SÃO PAULO. O Ministério Público Estadual investigará novas denúncias contra Shell e Basf, principalmente sobre o fato de a interdição do terreno da antiga fábrica de agrotóxicos em Paulínia (SP) não estar seguindo regras previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), como noticiou o GLOBO no último domingo.
Com mais de 400 mil metros quadrados, no bairro Recanto dos Pássaros, a área foi fechada em 2002, após ser constatada a contaminação do solo e da água por substâncias cancerígenas. Segundo a promotora de Justiça de Paulínia Giovanna Altieri Arantes, as denúncias serão apuradas e, se for o caso, serão adotadas medidas para eliminar os riscos e responsabilizar os culpados.
— Se a interdição da área estiver sendo desrespeitada, como mostra a matéria do GLOBO, e que trabalhadores estão sendo expostos a algum risco em razão da não utilização dos equipamentos de segurança necessários, os culpados serão responsabilizados — disse a promotora.
A contaminação da água e do solo da antiga fábrica de agrotóxicos da Shell/Basf e de terrenos vizinhos ficou em segredo de Justiça de 1994, quando foi constatada pela Shell, até 2001, depois que ex-empregados tiveram acesso aos laudos que comprovavam a contaminação da região com substâncias altamente tóxicas. Antonio Marco Rasteiro, um dos primeiros contratados pela empresa, em fevereiro de 1977, acompanhou de perto o processo, que começou na produção de pesticidas para a agricultura à base de Aldrin, cuja comercialização foi proibida em 1985.
A Shell voltou a dizer, em nota, que a responsabilidade de controlar a entrada de pessoas na área (recomprada após a interdição) é da Vigilância Sanitária de Paulínia. Sobre os derrames de material durante a operação, afirma que aconteceram de forma "restrita e controlada" e que os funcionários eram orientados sobre normas de segurança.
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