sexta-feira, 2 de outubro de 2009

 

pois é 2...

Empresa só vai vai fazer concesões na Justiça
Representante afirma que multinacional não bancará tratamento de ex-moradores e funcionários
Paulo Reda - Campinas
Pedro Amatuzzi/TodoDia Imagem
Antonio Marco Rasteiro é presidente da associação de trabalhadores
O gerente de instalações da Shell do Brasil, José Cardoso Teti, negou ontem que exista a possibilidade de um acordo entre a empresa e os ex-moradores da região do Recanto dos Pássaros para a concessão de planos de saúde.
A empresa também descartou a hipótese de custear as despesas com o tratamento médico dos ex-trabalhadores que atuavam naquela unidade.
Essas pessoas acusam a empresa na Justiça de terem sido vítimas da contaminação do solo e das águas subterrâneas por uma unidade da empresa que produzia inseticidas naquele bairro.
“Não conseguimos convergir na busca de uma solução para esses casos e por isso acredito que essas reivindicações deverão ser resolvidas pela Justiça”, afirmou Teti.
Para ele, existem informações médicas divergentes elaboradas por médicos contratados pela Shell e pelos antigos moradores e ex-trabalhadores.
O Sindicato dos Químicos Unificados tem ação coletiva na Justiça para a concessão de planos de saúde a todos os ex-trabalhadores da Shell em Paulínia.
No caso dos moradores, as ações na Justiça são individuais.
Teti participou ontem de uma audiência pública convocada pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Chico Sardelli (PV), na qual também prestaram depoimento o diretor da Cetesb, Alfredo Roca, o coordenador da Atesq (Associação dos Trabalhadores Expostos à Substância Químicas), Antônio Marco Rasteiro, e o toxicologista Igor Vassillieff, que foi contratado pela Prefeitura de Paulínia no início dos anos 2000 para constatar a ocorrência de contaminações entre os moradores do Recanto dos Pássaros.
Segundo Teti, a expectativa da Shell é de concluir o trabalho de recuperação ambiental da área onde funcionava sua unidade no Recanto dos Pássaros em um prazo de dois anos.
“Depois disso a Cetesb fará uma nova análise de riscos da área para verificar a eficiência das medidas adotadas”, disse ele.
De acordo com Roca, o cronograma de reparação ambiental imposto pela Cetesb à Shell na área do Recanto dos Pássaros tem sido cumprido.
“Infelizmente no que diz respeito à saúde das pessoas não temos verificado o mesmo empenho”, ressaltou Roca.
O deputado estadual Rodolfo Costa e Silva (PSDB), autor do requerimento para a realização da audiência , disse que irá encaminhar as informações coletadas durante os depoimentos à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, para que esta possa buscar intermediação entre a Shell e os moradores do Recanto dos Pássaros e trabalhadores que reivindicam seus planos de saúde.
“Não é admissível que uma empresa que é ré confessa em um caso de contaminação não arque com os custos do tratamento de saúde dessas pessoas”, destacou ele.
O médico Igor Vassillieff informou em seu depoimento que a Shell ingressou com representação contra ele no CRM (Conselho Regional de Medicina) sob a acusação de quebra da ética médica. “Esse é o preço que pago por denunciar durante todos esses anos inúmeros casos de contaminação, que incluem até crianças, na região em torno da planta da Shell no Recanto dos Pássaros”.

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