terça-feira, 27 de janeiro de 2009

 

LILLY E ABL

Correio Popular - 23/01/2009Justiça condena a ABL por intoxicação química
Venceslau Borlina Filho
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
venceslau.borlina@rac.com.br
A Justiça do Trabalho de Paulínia condenou a farmacêutica Antibióticos do Brasil Ltda. (ABL), de Cosmópolis, a pagar uma indenização de R$ 160 mil ao ex-funcionário Fernando Marcos de Queiroz Nabão por danos causados pela intoxicação por exposição a produtos químicos produzidos e usados pela empresa.
A decisão é a primeira para uma série de ações que tramitam na Justiça pedindo indenizações a ex-funcionários que teriam sido contaminados pelos produtos manuseados na empresa.A ABL adquiriu a fábrica da multinacional americana Eli Lilly, que em setembro de 2004 fez uma autodenúncia à Companhia de Tecnologia de Saneaento Ambiental (Cete! sb) por contaminação ambiental na área da empresa.
Nabão trabalhou na ABL por 11 anos como auxiliar de produção, operador de produção e operador de utilidades. Quando deixou a empresa, em 2004, “viu-se intoxicado por exposição a produtos químicos”. Contaminado, o ex-trabalhador começou a apresentar problemas de saúde, perda de memória e doenças gastrointestinais.
Com recursos próprios, buscou tratamento de saúde, tomou medicamentos para descontaminação e até hoje é acompanhado por psicólogos e psiquiatras. “A gente trabalhava direto com os produtos. Eram ácidos, solventes e todos os princípios ativos dos medicamentos”, disse.
Outro ex-trabalhador, Elias Vieira, ganhou na Justiça o direito de ter tratamento médico pago pela empresa. No entanto, diz, a ABL não cumpre a obrigação.
“Com a contaminação, perdi um rim e estou com o fígado comprometido" ;. O Ministério Público do Trabalho de Campinas tem uma ação civil pública em traminatação contra a empresa que pede indenização de R$ 300 milhões a ex-trabalhadores.
Segundo Nabão, a indenização poderia ter um valor maior. “Aos 38 anos, estou desempregado porque as empresas não me contratam pelo meu histórico com a ABL e minhas doenças”, disse. A Eli Lilly ficou conhecida por fabricar o Merthiolate, proibido no Brasil por ter como princípio ativo o metal pesado mercúrio.
A empresa também produz o Prozac.
A ABL comprou a empresa em 2005. No contrato, teria sido acertado que a multinacional americana cuidaria da contaminação ambiental, enquanto a ABL cuidaria dos ex-funcionários.
A Eli Lilly informou que a remediação do solo terminou. “Há contínuo monitoramento das águas pluviais sob determinação da Cetesb, reafirmando que hoje o solo não está contaminado”, diz nota encaminhada à Agência Anhanguera de Notícias (AAN). A ABL foi procurada, mas não se manifestou.
A AAN apurou que a empresa teria recorrido da decisão da indenização.
O NÚMERO2,5MILHÕES DE REAISA ABL já teria pago a ex-trabalhadores da empresa em acordos extrajudiciais para tratamentos médicos.
Caso Shell: decisão final do TRT foi adiada
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas não chegou ontem a uma conclusão sobre os recursos da Shell e da Basf diante da decisão da Justiça do Trabalho que condenou as empresas a pagar um plano de saúde vitalício para os ex-funcionários expostos a riscos de contaminação na unidade de fabricação de agrotóxicos, no bairro Recanto dos Pássaros, em Pau! línia. A decisão se estende aos parentes de empregados,! prestad ores de serviços e autônomos. Na próxima quarta-feira, os advogados das empresas, Ministério Público, Associação de Combate aos Poluentes (ACPO) e Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq) se reúnem com os desembargadores para avaliar as propostas feitas. A Shell e a Basf cogitaram restringir a assistência aos ex-funcionários, excluindo parentes. O MPE é contra. A Shell diz que analisa forma de conciliação. (VBF/AAN)

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