terça-feira, 4 de maio de 2010

 

Enc: Enc: REPORTAGEM " SETE ANOS DE HOTEL"


ciomara
ciomara





Paulínia
APÓS SETE ANOS, VÍTIMAS DA SHELL CONTINUAM MORANDO EM HOTEL
Data: 29/04/2010
Escrito por: Tuyla Maia
Na terça-feira o Tribunal Superior de Justiça (STJ) decidiu manter a ação pública que a prefeitura de Paulínia moveu contra a Shell do Brasil Ltda. No Tribunal de Justiça de São Paulo a ação movida pela prefeitura pede que a empresa neutralize todas as fontes de contaminação existentes no local, em beneficio da população, e ainda pede o custeio de plano de saúde para os moradores do bairro Recanto dos Pássaros.

O pedido da prefeitura é o mesmo da ação movida pelos trabalhadores da Shell. Segundo Mauro Bandeira, representante da Associação dos Trabalhadores Expostos a Substancias Químicas (Atesq), na época trabalhavam 999 funcionários na empresa, além dos terceirizados. Muitos deles já não é mais possível encontrar e 53 já faleceram, grande parte de câncer.

Na ação, os trabalhadores pedem por plano de saúde vitalício para a 1ª, 2ª e 3ª geração, acompanhamento médico, todos os tipos de exames e o custeio dos remédios que a pessoa possa precisar. O último processo os ex-funcionários venceram, mas a Shell vai recorrer na União.


Moradores

Na época do caso, havia cerca de 86 chácaras no Recanto dos Pássaros. Em muitas as famílias iam apenas para passar o final de semana ou férias, não é o Caso de Ciomara Rodrigues, uma das moradoras retiradas do bairro.

A artesã nunca acreditou que a Shell pudesse fazer algo que pudesse prejudicar os moradores do entorno da empresa. "Quando a Shell chegou lá eu já morava na chácara. Começou um cheiro horrível, os incineradores não incineravam direito e vinham brasas para minha casa. Na década de 70 começou o gosto ruim na água, mas eu achei que se a Shell estivesse fazendo alguma coisa que fizesse mal falaria pra gente", afirmou.

Ciomara morava na casa com seus dois filhos e em 2003, após muita pressão decidiu deixar a chácara com esperança de poder voltar. Porém, até hoje, ela e os filhos moram em um hotel. A Shell moveu uma ação para que ela fosse obrigada a vender a chácara por um preço determinado por eles, mas a artesã não aceitou.

Além da menor convivência com os filhos, já que fica um em cada quarto, Ciomara tem outras dificuldades por morar em um hotel. "As refeições tem horários, nós não temos comprovante de residência. É a maior humilhação a gente chega a algum lugar e dizem você não tem comprovante de residência?", contou.

Com a dor de ser tirada da própria casa e se afastar de suas atividades, Ciomara estava entrando em depressão e atualmente precisa tomar antidepressivos para controlar principalmente a ansiedade que aumenta a cada audiência. A Shell marcou uma reunião de conciliação com Ciomara para o próximo dia 28.

Entenda o caso

Em 1995, a Shell protocolou no Ministério Público uma auto-denuncia de contaminação da área da empresa. Um ano depois, um laudo norte-americano mostrou que a área estava 16 vezes mais contaminada que o permitido para a preservação da saúde humana. Em 2002, começou a ação que pedia para os moradores deixarem o local e que a Shell custeasse os tratamentos de saúde deles e dos trabalhadores.





APÓS SETE ANOS, VÍTIMAS DA SHELL CONTINUAM MORANDO EM HOTEL
Data: 29/04/2010
Escrito por: Tuyla Maia







ciomara

Comments:

Postar um comentário





<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?