domingo, 20 de maio de 2012

 

Enc: Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova versão do capitalismo oligopolizado.

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Enviadas: Domingo, 20 de Maio de 2012 20:22
Assunto: Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova versão do capitalismo oligopolizado.

Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova versão do capitalismo oligopolizado.
Larissa Mies Bombardi
Departamento de Geografia – USP
Professora do Programa de Pós Graduação em Geografia Humana USP
larissab@usp.br

" Entretanto, deve-se fazer novamente a ressalva, de que mesmo com relação aos dados do SINITOX, há uma expressiva subnotificação, de acordo com Bochner (2007, p. 83):

' É importante ressaltar que a totalidade dos casos registrados no país em um dado período pelo SINITOX é diferente da totalidade dos casos ocorridos no país neste mesmo período, porque, além do número de centros [Centros de Informação e Assistência Toxicológica – CIATS] ser insuficiente para cobrir toda a extensão territorial do país, a notificação dos casos a esses centros é espontânea, sendo realizada pela própria vítima ou seus familiares com o objetivo de obter informação sobre como proceder e onde buscar atendimento, bem como por profissionais de saúde que buscam informações sobre o tratamento a ser realizado.
Além disso, o envio dos dados pelos centros ao SINITOX é realizado de maneira voluntária, o que gera irregularidade em suas participações nas estatísticas divulgadas por esse sistema. Ainda com relação ao tipo de notificação que chega ao SINITOX, vale a pena ressaltar que os efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde podem ser de dois tipos: efeitos agudos, que são aqueles mais visíveis e que aparecem durante ou após o contato da pessoa com o produto e apresentam características bem marcantes e efeitos crônicos, que podem aparecer semanas, meses, anos, ou até mesmo gerações após o período de uso/contato com o produto. Assim, não há dúvidas de que os casos de intoxicação por agrotóxicos registrados pelo SINITOX são em sua grande maioria decorrentes de exposição aguda a esses produtos. Nesse sentido, a importância dos efeitos crônicos à saúde das populações expostas aos agrotóxicos é mais um forte componente da subnotificação desse sistema, pois não é difícil inferir que o número de intoxicações crônicas por agrotóxicos é superior ao das intoxicações agudas.'

Nota-se, portanto, que a subnotificação diz respeito à forma voluntária de como estes casos são retratados ao SINITOX e à não obrigatoriedade do registro destes casos de intoxicação junto ao Ministério da Saúde (através do SINAN) até o ano de 2010.

Além disto, como ressalta Bochner (2007),

 não há registros oficiais

 sobre os efeitos crônicos causados pelo contato com os agrotóxicos, o que sem dúvida, escamoteia a ação nefasta das empresas agroquímicas."



BOCHNER, R. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 12 (1): 73-89, 2007.


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M  S  T


http://www.mst.org.br/A-internacionalizacao-da-agricultura-sob-a-mao-de-meia-duzia-de-empresas

Larissa Bombardi: indústria de agrotóxicos e controle da agricultura

17 de maio de 2012
Da Página do MST
Em artigo intitulado Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova versão do capitalismo oligopolizado, a professora do Programa de Pós Graduação em Geografia Humana da USP, Larissa Mies Bombardi, apresenta o funcionamento das principais empresas transnacionais que controlam o modelo de produção do agronegócio.
Larissa nos elucida a atuação dessas empresas produtoras de agrotóxicos na agricultura brasileira, cuja forma "de organização e inserção no mercado visa a subordinação da renda da terra e se articula oligopolisticamente." 
Além disso, a pesquisadora também avança sobre a violência causada à sociedade, especialmente no meio rural, por trás desse modelo, o qual ela denomina de uma "forma de violência silenciosa", conseqüência das intoxicações causadas pelo uso dos venenos agrícolas, ao levarem à morte um número significativo de pessoas.
De uma forma geral, o artigo "procura tecer uma interpretação sobre esta especificidade do desenvolvimento do capitalismo no campo e mapear as conseqüências deste modelo."
Abaixo leia a introdução:
O Brasil, como é sabido, alcançou em 2009 o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos, embora não sejamos, como também é sabido, o principal produtor agrícola mundial.
As indústrias produtoras dos chamados "defensivos agrícolas" – aliás uma expressão eufemística, que escamoteia o verdadeiro significado daquilo que produzem: veneno – tiveram, segundo o Anuário do Agronegócio 2010 (Globo Rural, 2010), uma receita líquida de cerca de 15 bilhões de reais.
Deste total, 92% foram controlados por empresas de capital estrangeiro: Syngenta (Suiça), Dupont (Estados Unidos), Dow Chemical (Estados Unidos), Bayer (Alemanha), Novartis (Suiça), Basf (Alemanha) e Milenia (Holanda/Israel), apresentadas na seqüência por receita líquida obtida. Vale mencionar que nestes dados não estão incluídos as informações da receita da Monsanto - fabricante do glifosato "round up", herbicida vendido em larga escala no Brasil e popularmente conhecido como "mata-mato", o que nos permite afirmar que este número é sem dúvida muito maior.
A Syngenta, por exemplo, que ocupa o primeiro lugar no rankeamento do setor, está instalada em 90 países, com cerca de 24 mil funcionários, dos quais, 4 mil no Brasil. Nos últimos cinco anos sua receita, em dólares, triplicou no país. (Anuário do Agronegócio, Globo Rural, 2010).
Estas pequenas informações dão indícios do que significa, atualmente, a internacionalização da agricultura. A agricultura brasileira é, sem dúvida, monopolizada pelo capital internacional.
Se analisarmos o consumo de agrotóxicos pelas pequenas propriedades, de acordo com o Censo Agropecuário de 2006 (IBGE), verificaremos que dentre aquelas que têm entre 0 e 10 hectares, 23,7% utilizaram agrotóxicos e 2,9%, embora não tivessem utilizado no ano do Censo, costumam utilizar. Isto significa que dentre as menores propriedades do Brasil, 27% lançam mão do uso de agrotóxicos.
Já entre as propriedades que têm entre 10 a 100 hectares, a porcentagem daquelas que utilizaram agrotóxicos no ano do Censo alcançou 33,2%, se consideradas aquelas que utilizam, mas não utilizaram no ano do Censo, este número chega a 36%.
Estes dados são extremamente reveladores de um intenso processo de subordinação da renda da terra camponesa ao capital monopolista: mais de 1/3 das pequenas propriedades no Brasil utilizam venenos. Neste sentido, toda vez que o camponês destina parte de sua renda à compra de insumos químicos, sejam eles agrotóxicos ou fertilizantes, esta renda é apropriada pelo capital industrial internacional e, sobretudo, monopolista.
A expressão monopólio, neste caso, aparece mais vívida do que nunca: Estados Unidos, Suíça e Alemanha, juntos, através de suas empresas, controlam 70% da venda de agrotóxicos no Brasil.
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INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS NO BRASIL: OS SISTEMAS OFICIAIS DE INFORMAÇÃO E DESAFIOS PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

FARIA, Neice Müller Xavier; FASSA, Anaclaudia Gastal  y  FACCHINI, Luiz Augusto. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2007, vol.12, n.1, pp. 25-38. ISSN 1413-8123.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100008.

"O que se observou é que existem vários sistemas oficiais que registram intoxicações por agrotóxicos , mas nenhum deles responde adequadamente como instrumento de vigilância deste tipo de agravo. Na prática, só se registram os casos agudos e mais graves. Mesmo para os casos agudos, o sub-registro é muito grande e os casos crônicos não são captados por nenhum destes sistemas de informação."



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