sexta-feira, 15 de setembro de 2006

 

Notícias da época da remoção.

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RECANTO DOS PÁSSAROS
12 de abril de 2003

Juiz marca audiência de reconciliação
Foram intimidados representantes da Prefeitura de Paulínia e moradores do Recanto dos Pássaros

Da Redação - Paulínia


O impasse envolvendo a desocupação da área contaminada pela empresa Shell no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, agora tem data marcada para uma possível solução.
O juiz Ricardo Sevalho Gonçalves, da Vara Distrital de Paulínia, marcou uma audiência para o próximo dia 23, entre a prefeitura e as três famílias citadas na ação cautelar inominada, impetrada na última quarta-feira pela administração.
Independente disso, mais uma família deixou ontem o Recanto dos Pássaros. Nessa ação, o município de Paulínia pleiteava a concessão de medida liminar para que as famílias fossem retiradas do bairro no prazo de 24 horas. Para a prefeitura, segundo o secretário de Assuntos Especiais Edilson Rodrigues, essa era uma medida visando a preservação da saúde pública. Os argumentos para a retirada eram o cumprimento ao decreto de isolamento da área, assinado em 18 de fevereiro pelo prefeito Edson Moura (PMDB) e a determinação judicial para desocupação da área dentro de 30 dias, em prazo que expirou-se na última segunda-feira. A liminar pleiteada na ação acabou não sendo concedida. De acordo com o procurador municipal Ademar Silveira Palma Júnior, o juiz de Paulínia decidiu pela marcação da audiência, considerada, popularmente, de conciliação.
No dia 23, data marcada pelo Judiciário, estarão na audiência representantes da prefeitura e das famílias de Ciomara de Jesus Rodrigues, Jerônima Maria de Jesus Borges e Rogério Marcon, citados na ação.

HOTEL Independente dessa decisão, na manhã de ontem, mais uma família deixou o Recanto dos Pássaros e registrou-se em um hotel da cidade, disponibilizado pela Shell.

A família de Ciomara deixou o bairro, onde agora restam apenas as famílias de Jerônima Borges e Rogério Marcon.

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RAIVA

Cerca de 1,6 mil animais são vacinados
Da Redação - Paulínia

Depois que a Vigilância à Saúde de Paulínia capturou um morcego contaminado pela raiva na cidade, no início do mês, o trabalho desencadeado para bloqueio de foco da doença atingiu a vacinação de cerca de 1,6 mil animais. “Além das ações de orientação e conscientização da população local, estão sendo vacinados cães e gatos para promover um novo estilo imunológico”, explicou o médico Álvaro Vidal Ramos Filho, referindo-se aos bairros João Aranha e São José, principalmente, onde a campanha vem se desenvolvendo. A vacinação nesses bairros está sendo feita casa a casa, abrangendo a área identificada como sendo aquela do percurso do morcego raivoso durante a investigação do foco. Os limites das áreas foram determinados com base em levantamentos efetuados pela investigação epidemiológica. Dessa forma, serão vacinados cães e gatos dos bairros João Aranha, Bela Vista, Marieta Dian e São José. Até agora, no sistema casa a casa, foram vacinados 630 animais. Mas no último final de semana, foram montados postos de vacinação no João Aranha e São José, nos quais foram vacinados mais 944 animais, totalizando, até ontem, 1.574 animais vacinados. O Serviço de Vigilância à Saúde tem orientado a população que, no caso de encontrar um morcego, principalmente durante o dia, é necessário comunicar imediatamente o setor para que o animal seja capturado e encaminhado para exame laboratorial de diagnóstico de raiva. A Vigilância orienta, ainda, que os animais domésticos com mudanças de comportamento, principalmente agressividade e salivação excessiva, também devem ser informados imediatamente para que sejam avaliados e tomadas as devidas precauções. Além disso, lembra que as pessoas não devem tocar nos animais suspeitos e sim solicitar a presença de um técnico da Vigilância à Saúde.


EXPLICAÇÃO MINHA :- Coloquei essa reportagem sobre RAIVA, por que o pessoal da Prefeitura, nessa época, queria levar minhas vacas para esse bairro. Não aceitei e no dia da audiência falei para o Juiz e pedi que não fosse feito isso, pois poderiam matar minhas vacas e depois falar que tinham sido contaminadas pelos morcegos. Eu temia isso porque, dias antes, uma pessoa da prefeitura falou que eles, se quisessem, poderiam confiscar as vacas, matá-las e etc.. Foi então que o Juiz permitiu que eu fosse no bairro a cada dois dias, para cuidar de minhas vacas, até que a Shell disponibilizou uma quantia para eu pagar uma pessoa, de minha confiança, para cuidar das "minhas meninas".
...e assim foi feito, até hoje.


RECANTO DOS PÁSSAROS

Duas famílias permanecem em áreaApesar de vencimento do prazo estabelecido pela Justiça, duas famílias não querem deixar o bairro
Da Redação - Paulínia

Duas famílias - uma por falta de acordo e outra por não acreditar na contaminação do local - ainda resistem em permanecer no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, na área da Shell Química do Brasil, considerada contaminada.
O prazo de 30 dias concedido pela Justiça de Paulínia expirou ontem e o impasse continua. Das famílias que residiam na área, duas (Ciomara e Jerônima) se instalaram em um hotel da cidade e uma terceira optou por acomodações em outro local.
O Recanto dos Pássaros teve seu isolamento decretado pelo prefeito Edson Moura (PMDB) no dia 18 de fevereiro, logo depois que uma forte chuva provocou a inundação do local. A medida foi tomada como preocupação à saúde dos moradores, juntamente com a assinatura de um decreto de calamidade pública no bairro.
Posteriormente, foi a Justiça de Paulínia quem fixou o prazo de 30 dias para desocupação da área.
A partir daí, a Shell se dispôs a negociar a transferência com as famílias, mesmo aquelas que estavam discutindo na Justiça o valor de indenização pela venda dos imóveis. Desde 24 de março, a Shell disponibilizou a estada em um hotel de Paulínia, mas somente no sábado é que duas famílias foram para lá. Uma delas, de Antonio Melo, é a que mais lamenta a saída. “Foi duro sair daquele lugar que planejei toda a construção”, conta ele, chegando a chorar. Seu advogado no processo, Waldir Tolentino de Freitas, confirma que a saída foi apenas para cumprimento de uma decisão judicial, mas que a família não concorda com a estada no hotel.
O advogado disse, ainda, que protocolou ontem uma petição na Justiça, pedindo que o juiz declare que a remoção não foi cumprida pela Shell. Em que pesem os serviços oferecidos na hospedagem, ele entende que um hotel não é compatível com as acomodações do Recanto dos Pássaros, porque não mantém o padrão habitacional. Esses dois casos deverão ser constatados hoje, quando um oficial de Justiça deverá visitar o bairro para confirmar se houve a desocupação determinada pelo juiz.
Da parte da prefeitura, que determinou o isolamento do bairro, o entendimento é que qualquer medida a partir de agora é de competência da Justiça, que determinou a desocupação. “A prefeitura apenas vai levar a juízo a questão da contaminação da área, até por proteção à saúde pública”, explicou o secretário de Assuntos Especiais Edilson Rodrigues.

NOTA Através de uma nota divulgada no final de semana, a Shell informou que para atender a determinação judicial, foi colocada à disposição dos moradores a hospedagem em um hotel, “pelo tempo que perdurar a vigência da decisão judicial ou até que sejam fechadas as demais negociações de aquisição das propriedades”.
A empresa se compromete a arcar com os custos de hospedagem, alimentação referente a café da manhã, almoço e jantar, além das despesas de lavanderia do hotel, na base de até R$ 210 por pessoa, por semana. Além disso, a Shell promete custear os serviços de acondicionamento dos objetos da casa, bem como ao alojamento dos animais domésticos.

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