quarta-feira, 1 de setembro de 2010

 

Caso Shell é discutido em ciclo de palestras no MPT

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Caso Shell é discutido em ciclo de palestras no MPT
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28/04/2010 16:38 | Fonte: ASCOM PRT-15
Caso Shell é discutido em ciclo de palestras no MPT
 
No primeiro dia do ciclo de palestras em lembrança ao Dia Internacional em Homenagem às Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais, a procuradora Márcia Kamei López Aliaga apresentou um painel sobre a sua atuação durante 9 anos no caso Shell,  juntamente com o ex-trabalhador da empresa, Antonio de Marco Rasteiro, e com o médico perito do MPT, Marcos Sabino. 
 
 
Rasteiro contou os casos vividos enquanto trabalhador da Shell por cerca de 25 anos, período no qual foi exposto a substâncias químicas diversas, entre elas, organoclorados causadores de cânceres e outras neoplasias. 
 
Além de suas experiências, o atual presidente da Atesq também explicou um pouco do histórico da exposição na planta e do impacto gerado pelos tóxicos no organismo de seres humanos, cuja repercussão pode levar à morte.
 
 
A procuradora Márcia Kamei levantou os riscos e as consequências da conduta irregular das empresas que administraram o sítio desde 1977 até 2002, ano em que houve a interdição da fábrica de agrotóxicos. 
 
"A exposição aumenta consideravelmente os riscos de se desenvolver cânceres, problemas endócrinos e outras doenças. Essa é a reparação que buscamos hoje na Justiça, além do dano moral", explica, referindo-se à ação civil pública ajuizada pelo MPT em 2007.
 
 
Segundo a procuradora, a recente decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, que negou o recurso impetrado pelas empresas Shell e Basf, garantindo provisoriamente o tratamento de saúde dos ex-trabalhadores, é muito importante do ponto de vista jurídico. "Traz uma grande esperança, na medida em que, pela primeira vez na história, um órgão colegiado profere uma decisão de tamanha importãncia na Justiça do Trabalho", diz. 
 
Para finalizar o painel, o médico do MPT, Marcos Sabino, falou sobre níveis de exposição, toxicologia e higiene ambiental, expondo fotos, laudos e opiniões técnicas sobre o caso Shell.  
 
 
"As substâncias as quais os ex-trabalhadores foram expostos são biopersistentes, ou seja, permanecem no organismo por muito tempo", explica. 
 
Sobre o meio ambiente de trabalho, Sabino falou sobre a estrutura precária da fábrica à época, inadequada para a execução de determinados procedimentos. "A planta da Shell em Paulínia vivia uma situação de intensa industrialização. As fotos mostram a fumaça da incineração de resíduos de produtos com cloro e carbono, o que gerava substâncias ainda mais tóxicas. Essa fumaça possuía quantidades muito grandes de metais pesados, e as pessoas respiravam aquele material, especialmente devido à inversão térmica provocada pela prática", afirma.
 
Por meio de registros fotográficos, o médico mostrou as áreas de incineração e o processo produtivo irregular pelo qual eram submetidos os trabalhadores da Shell, além de mostrar laudos feitos com base na análise médica dos ex-trabalhadores e expor princípios de precaução.  
 
 

 


 
ciomara

 

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