sábado, 11 de agosto de 2012

 

VOU CONTAR UMA COISA.

Mais ou menos entre 1968/70, depois de ter feito minha "TURNÊ", de carona, pela América do Sul, resolvi sossegar.

Resolvi fazer artesanato em casa.
Naquela época eu não tinha dinheiro nenhum, então, pedi 20,00 (ñ me lembro se era cruzeiro, cruzado ou o que era) para o meu tio Lelo, irmão caçula da minha mãe.
Ele me emprestou e eu corri numa loja que vendia toda espécie de couro e ferramentas ( CASAS PROGRESSO, na Av Senador Saraiva em Campinas S.P., essa loja ainda está lá).
Comprei meio pedaço de sola, alguns vazadores, 1 vidrinho de tinta para sola e um martelo.
Corri para casa e fiz uma moldura para espelho, minha tia Dulce, irmã mais velha da minha mãe, falou que compraria de mim, vendi por 45,00 a moldura maior.
Lembro que ela me deu os 45,00 antes de eu terminar o espelho, pois eu precisava, ainda comprar o vidro e o couro (raspa de couro) para forrar. 
Juntei com o que tinha sobrado dos 20,00 e comprei o que faltava para terminar o da minha tia e fazer os outros, pois as molduras eram circulares e eu tirava uma de dentro da outra. Fiz mais 3 espelhos menores e vendi.
Comprei mais material e ferramentas e fiz mais e assim foi.
Antes de ser expulsa da minha casa eu me vangloriava de ter mais ferramentas do que muitas oficinas.
A maioria das mulheres e muitos homens se sentem FELIZES se os "soltarem" numa loja de roupas, jóias sapatos e etc., e dissesse para eles gastem a vontade...
... EU NÃO!!!!
 EU ME SINTO NO PARAÍSO SE ME SOLTAREM NUMA LOJA DE FERRAMENTAS!!!!!
AMO FERRAMENTAS!
COM ELAS POSSO FAZER MIL COISAS, CONSERTAR TUDO QUE PRECISAR.
EU, SEMPRE, DIZIA QUE ME FALTAVAM MAIS MÃOS PARA FAZER TUDO QUE EU CRIAVA.

SINTO MUITA FALTA DAS MINHA FERRAMENTAS...

Nunca ninguém me ensinou fazer artesanato, mas, na minha época, nós tínhamos aulas de TRABALHOS MANUAIS,
onde a gente aprendia fazer, em cartolina, todas as formas, como cones, cubos e mil caixinhas retangulares, circulares, quadradas e etc., e isso, pra quem gosta, é o suficiente.
...daí, em Outubro de 1971 meu pai faleceu e em Dezembro de 1971 fui morar na nossa chácara que ficou abandonada depois da morte dele.
Chácara onde eu tinha meu pomar, minha horta, agua pura, ar limpo, chacara onde eu tinha espaço, paz, meus animais de estimação e criação, chácara onde eu podia tomar banho, pelada, na chuva, chácara que eu amo ainda
CHÁCARA QUE A SHELL DESTRUIU
SONHOS QUE A SHELL MATOU.
VIDA QUE ELA CONTINUA PISOTEANDO.




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