sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

 

SANTA SHELL

...meus filhos, que nasceram lá...

FOTOS DE 1984.
PAULÍNIA
Shell informa que proposta será analisada
(Claudete Campos)
A Shell informou ontem que analisará cuidadosamente a proposta formulada pela Justiça do Trabalho de depósito em juízo de R$ 400 mil mensais, por dois meses, para custear os tratamentos de saúde dos ex-trabalhadores da empresa, que supostamente teriam sido contaminados durante a operação da planta industrial em Paulínia.



A audiência de conciliação foi realizada anteontem no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas.
Segundo a empresa, o Juízo suspendeu integralmente os efeitos da antecipação de tutela, concedida na ação civil pública trabalhista, para custeio de um plano de saúde vitalício para os ex-trabalhadores. Ficou acordado que a Shell se manifestará até o próximo dia 4.
“A Shell gostaria de ressaltar ainda que a existência de contaminação ambiental não implica necessariamente em exposição à saúde de pessoas,



o que vem sendo comprovado por todos os estudos, análises e perícias realizadas ao longo dos últimos seis anos na região.



Não é possível afirmar que as alegadas queixas de saúde de ex-funcionários e/ou ex-moradores resultaram do fato de essas pessoas terem trabalhado ou residido próximo às antigas instalações”, menciona a nota.






AGORA ME EXPLICA:



- A SHELLZINHA, BONITINHA, ENVENENOU A ÁGUA QUE NÓS BEBÍAMOS E USÁVAMOS PARA TODOS OS FINS; ALÉM DE DRIN'S, TINHA, ENTRE OUTROS, ATÉ CIANETO NA ÁGUA DO NOSSO POÇO E NO POÇO DE MONITORAMENTO QUE ELAZINHA MESMO FEZ..



ELA ENVENENOU O SOLO, O AR QUE RESPIRAVÁMOS



E ISSO NÃO FAZ MAL???



...NÃO PREJUDICA A SAÚDE??



...ENTÃO O QUE FAZ MAL?



ENTREM NO SITE DA CETESB, PROCUREM ÁREAS CONTAMINADAS



DO ESTADO DE S.P., PROCUREM POR MUNICÍPIOS E NA PAGINA 874 TEM



"SHELL BRASIL LTDA. DIVISÃO QUÍMICA"



VOCÊS PODERÃO VER QUE:-



-NÃO PODEMOS BEBER A ÁGUA DE LÁ!



-NÃO PODEMOS COMER NADA DE LÁ!



-NÃO PODEMOS MORAR LÁ!



PERGUNTO:-



POR QUE???



ALGUÉM SABE?



...E QUEM PROÍBE É A CETESB!!



DEPOIS DE AVALIAÇÕES E MAIS AVALIAÇÕES!!!!!!!!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

 

NOVO CAPÍTULO

CBN Campinas - 29/01/2009
Briga na justiça envolvendo a contaminação ambiental em área de Paulínia ganha novo capítulo
Judiciário fez uma proposta a empresa, que deve se decidir até o dia 4 de fevereiro
Ouça a notícia no link a seguir:
http://www.cbncampinas.com.br/ouvir.asp?a=arq_20367_1.wma
OI
SOBRE A NOTICIA
http://www.prt15.gov.br/site/imprensa/noticia_detalhe.php?seq=7978
http://www.prt15.gov.br/site/imprensa/noticia_detalhe.php?seq=7849

SEGUE NOSSO COMENTÁRIO, AUTORIZADO A PUBLICAÇÃO
“Aurelio Okada, advogado de uma das autoras da ação (Instituto Barão de Mauá) esclarece que caso a Shell aceite esse acordo inicial, por um período de dois meses, os ex-trabalhadores da Shell e Basf que virem a procurar as associações poderão ter suas necessidades médicas atuais (saúde) atendidas com os recursos do fundo (até R$ 800.000,00).
Os valores não utilizados seriam devolvidos a Shell. Esclarece ainda o advogado, que esses sessenta dias concedidos pelo juízo, foi sob a condição de ao final existir efetivamente um acordo quanto aos planos de saúde, sob pena da tutela antecipada voltar a valer nos moldes em que foi deferida.”
O Instituto Barão de Mauá, presta atendimento gratuito as vítimas, que podem encaminhar suas dúvidas ao email : ibaraomaua@gmail.com

Aurelio Okada (adv de uma das autoras)
Tel: 2091-3898, 3562-7649 e 9846-6866

 

PRESENTES DA SHELL PARA MINHA FAMÍLIA


GLOSSÁRIO
Benzeno e tolueno:
solventes amplamente usados na indústria química e petroquímica.
No caso da exposição crônica podem causarleucemia (câncer no sangue).
Organoclorados:
compostos orgânicos usados como veneno e que contêm cloro.
Por se acumularem no ambiente, são de uso restrito ou proibido em
mais de 120 países.
Drins:
proibidos em quase todo o mundo, pertencem ao grupo de poluentes POPs
(Poluentes Orgânicos Persistentes).
São regulados internacionalmente pela Convenção de Basel, que regulamenta o lixo toxico


Shell
CRESCE A POLÊMICA SOBRE A
CONTAMINAÇÃO DE
TRABALHADORES
Muitos ex-funcionários da empresa no estado de São Paulo afirmam que
sofrem de doenças graves causadas pela manipulação de substâncias perigosas.
Acusada de negligência, a empresa admite apenas a contaminação ambiental.
O caso está na Justiça.
Um grupo de trabalhadores já foi beneficiado por ação cautelar, que obriga o
pagamento das despesas médicas.
Moradores das áreas afetadas também sofrem com o problema.
O segundo caso é o de Vila Carioca, no bairro paulistano do Ipiranga. Os
principais prejudicados são os moradores que vivem no entorno de um terminal de
distribuição de combustíveis.

Segundo apurou a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do

Estado de São Paulo (Cetesb), a empresa enterrou no local, sem
nenhuma proteção, resíduos da limpeza dos tanques de
gasolina, óleo diesel e pesticidas. O resultado é que o subsolo e as águas
subterrâneas e superficiais estão contaminados.
A Cetesb informa que no local existem metais pesados
como benzeno e tolueno, e organoclorados como aldrin,
dieldrin e isodrin – utilizados como venenos agrícolas —, cuja produção e uso estão proibidos

em quase todo o mundo

Uma grande contaminação causada por elementos químicos danosos à saúde, que afetou a
população de dois bairros e também funcionários da multinacional Shell, tornou-se
uma das maiores polêmicas ambientais registradas no Brasil
nos últimos anos.

O primeiro caso aconteceu em Paulínia, cidade localizada 118 quilômetros a
nordeste da cidade de São Paulo.
Muitos ex-funcionários da empresa relatam que sofrem de
doenças graves, por terem sido expostos a uma série de venenos
letais durante o exercício de suas atividades profissionais.

Essa contaminação, segundo lideranças sindicais, representantes de ex- trabalhadores, médicos e pesquisadores, ocorreu devido ao descaso da empresa em relação à
segurança dos trabalhadores, da população e do meio ambiente.
mundo, devido ao alto grau de toxidade e riscos ao meio
ambiente e à saúde.

“A Shell foi propositadamente negligente, pois tinha conhecimento das
conseqüências decorrentes da manipulação incorreta dessas substâncias”,

denuncia Osvaldo Bezerra, presidente do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho
(Diesat) e diretor de Saúde e Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Químicos.
As denúncias, que começaram há dez anos, provocaram uma discussão jurídica que ainda se arrasta nos tribunais, principalmente no que diz respeito à contaminação dos
trabalhadores.

No caso de Vila Carioca, depois de uma série de provas terem sido apresentadas, a empresa
admitiu a contaminação por pesticidas tóxicos, reconheceu sua responsabilidade e se
comprometeu a descontaminar uma área de 180 mil metros quadrados até o final de 2003.
Em Paulínia, a empresa também admite a necessidade de recuperar o meio ambiente,
mas nega que os trabalhadores tenham sido gravemente contaminados.
“Dos 210 avaliados, nenhum teve até agora diagnóstico confirmado de doenças relacionadas ao
trabalho provocadas por atividade funcional da antiga fábrica da Shell Química em
Paulínia”, diz um documento da empresa distribuído pela assessoria de imprensa.
Apesar dessa versão, em uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados em junho de 2002, e também diante de uma série de evidências apresentadas pelos advogados do Sindicato dos Químicos Unificados, a Shell confirmou que alguns funcionários poderiam estar
doentes, mas não admitiu que seria devido à negligência da empresa.
“A Shell disse que os problemas não são graves e que tem um ambulatório à
disposição”, relata o coordenador da comissão de ex-trabalhadores da empresa,
Antônio de Marco Rasteiro.

A empresa realmente montou um ambulatório para atender os trabalhadores.

No entanto, segundo estudo do Observatório Social coordenado por Leila Nadim Zidan,

alguns ex-funcionários entrevistados disseram que os médicos desse ambulatório
evitam fazer qualquer correlação entre os problemas de saúde e as atividades da
empresa.

“Além disso, os ex- trabalhadores declararam que não recebiam informações de
seu prontuário médico nem relatórios sobre a sua saúde”.
Doenças graves
A fábrica da Shell foi instalada no local em 1977.

Em 1995, a unidade foi vendida para a Cyanamid Química do Brasil.

Ao tomar posse da fábrica, uma das primeiras medidas da Cyanamid foi fornecer água mineral aos trabalhadores, na tentativa de reduzir os riscos de intoxicação.

A empresa estava certa: em 2000, amostras
coletadas pela Cetesb, analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, comprovaram a
contaminação da água dos poços com níveis até 11 vezes acima do permitido pela
legislação brasileira.

Em 2000, a fábrica foi vendida para a corporação alemã Basf, que no local produz veneno para uso na agricultura.

Dos 844 trabalhadores da antiga unidade da Shell, cerca de 200 permanecem trabalhando na
mesma fábrica.
Tenho dificuldade de coordenação, pressão alta, perda de memória e perda auditiva”.
Antônio de Marco Rasteiro,
ex-trabalhador da Shell.
Como a Shell não admitia a contaminação dos trabalhadores, apenas a poluição ambiental, e em
virtude de vários deles terem apresentado doenças graves e muito parecidas entre si, em
2001 foi criada uma comissão de ex-trabalhadores, coordenada pelo ex-funcionário Antônio de Marco Rasteiro.

“A versão da empresa não condiz com a realidade, pois os exames que ela apresenta para sustentar esse argumento estão incompletos”, afirma.
Essa posição fez com que a Comissão, apoiada pela regional de Campinas do Sindicato dos Químicos Unificados, entrasse na Justiça para obrigar a Shell a
realizar exames detalhados.
O Sindicato entrou com a ação em agosto de 2002 e não houve acordo na primeira
audiência.

A Justiça ainda não apresentou uma decisão final sobre o caso. O que acontece, na opinião do
médico Roberto Carlos Ruiz, contratado pelo Sindicato, é que os exames realizados
pela empresa são incompletos: “Os
trabalhadores estão adoecendo. Entendemos que a consultoria médica paga
pela Shell não é isenta e queremos a nomeação de uma junta médica pública que
não esteja ligada nem ao Sindicato e nem à empresa.
Queremos que a Justiça nomeie essa comissão”.
Um dos exames solicitados pelos trabalhadores – e que a empresa não quer
fazer – é a análise do tecido gorduroso, onde se acumulam os organoclorados a base de
drins (aldrin, eldrin, isodrin e dieldrin), que são altamente tóxicos.

“A situação é gravíssima”, diz Ruiz. “Os trabalhadores apresentam problemas de fígado, de
tireóide, dificuldade de coordenação”.

Uma pesquisa científica realizada por Ruiz em 11 ex-trabalhadores identificou que 78% deles estão contaminados com alterações de saúde que, no seu entender, são compatíveis
com exposição de produtos químicos de origem ocupacional.
O médico, contudo, reconhece as limitações do
estudo: “O universo total é de 800 trabalhadores. Fiz o que era possível dentro das
limitações econômicas.

A empresa precisa, agora, examinar o restante do pessoal”. Apenas um dos exames necessários, segundo ele, custa cerca de R$ 6 mil.
“Há uns 20 exames para fazer desse nível. E a empresa deve se responsabilizar por eles
porque os trabalhadores foram contaminados durante a atividade profissional”.
“A Shell foi negligente, pois tinha
conhecimento das conseqüências decorrentes da manipulação incorreta dessas substâncias”.
Osvaldo Bezerra, diretor de Saúde e Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Químicos.
Crime ambiental
Antônio de Marco Rasteiro, coordenador da comissão de ex- trabalhadores, é um dos conta-
minados: “Tenho dificuldade de coordenação, pressão alta, per- da de memória, perda auditiva”. Rasteiro faz parte de um grupo de ex-trabalhadores que entra- ram com ações individuais na Justiça e foram beneficiados por uma ação cautelar que obriga a
Shell a pagar a ele, mensalmente, R$ 600 para custear despesas médicas.

“É preciso que seja feita uma avaliação real do esta- do de saúde dos trabalhadores.
É só isso o que queremos, que se façam os exames necessários para ver quem realmente está
doente”, diz ele.
Arlei Medeiros, diretor de saúde do sindicato dos químicos, afirma que a Shell
nunca demonstrou intenção de dialogar sobre o assunto.
Segundo ele, a Shell afronta a sociedade ao optar pelo caminho de desqualificar a
posição dos trabalhadores.

Arlei diz que a empresa cometeu um crime ambiental por não usar os padrões adequados de
prevenção.
Osvaldo Bezerra, do Diesat e da Confederação dos Químicos, diz que o problema,
em grande medida, é decorrente do modelo de desenvolvimento implantado no
Brasil na época em que a Shell instalou suas unidades: “Não
havia uma legislação rígida e empresa foi negligente, pois em suas unidades em outros países
ela detinha a tecnologia necessáriapara evitar esse desastre”.
Se as graves acusações contra a empresa forem
comprovadas, reparar o dano será não apenas uma questão de
justiça para com as vítimas,como também um compromisso
de responsabilidade social que precisa ser assumido
com esta e com as próxima geração.
Em Audiência Pública da Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados Federais, foi esclarecido que a empresa contratou clínica especializada em
saúde do trabalhador e toxicologia ocupacional, dirigida pelo Prof. René Mendes.

Já foram realizadas mais de 2 mil consultas para essas pessoas, tendo em vista que, quando
necessário, a clínica permanece acompanhando os ex-trabalhadores avaliados, do ponto de vista
médico, visando a aprofundar o diagnóstico e orientar as devidas condutas.
Importante ressaltar que essa quantidade de ex- trabalhadores que já foi atendida equivale a
aproximadamente o mesmo número de pessoas que lá trabalhava na época do fechamento da
fábrica. Corresponde também a mais de 25% do total dos que trabalharam naquela unidade
durante os últimos 17 anos.
As avaliações de saúde permanecem abertas
para os ex-trabalhadores que atuaram naquela
fábrica.

A clínica especializada do Prof. René
Mendes foi contratada pela Shell para que a condução das avaliações fosse isenta, imparcial
e qualificada.

A clínica, que conta também com a colaboração da médica toxicologista Dra. Fernanda Livani - atua com a retaguarda de 30 especialistas em várias áreas da medicina,
tanto em Campinas quanto em São Paulo, e do conceituado laboratório Fleury para as análises
clínicas.
Procurada para dar sua versão sobre o caso, a
assessoria de comunicação da Shell enviou uma
nota ao Observatório Social. Os principais
argumentos da empresa são os seguintes:


Em Audiência Pública da Comissão deSeguridade e Família da Câmara dos
Deputados Federais, foi esclarecido que a empresa contratou clínica especializada em
saúde do trabalhador e toxicologia ocupacional,
dirigida pelo Prof. René Mendes.

Já foramrealizadas mais de 2 mil consultas para essaspessoas, tendo em vista que, quando
necessário, a clínica permanece acompanhando os ex-trabalhadores avaliados, do ponto de vista
médico, visando a aprofundar o diagnóstico e orientar as devidas condutas.
Importante ressaltar que essa quantidade de ex-trabalhadores que já foi atendida equivale a
aproximadamente o mesmo número de pessoasque lá trabalhava na época do fechamento da
fábrica. Corresponde também a mais de 25%do total dos que trabalharam naquela unidade
durante os últimos 17 anos.
As avaliações de saúde permanecem abertas para os ex-trabalhadores que atuaram naquela
fábrica.

A clínica especializada do Prof. René Mendes foi contratada pela Shell para que a
condução das avaliações fosse isenta, imparciale qualificada. A clínica, que conta também com
a colaboração da médica toxicologista Dra.
Fernanda Livani - atua com a retaguarda de 30
especialistas em várias áreas da medicina,
tanto em Campinas quanto em São Paulo, e do
conceituado laboratório Fleury para as análises clínicas


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

 

LILLY E ABL

Correio Popular - 23/01/2009Justiça condena a ABL por intoxicação química
Venceslau Borlina Filho
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
venceslau.borlina@rac.com.br
A Justiça do Trabalho de Paulínia condenou a farmacêutica Antibióticos do Brasil Ltda. (ABL), de Cosmópolis, a pagar uma indenização de R$ 160 mil ao ex-funcionário Fernando Marcos de Queiroz Nabão por danos causados pela intoxicação por exposição a produtos químicos produzidos e usados pela empresa.
A decisão é a primeira para uma série de ações que tramitam na Justiça pedindo indenizações a ex-funcionários que teriam sido contaminados pelos produtos manuseados na empresa.A ABL adquiriu a fábrica da multinacional americana Eli Lilly, que em setembro de 2004 fez uma autodenúncia à Companhia de Tecnologia de Saneaento Ambiental (Cete! sb) por contaminação ambiental na área da empresa.
Nabão trabalhou na ABL por 11 anos como auxiliar de produção, operador de produção e operador de utilidades. Quando deixou a empresa, em 2004, “viu-se intoxicado por exposição a produtos químicos”. Contaminado, o ex-trabalhador começou a apresentar problemas de saúde, perda de memória e doenças gastrointestinais.
Com recursos próprios, buscou tratamento de saúde, tomou medicamentos para descontaminação e até hoje é acompanhado por psicólogos e psiquiatras. “A gente trabalhava direto com os produtos. Eram ácidos, solventes e todos os princípios ativos dos medicamentos”, disse.
Outro ex-trabalhador, Elias Vieira, ganhou na Justiça o direito de ter tratamento médico pago pela empresa. No entanto, diz, a ABL não cumpre a obrigação.
“Com a contaminação, perdi um rim e estou com o fígado comprometido" ;. O Ministério Público do Trabalho de Campinas tem uma ação civil pública em traminatação contra a empresa que pede indenização de R$ 300 milhões a ex-trabalhadores.
Segundo Nabão, a indenização poderia ter um valor maior. “Aos 38 anos, estou desempregado porque as empresas não me contratam pelo meu histórico com a ABL e minhas doenças”, disse. A Eli Lilly ficou conhecida por fabricar o Merthiolate, proibido no Brasil por ter como princípio ativo o metal pesado mercúrio.
A empresa também produz o Prozac.
A ABL comprou a empresa em 2005. No contrato, teria sido acertado que a multinacional americana cuidaria da contaminação ambiental, enquanto a ABL cuidaria dos ex-funcionários.
A Eli Lilly informou que a remediação do solo terminou. “Há contínuo monitoramento das águas pluviais sob determinação da Cetesb, reafirmando que hoje o solo não está contaminado”, diz nota encaminhada à Agência Anhanguera de Notícias (AAN). A ABL foi procurada, mas não se manifestou.
A AAN apurou que a empresa teria recorrido da decisão da indenização.
O NÚMERO2,5MILHÕES DE REAISA ABL já teria pago a ex-trabalhadores da empresa em acordos extrajudiciais para tratamentos médicos.
Caso Shell: decisão final do TRT foi adiada
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas não chegou ontem a uma conclusão sobre os recursos da Shell e da Basf diante da decisão da Justiça do Trabalho que condenou as empresas a pagar um plano de saúde vitalício para os ex-funcionários expostos a riscos de contaminação na unidade de fabricação de agrotóxicos, no bairro Recanto dos Pássaros, em Pau! línia. A decisão se estende aos parentes de empregados,! prestad ores de serviços e autônomos. Na próxima quarta-feira, os advogados das empresas, Ministério Público, Associação de Combate aos Poluentes (ACPO) e Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq) se reúnem com os desembargadores para avaliar as propostas feitas. A Shell e a Basf cogitaram restringir a assistência aos ex-funcionários, excluindo parentes. O MPE é contra. A Shell diz que analisa forma de conciliação. (VBF/AAN)

domingo, 11 de janeiro de 2009

 

SHELL/BASF PLANO DE SAÚDE



Shell e Basf devem pagar plano de saúde vitalício para expostos a contaminação

A Justiça do trabalho paulista determinou que as empresas Shell e Basf devem contratar um plano de saúde vitalício para ex-funcionários expostos a riscos de contaminação na unidade de fabricação de agrotóxicos, em Paulínia.

A decisão se estende para familiares de empregados e prestadores de serviços e trabalhadores autônomos que se permaneceram no local. A 2ª Vara do Trabalho de Paulínia concedeu tutela antecipada em favor do MPT (Ministério Público do Trabalho) de Campinas, da ACPO (Associação de Combate aos Poluentes), do Instituto "Barão de Mauá" de Defesa de Vítimas e Consumidores Contra Entes Poluidores e Maus Fornecedores, e da Atesq (Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas).

O inquérito civil foi instaurado pela Promotoria do trabalho em 2001.Cerca de mil ex-trabalhadores das empresas Shell e Basf se beneficiaram com a decisão, além de outras centenas de familiares, também suscetíveis à contaminação.

Ficou garantida a contratação de plano de saúde vitalício por parte das empresas. O MPT também pede, ao final do processo, o pagamento do valor de R$ 620 milhões por danos morais coletivos, reversíveis ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

De todos os trabalhadores que tentam provar que foram expostos a substâncias contaminantes, ao menos cem ainda possuem ações individuais em trâmite na Justiça.

Decisão

Segundo a decisão da juíza do trabalho Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa, "a prefeitura de Paulínia decretou o isolamento da área do Recanto dos Pássaros e a população antes lá residente tem o custeio de seus exames e do tratamento médico quitado pela Shell. Resta, agora, que as empresas tratem de seus trabalhadores e das crianças nascidas após a exposição de seus pais aos contaminantes, situação que requer medidas, neste momento, mais do que urgentes".

A juíza ainda destaca que a determinação já deveria ter sido feita pela Justiça há mais tempo.

"É justamente essa irregularidade que se pretende corrigir com a concessão da presente antecipação de tutela que, há tempos, diga-se, já deveria ter sido deferida, mas que ficou no aguardo das tratativas de acordo entabuladas pelas partes, sem êxito, entretanto", sustenta a sentença.

A água dos poços artesianos sempre foi consumida na localidade até a empresa Shell passar a fornecê-la por meio de caminhões tanques ou tubulações.

Com isso, segundo relatório do Cerest, há grandes possibilidades de que a população de trabalhadores exposta aos contaminantes ambientais apresentem um risco adicional de adoecimento no decorrer de suas vidas.

"No curso desses anos, todos nós, cidadãos, pagamos pelo tratamento que hoje é concedido tão-só pelo SUS (Sistema Único de Saúde) aos trabalhadores contaminados, com as limitações que lhe são inerentes, e que não lhe permitem a realização de exames e de tratamentos necessários à manutenção de um mínimo de bem-estar e dignidade.

A conta é quitada pelos cofres públicos, por recursos de cidadãos que não usufruíram dos lucros exorbitantes gerados em favor das rés, durante décadas, inclusive com a fabricação desses produtos que já se sabia tóxicos", escreveu a juíza.

A decisão estabelece que os planos de saúde vitalícios contratados não podem ter qualquer carência, devem possuir abrangência nacional e permitir coberturas de consultas, exames, todo o tipo de tratamento médico, nutricional, psicológico, fisioterapêutico e terapêutico, além de internações.Este direito deve ser garantido, de acordo com a juíza, em favor de todos os trabalhadores, quer tenham sido seus empregados ou empregados das empresas por elas contratadas.

Estão incluídos aqueles contratados como autônomos.

Há ainda previsão de que as empresas Shell e Basf devem dar publicidade ao fato.

Deve existir o anúncio na primeira página dos maiores jornais do país e nas três emissoras de TV de maior audiência, a fim de tornar pública a decisão aos beneficiários, alertando-os sobre seu direito adquirido. A Shell e a Basf podem recorrer da decisão.

No entanto, até que ela seja revertida, as rés devem cumprir a decisão, sob pena de multa diária fixada em R$ 100 mil por dia de atraso, reversível ao FAT.

Provas

A exposição das pessoas junto às substâncias contaminantes presentes no local da fábrica estudada há anos e está vastamente documentada nos autos do processo.

Instituições como Unicamp, MPT, Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Ministério da Saúde, CUT, Cedec, Dieese, Unitrabalho e a empresa holandesa Haskoning/IWACO — contratada a pedido da própria Shell — deram seus pareceres quanto ao caso. Em razão de um termo de ajustamento de conduta firmado perante a Promotoria do Trabalho em 2007, o Cerest (Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador) de Campinas examinou 69 ex-trabalhadores das empresas acusadas e enviou um relatório, juntado aos autos do inquérito, sobre os atendimentos realizados.

O resultado apontou uma média de seis diagnósticos por indivíduo analisado.

Dos 17 casos de neoplasia diagnosticados, 10, ou seja, 58,8% foram de neoplasia maligna, chamando atenção os casos de cânceres de próstata e de tireóide.

Houve ainda um caso de síndrome mielodisplásica.

Quanto às doenças endócrinas, o Cerest verificou que 67,9% dos diagnósticos foram dislipedimias somadas às doenças da glândula tireóide.

Dos 34 casos de doenças do aparelho circulatório, 21 foram casos de doenças hipertensivas. Dentre as doenças do aparelho digestivo, destacaram-se as doenças do fígado, além da ocorrência de casos de doença diverticular do cólon e um caso de metaplasia intestinal em esôfago.

Em 30 casos houve predominância de lesões por esforços repetitivos, enquanto 56 ex-trabalhadores apresentaram problemas sérios no aparelho gênito-urinário.

Histórico

No final da década de 70, a Shell instalou uma indústria química nas adjacências do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia.

Em 1992, ao vender os seus ativos para a multinacional Cyanamid, começou a ser discutida a contaminação ambiental produzida pela empresa na localidade, até que, por exigência da empresa compradora, a Shell contratou consultoria ambiental internacional que apurou a existência de contaminação do solo e dos lençóis freáticos de sua planta em Paulínia, interior do Estado de São Paulo.

A Shell foi obrigada a realizar uma auto-denúncia da situação à Curadoria do Meio Ambiente de Paulínia.

Disso, resultou um termo de ajuste de conduta.

No documento, a empresa reconhece a contaminação do solo e das águas subterrâneas por produtos denominados aldrin, endrin e dieldrin, compostos por substâncias altamente cancerígenas — ainda foram levantadas contaminações por cromo, vanádio, zinco e óleo mineral em quantidades significativas.

Após os resultados toxicológicos, a agência ambiental entendeu que a água das proximidades da indústria não poderia mais ser utilizada, o que levou a Shell a adquirir todas as plantações de legumes e verduras das chácaras do entorno e a passar a fornecer água potável para as populações vizinhas, que utilizavam poços artesianos contaminados.

Mesmo nas áreas residenciais no entorno da empresa foram verificadas concentrações de metais pesados e pesticidas no solo e em amostras de água subterrâneas.

A Cyanamid foi adquirida pela Basf, que assumiu integralmente as atividades no complexo industrial de Paulínia e manteve a exposição dos trabalhadores aos riscos de contaminação até 2002, ano em que os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego interditaram o local, de acordo com decisão tomada em audiência na sede do MPT.

Apesar do recurso impetrado pela Basf, a interdição foi confirmada em decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região. Em 2005, o Ministério da Saúde concluiu a avaliação das informações sobre a exposição aos trabalhadores das empresas Shell, Cyanamid e Basf a compostos químicos em Paulínia.

O relatório final indicou o risco adicional aos expostos ao desenvolvimento de diversos tipos de doença.ServiçoAurélio Okada, advogado de uma das co-autoras (Instituto Barão de Mauá), afirmou que segundo a decisão, os interessados para obterem o benefício deverão - no prazo único de 90 dias – encaminhar emails (habilitação eletrônica) para qualquer um dos co-autores da ação coletiva que prestarão atendimento gratuito.

O endereço eletrônico do Instituto Barão de Mauá é ibaraomaua@gmail.com.Okada informa que os interessados deverão indicar no assunto do email “HABILITAÇÃO SHELL/BASF” e mencionar na correspondência eletrônica as seguintes informações: (1) nome; (2) período laborado; (3) empresa contratante; (4) CPF; (5) RG; (6) data de nascimento; (7) nome dos pais. Também deverão encaminhado cópia da CTPS ou contrato e do RG. Aqueles que não puderem mandar os arquivos em formato PDF, poderão encaminhar pelo fone-fax 011 2091-3898.

Sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

 

TRADUTOR!

BRINDEMOS A JUSTIÇA

NA POSTAGEM DE 16/11/2008
pedi para alguém, que lesse o meu blog, traduzisse, para mim, a matéria, que postei em inglês,
e ontem tive a felicidade de ter meu pedido atendido.
...mil agradecimentos ANDRÉ.
...e agora leiam o que a besta fera Shell faz pelo mundo.
Digo, também, que, PARECE, já tem OUTRA denúncia internacional contra a shell,
do CASO SHELLPAULINIA,
na OECD.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Olá Ciomara,
visitando o seu blog, me sensibilizei com a situação que todos vocês que moravam no Recanto dos Passáros estão passando.
Como uma forma de ajudar, traduzi o post sobre o vazamento de óleo na Nigéria.
Espero que seja útil.
André

Nigerianos movem ação judicial contra a Shell na Holanda
Advogado Holandês: Negligência por parte da Sede Mundial da Shell na Nigéria.
· Nigerianos: Somos vítimas dos vazamentos de óleo da Shell.
· Nova Investigação: Vilarejos nigerianos seriamente poluídos.
HAIA – HOLANDA - 5 de Novembro de 2008
Quatro cidadãos nigerianos ligados à Organização Friends of the Earth Holanda/Nigéria entrarão com uma ação judicial contra a Royal Dutch Shell plc,
grupo Anglo-Holandês e gigante do petróleo na sexta-feira, 7 de Novembro.
Pela primeira vez na história, a Sede mundial da Shell vai a juízo para responder a denúncias de ter causado danos ao meio ambiente fora de seu país.
Os requerentes nigerianos, pescadores e fazendeiros da área rica em petróleo localizada no Delta Nigeriano, sofreram com os efeitos de vazamentos de óleo relacionados às operações da Shell.
Em 7 de Novembro, seu advogado holandês vai entrar com uma citação contra a Shell,
acusando-a de negligência.
Novas investigações mostram que os vilarejos dos requerentes nigerianos foram severamente poluídos e que a Shell não aderiu aos padrões internacionais de "boas práticas
de produção em campos de petróleo" na Nigéria.
Dois dos requerentes nigerianos estarão na Holanda entre 3 e 7 de Novembro de 2008.
O advogado dos requerantes,
Liesbeth Zegveld do escritório de Böhler Franke Koppe Wijngaarden em Amsterdã, pediu à Sede Mundial da Shell em Maio deste ano para esclarecer qual a sua participação nos vazamentos de óleo na Nigéria.
A reação da Shell a esse pedido foi insatisfatória;
A Sede da Shell passou toda a responsabilidade para a Nigéria.
Liesbeth Zegveld disse:
"A Sede da Shell acredita que é intocável, mas nós acreditamos na sua responsabilidade legal pelos danos causados na Nigéria.
A Sede da Shell tem a autoridade e o dever de assegurar a prevenção e limpeza dos vazamentos de óleo na Nigéria.
Nós acusamos a Shell de negligência".
Dois professores nigerianos investigaram recentemente o solo dos vilarejos onde moram os requerentes nigerianos, Ikot Ada Udo, Oruma e Goi.
De suas investigações, surgiu que, respectivamente 10, 24 e 33 meses apões os derramamentos de óleo, o solo e a água ainda continham alto nível de óleo para que fossem usados para agricultura ou pesca.
Investigações feitas pelo professor americano e especialista em derramamento de óleo, Rick Steiner, mostram que a Shell não seguiu os padrões internacionais de
"boas práticas de produção em campos de petróleo"
na Nigéria.
Anne van Schaik, líder da campanha de Defesa do Meio Ambiente /
Friends of the Earth na Holanda disse:
"Aqui a Shell nunca trataria as pessoas e o meio ambiente da forma que o faz na Nigéria.
Nós esperamos que o juiz holandês decida que a Shell limpe a poluição e que as vítimas sejam compensadas corretamente".
Nnimmo Bassey, diretor da Ação pelos direitos Ambientais / Friends of the Earth na Nigéria diz: "A Shell dificilmente cumpre as decisões judiciais nigerianas.
Nós queremos que a corte Holandesa garanta que a justiça seja feita contra a Royal Dutch Shell".
A produção de óleo na Nigéria causa em média cinco derramamentos de óleo por semana, numa área que é menor do que a Holanda.
Cada vazamento libera 16 mil litros de óleo cru no meio ambiente.
De acordo com a Shell, um terço desses vazamentos na Nigéria ocorrem por conta de erro humano, e dois terços por sabotagem.
Todos os derramamentos das operações da Shell na Nigéria devem ser remediados pela Shell.
Para mais informações, inclusive sobre a nova investigação:
www.milieudefensie.nl/shell

sábado, 10 de janeiro de 2009

 

VAMOS DIVERSIFICAR...


A exposição na TV de crianças mutiladas pela agressão do estado judeu vai nos tornando insensiveis, assim como nos tornamos covardes ao saber dos massacres ocorridos no continente africano (esquecido pela mídia branca).
É como se aceitassemos bovinamente que maltratassem, violentasem e matassem nossos filhos, nossos pais, nossos irmãos.
A mídia mundial - boa parte dela nas mãos de judeus - finge que se trata de uma guerra contra o horror.
O cinismo dos paises ricos, e comprometidos com a venda cada vez maior de armas, a cumplicidade dos diversos veiculos de imprensa que chama o Hamas de movimento terrorista (absolvendo Israel), a humilhação sofrida pela ONU pelo estado mais assassino da Terra (os EUA),
tudo isso joga no lixo nossa própria dignidade - entorpecida pelos donos do poder economico - e nos transforma em participantes coniventes das diversas matanças em nome de uma moral imposta pelos diversos Estados agressores. . .

Seria interessante que perguntassemos a nós mesmos o que estamos fazendo para protestar contra esse fascismo travestido de cordeiro?
Que mensagens mandamos aos nossos governantes protestando?
Participamos de algum ato de protesto nas ruas em frente de escritórios de autoridades israelenses?
Usamos a Internet para conscientizar nossos amigos?
Eu ainda acredito na capacidade do ser humano de se indignar.
Todavia, quantos de nós estarão na frente da TV exercendo nosso cinismo e estupidificando consciências assistindo o BBB 2009 na TV Globo?
Deus tenha piedade de nós!
V. abaixo o artigo de um cidadão judeu. . .
arthur

From: rgueron@uol.com.br----- Original Message -----

From: Caia FittipaldiSent: Friday, January 09, 2009 12:32 PMSubject:

"Tempo de cínicos: os que apoiam essa guerra apóiam o horror" (Gideon Levy, Haaretz, Telavive, 9/1/2009 [traduzido])

Tempo de cínicos: os que apóiam essa guerra apóiam o horrorGideon Levy, Haaretz, Televive, 9/1/2009, 3h24http://www.haaretz.com/hasen/spages/1054158.html

Essa guerra, talvez mais que as anteriores, está expondo as veias profundas da sociedade de Israel.
Racismo e ódio erguem a cabeça, o vingancismo e a sede de sangue.
A "tendência do comando" no exército de Israel hoje é matar, "matar o mais possível", nas palavras dos porta-vozes militares, na televisão.
E ainda que falassem dos combatentes do Hamás, ainda assim essa disposição seria sempre horrenda.

A fúria sem rédeas, a brutalidade é chamada de "exercitar a cautela": o apavorante balanço do sangue derramado – 100 palestinenses mortos a cada israelense morto – não levanta questões, como se Israel tivesse decidido que o sangue dos palestinenses vale 100 vezes menos que o sangue dos israelenses, o que manifesta o inerente racismo da sociedade de Israel.

Direitistas, nacionalistas, chovinistas e militaristas são o bom-tom da hora. Ninguém fale de humanidade e compaixão.
Só na periferia ouvem-se vozes de protesto – desautorizadas, descartadas, em ostracismo e ignoradas pela imprensa –, vozes de um pequeno e bravo grupo de judeus e árabes.Além disso tudo, soa também outra voz, a pior de todas.
A voz dos cínicos e dos hipócritas.
Meu colega Ari Shavit parece ser o seu mais eloquente porta-voz.
Essa semana, Shavit escreveu nesse jornal ("Israel deve dobrar, triplicar, quadruplicar a assistência médica em Gaza", Haaretz, 7/1):
"A ofensiva israelense em Gaza é justa (...).
Só uma iniciativa imeditata e generosa de socorro humanitário provará que, apesar da guerra brutal que nos foi imposta, nos lembramos de que há seres humanos do outro lado.

"Para Shavit, que defendeu a justeza dessa guerra e insistiu que Israel não poderia deixar-se derrotar, o custo moral não conta, como não conta o fato de que não há vitória possível em guerras injustas como essa.
E, na mesma frase, atreve-se a falar dos "seres humanos do outro lado".

Shavit pretende que Israel mate e mate e, depois, construa hospitais de campanha e mande remédios para os feridos?
Ele sabe que uma guerra contra civis desarmados, talvez os seres mais desamparados do mundo, que não têm para onde fugir, é e sempre será vergonhosa.
Mas essa gente sempre quer aparecer bem.
Israel bombardeará prédios residenciais e depois tratará os feridos e mutilados em Ichilov; Israel meterá uns poucos refugiados nas escolas da ONU e depois tratará os aleijados em Beit Lewinstein.
Israel assassinará e depois chorará no funeral.
Israel cortará ao meio mulheres e crianças, como máquinas automáticas de matar e, ao mesmo tempo falará de dignidade.

O problema é que nada disso jamais dará certo.
Tudo isso é hipocrisia ultrajante, vergonhoso cinismo.
Os que convocam em tom inflamado para mais e mais violência, sem considerar as consequências, são, de fato, os que mais se autoenganam e os que mais traem Israel.

Não se pode ser bom e mau, ao mesmo tempo.
A única "pureza" de que cogitam é "matar terroristas para purificar Israel", o que significa, apenas, semear tragédias cada vez maiores.
O que está sendo feito em Gaza não é desastre natural, terremoto, inundação, calamidades em que Israel teria o dever e o direito de estender a mão aos flagelados, mandar equipes de resgate, como tanto gostamos de fazer.
Toda a desgraça, todo o horror que há hoje em Gaza
foi feito por mãos humanas –
as mãos de Israel.
Quem tenha mãos sujas de sangue não pode oferecer ajuda.
Nenhuma compaixão nasce da brutalidade.

Pois ainda há quem pretenda enganar todos todo o tempo.
Matar e destruir indiscriminadamente e, ao mesmo tempo, fazer-se de bom, de justo, de homem de consciência limpa.
Prosseguir na prática de crimes de guerra, sem a culpa que os acompanha sempre. É preciso ter sangue frio.

Quem justifica essa guerra justifica todos os crimes.
Quem prega mais guerra e crê que haja justiça em assassinatos em massa perde o direito de falar de moralidade e humanidade.
Não existe qualquer possibilidade de, ao mesmo tempo, assassinar e reabilitar aleijados.
Esse tipo de atitude é perfeita representação das duas caras de Israel, sempre alertas, ao mesmo tempo: praticar qualquer crime, mas, ao mesmo tempo, auto-absolver-se, sentir-se imaculado aos próprios olhos.
Matar, demolir, espalhar fome e sangue, aprisionar, humilhar – e sentir-se bom, sentir-se justo (sem falar em não se sentir cínico).
Dessa vez, os senhores-da-guerra não conseguirão dar-se esses luxos.

Quem justifique essa guerra justifica todos os crimes.
Quem diga que se trata de guerra de defesa prepare-se para suportar toda a responsabilidade moral pelas consequências do que faz e diz.
Quem empurra os políticos e os militares para ainda mais guerra, saiba que carregará a marca de Cain estampada na testa, para sempre.
Os que apoiam essa guerra, apoiam o horror.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

 

JUSTIÇA OBRIGA SHELL!!!

Notícia




Justiça obriga Shell e Basf a pagar plano de saúde vitalício para trabalhadores expostos à contaminação em Paulínia
- 09-01-2009 10:39
Fonte: Procuradoria Regional do Trabalho - 15ª Região


A Justiça do Trabalho de Paulínia concedeu tutela antecipada em favor do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, da Associação de Combate aos Poluentes (ACPO) e da Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq), em ação civil pública ajuizada em face das empresas Shell e Basf, obrigando-as a contratar um plano de saúde vitalício para os ex-funcionários expostos a riscos de contaminação na unidade de fabricação de agrotóxicos, no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia. A decisão se estende para os familiares de empregados, prestadores de serviços e trabalhadores autônomos que se ativaram no local.

O inquérito civil foi instaurado pela procuradora do Trabalho Márcia Cristina Kamei López Aliaga em 2001, e foi redistribuído em 2006 para a banca da procuradora responsável pelo ajuizamento da ação, Clarissa Ribeiro Schinestsck. Em 2007, o processo voltou a ser conduzido pela procuradora Márcia Kamei.

Cerca de 999 ex-trabalhadores da Shell/Basf se beneficiaram da decisão, além de outras centenas de familiares, também suscetíveis à contaminação. Além da contratação de plano de saúde vitalício por parte das empresas, o MPT também pede, ao final do processo, o pagamento do valor de R$ 620 milhões por danos morais coletivos, reversíveis ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De todos os trabalhadores que tentam provar que foram expostos a substâncias contaminantes, ao menos 100 possuem ações individuais em trâmite na Justiça.

A exposição de seres humanos aos contaminantes presentes no local da fábrica é há anos estudada e está vastamente documentada nos autos do processo por instituições como Unicamp, MPT, Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Cut, Cedec, Dieese, Unitrabalho e a empresa holandesa Haskoning/IWACO – a pedido da própria Shell.

Em razão de um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado perante o Ministério Público do Trabalho em 2007, o Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas examinou 69 ex-trabalhadores da Shell/Cyanamid/Basf e enviou um relatório – o qual foi juntado aos autos do inquérito - sobre os atendimentos realizados, cujo resultado apontou uma média de 6 diagnósticos por indivíduo analisado.

Dos 17 casos de neoplasia diagnosticados, 10, ou seja, 58,8% foram de neoplasia maligna, chamando atenção os cânceres de próstata e os de tireóide. Houve ainda um caso de síndrome mielodisplásica. Quanto às doenças endócrinas, o Cerest verificou que 67,9% dos diagnósticos foram dislipedimias somadas às doenças da glândula tireóide.

Dos 34 casos de doenças do aparelho circulatório, 21 foram casos de doenças hipertensivas. Dentre as doenças do aparelho digestivo, destacaram-se as doenças do fígado, além da ocorrência de casos de doença diverticular do cólon e um caso de metaplasia intestinal em esôfago. Em 30 casos houve predominância de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), enquanto que 56 ex-trabalhadores apresentaram problemas sérios no aparelho gênito-urinário, com afecções da próstata, alterações de fertilidade e impotência sexual. Ainda houve exames em que o diagnóstico final não foi comprovado, mas apresentaram alterações.

Segundo a decisão da juíza do Trabalho Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa, da 2ª Vara do Trabalho de Paulínia, "a Prefeitura Municipal de Paulínia decretou o isolamento da área do Recanto dos Pássaros e a população antes lá residente tem o custeio de seus exames e do tratamento médico quitado pela Shell. Resta, agora, que as empresas tratem de seus trabalhadores e das crianças nascidas após a exposição de seus pais aos contaminantes, situação que requer medidas, neste momento, mais do que urgentes".

Ainda de acordo com o texto da decisão, "é justamente essa irregularidade que se pretende corrigir com a concessão da presente antecipação de tutela que, há tempos, diga-se, já deveria ter sido deferida, mas que ficou no aguardo das tratativas de acordo entabuladas pelas partes, sem êxito, entretanto".

A água dos poços artesianos sempre foi consumida na localidade até a empresa Shell passar a fornecê-la por meio de caminhões tanques ou tubulações. Com isso, segundo relatório do Cerest, há grandes possibilidades de que a população de trabalhadores exposta aos contaminantes ambientais apresentem um risco adicional de adoecimento no decorrer de suas vidas.

"No curso desses anos, todos nós, cidadãos, pagamos pelo tratamento que hoje é concedido tão-só pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos trabalhadores contaminados, com as limitações que lhe são inerentes, e que não lhe permitem a realização de exames e de tratamentos necessários à manutenção de um mínimo de bem-estar e dignidade. A conta é quitada pelos cofres públicos, por recursos de cidadãos que não usufruíram dos lucros exorbitantes gerados em favor das rés, durante décadas, inclusive com a fabricação desses produtos que já se sabia tóxicos", escreveu a juíza.

Os plano de saúde vitalícios contratados não podem ter qualquer carência, devem possuir abrangência nacional e permitir coberturas de consultas, exames, todo o tipo de tratamento médico, nutricional, psicológico, fisioterapêutico e terapêutico, além de internações, "em favor de todos os trabalhadores, quer tenham sido seus empregados ou empregados das empresas por elas contratadas, ou ainda tenham lhe prestado serviço como autônomos".

Consta da decisão a publicidade ao fato por parte das rés, ou seja, Shell e Basf devem anunciar na primeira página dos maiores jornais do país e nas três emissoras de TV de maior audiência, a fim de tornar pública a decisão aos beneficiários, alertando-os sobre seu direito adquirido.

A Shell e a Basf podem recorrer da decisão. No entanto, até que ela seja revertida, as rés devem cumprir a decisão, sob pena de multa diária fixada em R$ 100 mil por dia de atraso, reversível ao FAT.

Histórico resumido do caso Shell/Basf

No final da década de 70 a Shell instalou uma indústria química nas adjacências do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia. Em 1992, ao vender os seus ativos para a multinacional Cyanamid, começou a ser discutida a contaminação ambiental produzida pela empresa na localidade, até que, por exigência da empresa compradora, a Shell contratou consultoria ambiental internacional que apurou a existência de contaminação do solo e dos lençóis freáticos de sua planta em Paulínia.

A Shell foi obrigada a realizar uma auto-denúncia da situação à Curadoria do Meio Ambiente de Paulínia, da qual resultou um termo de ajuste de conduta. No documento a empresa reconhece a contaminação do solo e das águas subterrâneas por produtos denominados aldrin, endrin e dieldrin, compostos por substâncias altamente cancerígenas – ainda foram levantadas contaminações por cromo, vanádio, zinco e óleo mineral em quantidades significativas.

Após os resultados toxicológicos, a agência ambiental entendeu que a água das proximidades da indústria não poderia mais ser utilizada, o que levou a Shell a adquirir todas as plantações de legumes e verduras das chácaras do entorno e a passar a fornecer água potável para as populações vizinhas, que utilizavam poços artesianos contaminados.

Mesmo nas áreas residenciais no entorno da empresa foram verificadas concentrações de metais pesados e pesticidas clorados (DDT e drins) no solo e em amostras de água subterrâneas. Constatou-se que os "drins" causam hepatotoxicidade e anomalias no sistema nervoso central.

Ademais, a Cyanamid foi adquirida pela Basf, que assumiu integralmente as atividades no complexo industrial de Paulínia e manteve a exposição dos trabalhadores aos riscos de contaminação até 2002, ano em que os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditaram o local, de acordo com decisão tomada em audiência na sede do MPT. Apesar do recurso impetrado pela Basf, a interdição foi confirmada em decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região.

Em 2005, o Ministério da Saúde concluiu a avaliação das informações sobre a exposição aos trabalhadores das empresas Shell, Cyanamid e Basf a compostos químicos em Paulínia. O relatório final indicou o risco adicional aos expostos ao desenvolvimento de diversos tipos de doença.



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