domingo, 6 de junho de 2010

 

dioxina

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Afinal, o que é a Dioxina?___
dsa
Por Titan de Lima e Ronaldo Hipolito___
Recentemente, a população brasileira tomou conhecimento, via imprensa, de que alguns alimentos importados da Bélgica, segundo órgão oficiais, estavam contaminados por Dioxinas. E que estes alimentos foram contaminados porque os belgas deram ração "com Dioxinas" para os animais.
Ora, será que essa tal Dioxinas é um tipo de hormônio de super crescimento, perguntaram-se os brasileiros.

O fato do governo brasileiro ter reconhecido pela primeira vez a contaminação de alimentos por Dioxinas é de grande importância, pois as Dioxinas estão relacionadas com as indústrias químicas, que reduzem a qualidade do ar que respiramos, e com a gestão dos resíduos sólidos, que é basicamente inexistente e sem uma política definida.

É isso mesmo: com a indústria, com o ar e com o lixo. Mas como pode? Esta dúvida existe porque até agora o governo não se dispôs a explicar o que são as tais das Dioxinas e como elas são produzidas.

Teria o governo rabo preso com o setor químico industrial, que dispõe seus resíduos perigosos em incineradores?
Vamos explicar. Porém, primeiro temos que entender o que é a incineração de resíduos domésticos, industriais e hospitalares, pois são os incineradores as maiores fontes geradoras de Dioxinas.

Para o professor doutor Waldir Bizzo, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, incineração assim se define: "a queima de lixo, ou de qualquer outra substância, é uma reação química denominada combustão.

A combustão é a reação química do combustível (no nosso caso, o lixo) com o ar atmosférico. Quando se queima qualquer combustível, o produto da combustão é uma mistura de dois gases: o dióxido de carbono e o vapor de água.

A queima transforma um material sólido, que é o lixo, em uma mistura gasosa, que no incinerador é jogada pela chaminé."
A tal mistura gasosa que sai pela chaminé do incinerador é composta por várias substâncias e partículas, que atravessam os filtros do incinerador

.Algumas são bem conhecidas como chumbo, cádmio e mercúrio, outras menos conhecidas, porém muito mais perigosas, como as Dioxinas e os Furanos.

Quanto mais eficientes forem os filtros do incinerador, mais problemática será a cinza retida e a escória produzidas no processo.

Vale lembrar que o incinerador não dispensa o aterro sanitário para a disposição final das cinzas e escórias, pois, para cada 3 toneladas de resíduos incinerados, teremos 1 tonelada de cinzas que terá de ir para aterro sanitário.

A cinza em questão, no entanto, estará totalmente contaminada de metais pesados, como Dioxinas e Furanos, e, na eventualidade de um vazamento do aterro, a contaminação de lençóis freáticos ou corpos d’água superficiais será inevitável.
Entendido como se incinera, voltemos às tais Dioxinas e Furanos, quimicamente conhecidas como PCDDS e PCDFS .

São denominações para uma classe de compostos policlorados e difenílicos, com quase 200 isômeros, os quais podem se formar na combustão de compostos contendo cloro. São tidos como produtos altamente tóxicos. Entre todos os isômeros, o 2,3,7,8 tetraclorodibenzo-p-dioxina é comprovadamente o mais tóxico e utilizado como padrão de toxidade equivalente (TE).

No ano de 1976, na cidade de Seveso, Itália, uma fábrica de produtos químicos que produzia Triclorofenol, composto aromático clorado, foi arrasada por uma explosão que destruiu todo o complexo químico e algumas residências que ficavam na proximidade da indústria. Estudos posteriores constataram a contaminação por Dioxinas do tipo TCDD, as mais cancerígenas, na população, nos alimentos, plantas e animais circunvizinhos ao complexo, bem como nos funcionários que trabalhavam na fábrica.
Desde então, "as Dioxinas de Seveso" têm sido alvo de grande preocupação internacional, com maciço investimento em pesquisa.

A contaminação por Dioxinas ocorre de maneira sinistra, pois, além de terem efeito bioacumulativo, as Dioxinas emitidas por incineradores e pelas indústrias químicas e de papel e celulose têm uma autonomia de viagem de até 200km nas correntes de ar - sendo que a contaminação acontece de maneira indireta, através da cadeia alimentar responsável por 98% da absorção de Dioxinas por seres humanos.
As Dioxinas, resultantes principalmente da combustão de materiais clorados, são confundidas pelo nosso organismo com um hormônio, o estrógeno, passando a modificar o código genético do ser humano.

Vale lembrar que as Dioxinas são 500 vezes mais tóxicas que o veneno "estriquinina".
O aumento da incidência de câncer em populações expostas às Dioxinas tem sido comprovado desde 1991.

Pesquisas levantaram que as Dioxinas produzem alterações hormonais e genéticas em concentrações extremamente baixas, a ponto de alguns autores sustentarem que não há uma dose mínima na qual uma alteração bioquímica não seja detectada.
No Brasil, a Dra. Agnes Soares da Silva, médica especialista e mestra na área de contaminações químicas, comprovou a contaminação por Dioxinas e Furanos no leite materno nas mulheres moradoras do bairro Samarita, na região de São Vicente, próximo à fábrica da Rhodia, no estado de São Paulo.
Outra conseqüência nefasta são as crianças nascidas sem cérebro no município de Cubatão. No Brasil, segundo a ACPO - Associação dos Contaminados Profissionalmente por Organos Clorados, existem hoje 40 mil contaminados por Dioxinas e pentacloro fenol, o pó da China.
A população brasileira está mais exposta ao risco da contaminação, pois não há laboratórios oficiais para análise de emissões de Dioxinas, nem tampouco uma tabela de padrão mínimo e máximo de emissão deste particulado para o meio ambiente.

Portanto, o setor industrial químico e os incineradores no Brasil estão sendo operados sem o devido monitoramento da emissão deste tipo de agente contaminante.
Mas será que o governo brasileiro não sabe disso?
Titan de Lima é assessor técnico do Sindae (Sindicato dos Trabalhadores da SANASA) e membro do comitê nacional de resíduos sólidos da ABES. Ronaldo Hipolito é químico aposentado da Petrobrás

Comments:
Esclarecimento muito bem feito!
 

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