quinta-feira, 6 de maio de 2010

 

Cancer no intestino MATA EX FUNCIONÁRIO DA SHELL.

Câncer no intestino mata ex-funcionário da Shell
 
João Antonio Pelissari seria a 54ª morte entre trabalhadores que atuaram na planta de Paulínia
Marília Rocha - Campinas

Arquivo/TodoDia Imagem

Pelissari estava internado no Hospital Madre Theodora
Mais um ex-funcionário da antiga indústria da Shell localizada no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, pode ter sido vítima da contaminação por substâncias químicas. João Antônio Pelissari, 52, morreu anteontem vítima de um câncer no intestino. Ele trabalhou na demolição da planta industrial até 2007 e, segundo a Asteq (Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas), foi funcionário da Shell por mais de 20 anos. A empresa foi procurada através da assessoria de imprensa, mas não se posicionou sobre o assunto.

Pelissari é a 54ª vítima fatal que atuou na área infectada e, segundo a família, teve o câncer identificado no dia 7 de abril deste ano. "Os médicos assustaram, disseram que nunca tinham visto um câncer tão intenso e que ele já devia ter há um bom tempo, mas já não era possível fazer nada", lamentou a viúva, Davirce Pelissari. Segundo ela, há 13 dias o marido estava internado no Hospital Madre Theodora, em Campinas, e na terça-feira à noite foi levado para o velório em Cosmópolis, cidade onde vivia. O enterro ocorreu ontem, às 16h.

"Ainda está cedo, mas todos estão dizendo que é nosso direito questionar a Shell, pretendo verificar com um advogado o que é melhor fazer", contou Davirce. "Dependendo do caso, a família pode pleitear um ressarcimento; a situação é delicada, mas não podemos deixar de buscar o que é direito", defende o diretor e coordenador geral da Asteq, Antônio Marcos Rasteiro. "Para nós é mais um companheiro que foi pego de surpresa e teve morte precoce. Precisamos alertar os ex-trabalhadores sobre a necessidade de fazer um acompanhamento preventivo e lutar pela atenção diferenciada que é nosso direito" disse.

"A orientação é que as famílias busquem ações individuais, paralelas à do sindicato e do MPT (Ministério Público do Trabalho), que já lutam por um atendimento a todos", afirmou o advogado do Sindicato dos Químicos Unificados, Vinicius Casconi. Segundo ele, entre trabalhadores, terceirizados e familiares são cerca de 6 mil pessoas que devem receber atendimento. "O sindicato mais uma vez demonstra preocupação com essa demora das empresas de prevenir as doenças oriundas das condições de trabalho e da exposição indevida aos contaminantes", apontou.


 
ciomara

 

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