTÊNCIA É O CAMINHO DO ÊXITO.
(Chaplin)


 

?!?!?!



Vocês vão entender o porquê dessas fotos só depois de lerem tudo o que escrevi mais abaixo.



vista quase total da chácara nº 19: piscina e área da churrasqueira à esquerda, casa principal ao centro e casa do caseiro à direita. Minha chácara fica à esquerda.


casinha do caseiro da onde também tiraram as telhas para análise, além do reboco, ver entre a porta e a janela da esquerda.


muro da divisa minha com o lote nº 19 (hoje a ETA), o capim e a cana das minhas vacas.


O ... na limpeza da chácara para a demolição(sem EPI)


muro da frente da chácara(note a quantidade de coqueiros foram cortados)


casa principal da onde, também, foram colhidas amostras para análises, com parte da casa de caseiro do lado direito.


O ... e outro que não conheço na limpeza da chácara.

CASO SHELL
Basf retoma demolição de fábrica desativada
Justiça permitiu a continuidade da obra, desde que observadas condições de saúde e segurança
Claudete Campos - Paulínia
Fábrica desativada da Shell: demolição foi retomada
A Basf S.A. vai retomar a demolição das instalações da indústria desativada no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, que também abrigou unidade da Shell Química do Brasil e da Cyanamid. A propriedade está contaminada por agrotóxicos e em fase de descontaminação. O Ministério Público do Trabalho da 15ª Região concordou com a continuidade da demolição, porque foram preservadas as provas da contaminação. Uma liminar concedida pela juíza Daniela Macia Ferraz, da Segunda Vara do Trabalho, de Paulínia, impedia a demolição para impedir destruição de provas.
Mas a procuradora Clarissa Ribeiro Schinestsck concordou com a derrubada dos prédios desde que observadas as condições de saúde e segurança estabelecidas pela legislação e as exigências da comissão formada pela Vigilância Sanitária de Paulínia, DRT (Delegacia Regional do Trabalho), DIR 12 (Diretoria Regional de Saúde), Centro de Referência de Saúde dos Trabalhadores de Campinas e Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Anteontem, das 10h30 às 18h30, técnicos do Ministério da Saúde fizeram coletas de material particulado na fábrica. Os trabalhos técnicos de coleta de poeira visam conferir melhor tratamento de saúde aos trabalhadores, tomando-se como base a real exposição deles à contaminação no passado. Após negociações entre a Justiça e a Basf, foi formulado um acordo homologado pelo juízo no último dia 24, no qual a Basf assumiu os custos com as análises laboratoriais, e, com isso, foi autorizada retomada da demolição.
O secretário de Defesa e Desenvolvimento do Meio Ambiente, Paulo Souza, presidente da Associação dos Moradores do Recanto dos Pássaros, explicou que substâncias tóxicas como dioxinas e furanos geradas por diversos procedimentos industriais podem ser liberadas, inclusive na queima de resíduos no incinerador. Dioxinas são substâncias tóxicas e cancerígenas liberadas por plásticos, processos químicos industriais, incineração, óleos lubrificantes e herbicidas.
Ele pede que a prefeitura custeie coletas de partículas nas paredes das chácaras do bairro ainda não demolidas, para verificar se também foram afetadas pela poluição ambiental.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OBSERVAÇÃO:- Ainda bem que o Paulinho disse que "pede que a Prefeitura custeie a coleta de partículas nas paredes das chácaras...", pois o pedido para que isso seja feito é meu, só meu, ...mas como sempre, na minha passagem por esse mundo cão,- "papagaio come o milho, piriquito leva a fama".

Quem manda piriquito ser pequeno e não saber falar! (eu só sei escrever, não tenho o dom da palavra...)...

Ah! ia esquecendo!!! Foram feitas algumas análises das paredes e telhados de uma chácara lá!!!

Foi na chácara nº19, onde hoje é a ETA, chácara essa que foi totalmente reformada, desde o telhado, madeiramento e telhas, forro de madeira, piso, reboco e tudo mais, UM ANO ANTES DE SER VENDIDA para a Shell E COLHIDAS AS AMOSTRAS, TENHO FOTO.

Essa denúncia ou observação eu já fiz, principalmente, num relatório(ou dossiê, como me falaram que era) para o dep. Zica, em outubro de 2005 e, que, inclusive, estão postados nesse blog, todos os relatatórios e pedidos que fiz naquele ano. vou anexar um deles, de novo, aqui.

PAULÍNIA, 10 DE OUTUBRO DE 2005.

Ao

Deputado Federal Luciano Zica

Prezado Deputado, o senhor já esteve em minha antiga casa, no Bairro Recanto dos Pássaros, quando tivemos a oportunidade de tratar brevemente dos assuntos que retomo nesta carta, por acreditar que seu mandato tem tais prerrogativas e saber de sua seriedade e compromisso com nossa causa, reafirmo minha expectativa de sua intervenção em nosso favor.

Conto com seu apoio para exercer meu direito de cidadã de ter esclarecimentos da Shell, Cetesb e demais órgãos competentes do que foi imposto pela Prefeitura de Paulínia, ou seja, direito de ter os resultados de todos os exames, análises, laudos e relatórios do local interditado, elucidando, assim, a causa e o porquê da remoção de todos os moradores, sob alegação de contaminação e prejuízo à saúde (Decreto Municipal nº 5029 de 18 de Fevereiro de 2003) em conseqüência de contaminação causada pelas multinacionais Shell, Cyanamid e Basf, que se instalaram no local desde a década de 70.

Gostaria de receber, da Shell e Cetesb o resultado de todas as análises de água e solo realizadas em minha propriedade (de 2001 até os dias de hoje), situada na Avenida Roberto Simonsen nº 2101 no Bairro Recanto dos Pássaros,(antigo Poço Fundo) na cidade de Paulínia SP. Creio que tenho direito de saber em que solo eu vivi, plantei e colhi; e que água bebi e usei para todos os fins, (eu e minha família) durante mais de vinte anos. Pois, até a presente data, de nada fui informada pelas autoridades.

Entendo que os responsáveis pelas análises deveriam fazer análises das telhas, madeiramento e paredes externas também da minha casa. Tais estudos, deputado, foram realizados em uma chácara do bairro (local 19), porem esse local 19 tinha sido totalmente reformado, desde o telhado até o piso, um ano antes de serem colhidas as amostras para análise. A minha propriedade foi uma das primeiras, senão a primeira a ser construída no bairro e permanece, até hoje, com o telhado, madeiramento e revestimento externo originais, o que esclareceria mais e melhor, se quiserem saber a realidade do que se passou no bairro e a proporção da contaminação que também pode ser esclarecida com a ajuda dessas análises. (O local 19 foi reformado em 2000/2001 e os incineradores da Industria em questão foram desativados, pela Cetesb, em 1992).

Entendo como necessário a avaliação da saúde de todos antigos moradores e não só dos que residiam no local na época da interdição e remoção. Moradores esses que já residiam no local, quando a Shell se instalou no bairro. Época em que tambores de produtos químicos eram estocados a céu aberto e em conseqüência disso enferrujavam, se deterioravam, se rompiam e deixavam vazar para o solo, seguindo para o lençol freático e meio ambiente, o seu conteúdo tóxico; época que os incineradores de sólidos/líquidos trabalhavam a todo vapor e sem filtros; época dos vazamentos dos tanques de decantação, enfim, moradores, que, como eu e minha família, passaram por todo processo de contaminação a que o bairro ficou exposto desde a instalação da indústria e de suas sucessoras.

Acho fundamental que a Prefeitura de Paulínia dê continuidade ao tratamento e acompanhamento médico dos moradores, (removidos do local em 2003, decreto Municipal nº 5029, acima citado), que foi interrompido pela Prefeitura, sem nenhuma explicação ou esclarecimento, em Janeiro deste ano de 2005 e até agora estamos relegados ao esquecimento.

Como, até hoje, não se tem nada de oficial, que nos convença e prove em definitivo a necessidade ou não da remoção dos moradores e a interdição do bairro e, ainda mais, tendo o conhecimento de que o local é pretendido para ser um Parque Municipal Público, cabem as perguntas que não consigo calar:- Local tão ruim onde não se pode viver ou tão bom que serve para um Parque Público? Ou a que conveniências serve a interdição? Ou a quem serve e beneficia “o abafa”, que vem ocorrendo desde 2001?

Uma vez que, o local tem sido livremente freqüentado 24 (vinte e quatro) horas por dia, por seguranças da Shell, trabalhadores de firmas terceirizadas pela Shell, engenheiros, motoristas e etc e todos sem nenhum equipamento de segurança exigido para se transitar ou permanecer diuturnamente em local interditado por oferecer risco a vida e saúde. Tenho fotos, muitas fotos e protocolos de comunicados que fiz para a Prefeitura e Vigilância Sanitária de Paulínia.

Para finalizar, não vejo justiça que me desalojem, interfiram negativamente na minha economia, na minha estrutura financeira e familiar, desestabilizem o equilíbrio psicológico, emocional, afetivo e de relacionamento de toda minha família; tudo em conseqüência de procedimentos não esclarecidos, além de desprovidos de respeito, responsabilidade e moral e saiam ilesas, sem esclarecimentos e sem punições, caso sejam cabíveis e merecidas.

Certa de vosso empenho fico no aguardo de breve retorno.

Sem mais.

grata

Paulínia, 10 de Outubro de 2005.

Ciomara de Jesus Rodrigues


Fui atendida nesse pedido e tivemos uma reunião em Paulínia, abaixo a ATA dessa reunião.



ATA



CONTAMINAÇÃO ÁREA SHELL, BAIRRO RECANTO DOS PÁSSAROS - MUNICÍPIO DE PAULÍNIA-SP

Às 14 horas, do dia 01 do mês de dezembro do ano de 2005, reuniu-se na Igreja matriz no Município de Paulínia-SP o Grupo de Trabalho (GT) criado pela Câmara Federal para discutir a contaminação de ex-funcionários e ex-moradores, por pesticidas ocorrida no bairro, devido às atividades industriais da empresa Shell Brasil.

Participaram da reunião os Deputados Federais Luciano Zica e Antonio Carlos Mendes Thame; Sr. Cardoso Teti, representante da Shell; Dr.Almério Mello Filho, Secretário Municipal de Saúde de Paulínia; Dr. Okano, Diretor de Controle Ambiental da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb); Sra. Ciomara de Jesus Rodrigues e Sr. Paulo de Souza, representantes dos ex-moradores do Bairro Recanto dos Pássaros; Sr. Antonio de Marco Rasteiro, representante dos ex-funcionários da empresa; Sr.a Simone Moura, Presidente da Câmara Municipal de Paulínia; Sra. Márcia Bevilacqua, representante da DIR-12.

O Deputado Zica abriu a reunião mostrando a relevância e oportunidade da questão, sendo secundado pelo dep. Mendes Thame que destacou os objetivos da reunião, destinada a coletar os dados e informações necessárias para acompanhar e dar seqüência nos esforços para antecipar soluções definitivas para o gravíssimo problema criado pela contaminação causada pelas Shell/Basf/Cyanamid na área em tela.

O senhor Cardoso fez relato histórico da instalação e produção de defensivos (agro-químicos ou agrotóxicos) de 1977 a 1993, ano em que avaliação ambiental mostrou a ocorrência de contaminação ambiental. Em 1994 apresentou dados ao Ministério Público e assinou TAC, iniciando trabalhos de monitoramento. Em 2001, a Shell iniciou aquisição de propriedades (chácaras) no entorno da fábrica. Posteriormente, decisão judicial determinou a mudança dos moradores do Recanto dos Pássaros. Providenciou o acompanhamento da saúde de 252 ex-trabalhadores. Quanto à questão ambiental, foi contratada a ESALQ para desenvolver projeto de adequação ambiental.

Na seqüência, Dr. Almério Mello Filho, solicitou a anexação do termo de audiência recém realizada em 25/11/2005 na Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região, cuja cópia passa a fazer, em anexo, parte desta Ata. Ressaltou os esforços da Prefeitura de Paulínia para atender aos ex-trabalhadores.

Em seguida, a Dra. Márcia Bevilácqua fez um relato das ações propostas pela DIR-12 e ressaltou parecer do Ministério da Saúde em que fica explícita a necessidade de acompanhamento dos ex-trabalhadores para avaliação clínica e estabelecimento do nexo causal.

Na seqüência, Dr. Otavio Okano, da CETESB ressaltou que há áreas contaminadas em todo o mundo. No Brasil, além disso, existe o problema de áreas ainda não identificadas, verdadeiras “sombras” ou “mimos” que podem “explodir”, por não estarem sendo acompanhadas e isoladas tecnicamente. A seguir o Dr. Mario, também da CETESB, relatou a construção de barreira hidráulica (em 2004) e estação de tratamento da água filtrada do subsolo (2004), remoção do solo contaminado na área junto aos incineradores estando estocado em armazém licenciado; demolição de chácaras e estudo para remoção de cinzas depositadas em poços.

O Sr. Antonio de Marco Rasteiro declarou que não há qualquer dúvida sobre a intoxicação por organo-clorado e outros agentes dos trabalhadores. Mostrou resultados de exames realizados em São Carlos, onde comprova a contaminação ambiental e da saúde dos ex-trabalhadores e moradores expostos a pesticidas organo-clorado, fosforados, piretróides e outros ocorridos no site da Shell, no Bairro Recanto dos Pássaros, Município de Paulínia. Nestes 11 laudos de exames de trabalhadores realizados pela USP- São Carlos, demonstrou a existência no organismo humano de produtos. Exibiu o seu próprio laudo, onde se verifica a presença de 7 clorados, dos quais 4 deles já banidos no mundo. Exibiu, também, parte de estudo de médico contratado pela Shell, Dr. Farina, onde comprova a intoxicação de trabalhadores que manipulavam organo-fosforados . Que as cinzas geradas no incinerador foram soterradas em valas sem critérios de engenharia e estariam supostamente contaminadas, por falhas no sistema de incineração – contavam com análises laboratoriais – só que com falhas. Alega que, supostamente, no poço artesiano de número 2, cujo qual supria de água como potável, e era usada para consumo humano, banho e cozinha, estava situado próximo do aterro de cinzas. Este tinha 3 níveis de captação, sendo o mais próximo da superfície 18 metros de profundidade. Que até 1987, não havia estação de tratamento de água, apenas uma dosagem de cloro. Supostamente, tenham bebido água contaminada. Alega, portanto, que os trabalhadores precisam de tratamento diferenciado. Que o empenho junto a Prefeitura Municipal de Paulínia tenha que ser pela manutenção do atendimento aos ex-moradores e a extensão aos ex-trabalhadores, principalmente aqueles que também moram na cidade. Ainda, que, já se verificaram vários óbitos antecipados.

Em seguida, Sr. Paulo de Souza, relatou sua historia de luta pela causa.

Na seqüência a vereadora Simone Moura ressaltou seu apoio aos reclamantes.

Complementarmente, a CETESB, em resposta ao questionamento do relator Deputado Mendes Thame, afirmou que não vê risco de contaminação do Rio Atibaia.

O senhor Paulo de Souza indagou se há possibilidade de uma emenda para cobrir as despesas dos ex-trabalhadores.

A senhora Rosa, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, apelou no sentido da perspectiva de atendimento aos ex-trabalhadores.

O senhor Reginaldo, diretor do Sindicato dos Químicos Unificados, manifesta estranheza pela recusa da Câmara em permitir a realização da audiência nas dependências daquela casa de leis, uma vez que tal evento havia sido agendado para lá.

O senhor Mauro Bandeira, indaga se a Shell diz que a contaminação é pequena, porque tantos problemas como os que estão sendo relatados e vivenciados pelos trabalhadores e moradores. Pergunta à Shell, que tipo de exames a empresa pagava para os trabalhadores. Em relação à CETESB, a questão é tratada aqui e para os que aqui estão, a companhia tem que apontar respostas e não ficar dizendo que tal coisa acontece no mundo.

Dona Jonacir da Penha reivindicou que a Prefeitura designe um toxicologista como o Dr. Igor, para permanente acompanhamento da saúde dos ex-moradores e ex-trabalhadores.

A Senhora Antonia, ex-moradora e atual residente no hotel indicado pela Shell, reivindicou que os antigos moradores lindeiros à fábrica da Shell, aqueles de antes da remoção, tenham também direito aos mesmos exames a que foram submetidos os ex-moradores.

O Deputado Zica relatou a existência nos Estados Unidos de fundo, com recursos arrecadados junto às empresas, para financiar casos como este. Também relatou Projeto de Lei que apresentou a respeito de passivos ambientais. Destacou a amplitude das questões ambientais bem como o esforço suprapartidário para solucioná-la.

O Senhor Melo, ex-morador, declarou que a CETESB nunca detectou as ações de poluição da Shell, só fiscalizou mais não detectou praticamente nada.

O senhor Cardoso Teti, representante da Shell, declarou que está a disposição para prosseguir na busca de soluções negociadas.

Em reposta ao questionamento do Deputado Thame, o senhor Cardoso afirmou que no inicio houve um trabalho conjunto e depois um afastamento que redundou em ações judiciais. A empresa esta a disposição para retomar as negociações.

Encerrando a reunião, o Deputado Zica declarou que serão procedidas novas reuniões, em “Pet comitê” para avaliar encaminhamento da questão e montar uma estratégia para induzir à busca de uma solução negociada.

CONCLUSÃO

PROPOSTAS DE ENCAMINHAMENTO

Para que exista uma solução definitiva, o Grupo de Trabalho da Câmara Federal propõe a adoção das seguintes medidas:

Criação de uma equipe especializada de avaliação e isenta e com a participação de representantes dos ex-trabalhadores e ex-moradores, com o acompanhamento do GT da Câmara Federal e da empresa Shell.

Esta equipe fará um planejamento para atuar na área da saúde dos ex-trabalhadores e dos ex-moradores e ambiental, e para a solução das negociações dos imóveis.

Saúde – contará com uma equipe especializada e multidisciplinar composta por representantes do Ministério da Saúde, do Ministério do Trabalho e da Secretaria Municipal de saúde, com as despesas pagas pela empresa Shell.

Ambiental – Sugerimos ao Ministério do Meio Ambiente, à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Paulínia a criação de uma equipe para acompanhar os trabalhos de descontaminação da área, com as despesas que incorrer arcadas pela Shell e acompanhadas pela sociedade civil organizada e pelos Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.

Negociação dos Imóveis – para os imóveis ainda não adquiridos, sugere maior empenho da empresa Shell para solucionar as negociações pendentes.

Seguem anexos:

Relatório da CETESB

Relatório da Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Depois disso não aconteceu mais NADA, CAIU NO ESQUECIMENTO again...

Sem contar, que um monte de coisas que alguns disseram é mentira e também não constou na ATA que o Sr. OTAVIO OKANO, Gerente da CETESB, quase apanhou quando, entre outras besteiras, disse:- ..."ninguém mandou vocês irem morar embaixo de chaminé de fábrica..."

Foi a única hora que me manifestei dando um murro na mesa e dizendo:"- Nós estávamos lá primeiro!"

...o OKANO até assustou comigo, que estava quietinha, quase ao lado dele e ficou mais assustado ainda com a onda de váias e "elogios" que recebeu por vários minutos, teve até gente que levantou cadeira pra jogar nele.

...e mesmo se não estivéssemos lá antes da Shell!!!!! o crime contra o meio ambiente não deveria JAMAIS ter acontecido e muito menos ser "acoitado" pelos "órgãos competentes"!!!




This page is powered by Blogger. Isn't yours?