segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

 

TÚNEL DO TEMPO


Tema em Debate

Paulínia, 1 de abril de 2004.

Para cumprir ordens e obedecer à justiça é que me encontro, hoje, hospedada no hotel XXXX de Paulínia e não por vontade própria ou opção.
Humilhações, restrições, discriminações, falta de privacidade e imposições passaram fazer parte do meu dia a dia depois que fui obrigada e até intimidada, com possível remoção com força policial, caso não desocupasse, por bem, o “meu” imóvel e viesse me instalar num dos melhores hotéis da cidade, ou seja, para o confinamento.
Desfrutando de um cardápio farto, porém não compatível com minhas necessidades, tento me adaptar.
Vivendo entre quatro paredes, respeitando regras e horários, tento sobreviver com equilíbrio e dignidade.
Separada dos meus animais, do meu trabalho, da minha maneira de viver, da liberdade e autonomia que sempre desfrutei, procuro não sucumbir.
Decepada nas minhas raízes, obedecendo a determinações e cumprindo a lei, agonizo.
Nunca, em minha vida, cogitei sair da minha casa.
Sendo obrigada “ceder meus direitos sucessórios”, que nunca estiveram à venda, diferentemente dos outros imóveis do local, gostaria de saber se minha executora será chamada para assumir, juntamente com, suas responsabilidades relativas aos prejuízos e danos causados a mim e ao meu quinhão. Onde eu colhia minhas frutas, legumes e verduras o ano todo, onde eu criava minhas vacas, onde, e donde, eu tirava todo meu sustento e da minha família.
Tendo minha subsistência totalmente dependente do local não vejo como sobreviver se abrir mão, pelo valor imposto, do único bem que tenho, em favor de minha executora, que em nenhum momento se mostrou responsável ou se preocupou com a extensão dos danos a mim causados ou com meu empobrecimento total em conseqüência de seu procedimento, suas irresponsabilidades, omissões e acidentes criminosos contra o meio ambiente, envenenando minha água, meu solo e, possivelmente, minha saúde, dos meus filhos e da minha família, que também desfrutava de tudo que a propriedade produzia e oferecia desde 1955 quando foi comprada pelo meu pai.
A empresa, em questão, põe toda culpa nas “manifestações publicas do Município de Paulínia, alarmistas e sem fundamento técnico, a respeito da extensão da ALEGADA CONTAMINAÇÃO ambiental do bairro Recanto dos Pássaros”.
Comportamento esse, não muito claro, pois, se não me engano, houve uma auto-denuncia em 1995 e na época foi firmado um TAC, bem antes do Município de Paulínia se pronunciar e que até hoje, parece, não foi cumprido.
Que eu pague por ter escolhido viver em paz junto à natureza; que eu pague por amar o que meu pai construiu, com muito amor, para mim; que eu pague por não querer sair do local onde passei minha infância e criei meus filhos; que eu pague por ter ousado querer viver, até a morte, em local disputado por poderes e poderosos; que eu pague pela ousadia de querer ser feliz dentro do que me pertence e que hoje está sendo usurpado de mim.
Que eu pague pelo que pedi, quis, fiz, ousei ou sonhei!
Chega de humilhações, mentiras e distorções de fatos e atitudes!
Chega de constrangimentos!
Chega de humilhações!
Ponho-me a disposição da Justiça para que seja cumprida a lei e assumida a responsabilidade.
Que a Justiça determine o que me cabe, pois mesmo se a minha executora e aliados me dessem todo dinheiro do mundo, não iriam repor o que estão me tirando.
Não têm dinheiro que pague a vida, os sonhos, os anseios, a felicidade, o amor, a segurança e o sorriso de uma criança de barriga cheia!
Não vou mais lutar pelo que pensei ser um direito meu ou uma compensação por estarem me tirando tudo que tenho, pois continuaria sendo humilhada, constrangida, e contestada, pois nossos valores e noção de respeito ao próximo e à natureza são opostos.
Confiando no MM. Juiz, agradeço.


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Ciomara de Jesus Rodrigues

QUEM SOU!!

05/04/05

Pra começar, comecei existir, (fora da barriga da mamãe) em 27 de abril de 1946, às 10:20hs, se não me engano.
Mamãe passeava, no jardim São Benedito, em frente a casa dela(nossa) em Campinas, com meu irmão(primogenito), quando começou sentir as dores...
Avisou em casa e foi direto para o hospital, Casa de Saúde de Campinas(Círculo Italiano)em frente ao jardim também. Correria. Mamãe, e meu irmão, quase morreram no 1º parto. Levaram-na para o quarto, correram buscar a maca para levá-la para a sala de parto, chega a maca, chega meu pai, a enfermeira olha na cama, eu já tinha nascido, empurra meu pai pra fora do quarto, naquele tempo o pai não podia ver, e eu!! euzinha, na cama, de bruços, levantando a cabecinha já querendo ver tudo, CHEGUEI A ESSE MUNDO!!!!
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O QUE VIVI
08/04/05

MEU PAI:- PROFESSOR ALBANO DE JESUS RODRIGUES.
MAMÃE:- HERMÍNIA DALLEDONNE RODRIGUES.

Tive uma infancia comum, fui criada com 3 irmãos, nunca admiti ter menos regalias que eles por ser menina, desde pequena lutei pelo direito de jogar bola, birola, brincar de mocinho e bandido, de subir no muro, no telhado de casa, nas árvores e brincar de tudo que eles brincavam!!! Quando nasci morávamos na casa da vovó, na rua Duque de Caxias em frente o jardim, dali mudamos para casa nossa na rua General Osório nº 1887(Cambuí). Ali passei minha infância e minha adolescência(dos 3/4anos aos 19 anos).
Fui adolescente rebelde ao máximo que se podia ser. Fui mãe solteira aos 19 anos e por motivos, que ainda doem, abandonei tudo, fugi de casa em dezembro de 1968.
Viajei pelo Brasil e por boa parte da America do Sul.



 

caso shell Paulínia

Meu pai, década de 60, construindo nossa casa


Uma história do Recanto dos Pássaros
(antigo Poço Fundo)

“Volto meu pensamento para o ano de 1955!
- Alegria! Papai comprou um pesqueiro às margens do rio Atibaia, em Paulínia, para nossas férias e fins de semana.
Paulínia!
A igreja, a padaria, o açougue, o armazém, o coreto e a estação de trem!
O pesqueiro!
No Poço Fundo (hoje Recanto dos Pássaros)!
A mata virgem! A água limpa do rio! O cheiro da mata! Os serelepes! As borboletas! Os sagüis! As jaguatiricas! O lobo Guará! Que medo! Que alegria no mato catando favas de baunilha que caiam das orquídeas!
Quanta farra, nadando e pescando no rio!
Quanta beleza na piracema, milhares de peixes subindo o rio!
Tijolo por tijolo meu pai construiu o nosso refúgio! Por vezes levava o saco de cimento nas costas, da “Vila” até lá (5 quilômetros).
A areia grossa tirava do meio do rio, a fina do barranco e o tijolo, feito a mão, o “Zé Joaquim” levava no carro de boi!
Quanta felicidade formando o pomar!
Acompanhando o crescimento de cada muda!
A primeira flor, o primeiro fruto de cada espécie, que era sempre dividido entre nós!
Lá era o nosso Paraíso.
Em outubro de 1971 meu pai faleceu, em dezembro mudei para lá.
Na mesma década a Shell se instalou no meu portão.
Imponente, poderosa, dominadora e arrogante!
Era o “Progresso” que chegava!
O “Desenvolvimento”, o “emprego para o povo”!
O ar, misturado com a fumaça das chaminés, passou a cheirar formicida!
O vento trazia um cheiro ardido que queimava os olhos e fazia vomitar!
A água passou ter gosto de remédio!
Em 1995 a autodenuncia.
Em fevereiro de 2003 a interdição do bairro.
Em abril de 2003 a remoção dos moradores..
Em 1º de abril de 2004 recebo um Mandado de Citação, ...”ação de execução provisória de obrigação de fazer”!
Obrigação de vender “meu Paraíso”!
E em meio a muitas humilhações só faltou a inversão dos fatos!
Hoje me encontro hospedada em um hotel de Paulínia, pago pela Shell, não por vontade própria ou opção e sim para cumprir ordens e obedecer à justiça.
Humilhações, restrições, discriminações, falta de privacidade e imposições passaram fazer parte da minha vida depois que fui obrigada, até intimidada, com possível remoção com força policial, caso não desocupasse, por bem, o “meu” imóvel e viesse me instalar num hotel da região, ou seja, para o confinamento.
Desfrutando de um cardápio farto, porém não compatível com minhas necessidades, tento me adaptar.
Vivendo entre quatro paredes, respeitando regras e horários, tento sobreviver com equilíbrio e dignidade.
Separada do meu trabalho, dos meus animais, da minha maneira de viver, da liberdade e autonomia que sempre desfrutei, procuro não sucumbir.
Decepada nas minhas raízes, obedecendo a determinações e cumprindo a lei, agonizo.
Nunca, em minha vida, cogitei sair da minha casa, onde eu colhia minhas frutas e verduras o ano todo, onde eu tinha a paz necessária para fazer meu artesanato, onde eu criava minhas vacas, onde, e donde, tirávamos o sustento da família.
Em nenhum momento ninguém se mostrou responsável ou se preocupou com a extensão dos danos causados, só querem tomar posse da minha chácara pelo preço que eles estipularam e “remediar” o local, já que é “quase impossível recuperar”.
E quem perde com isso?
É o povo brasileiro!
Porém não têm dinheiro que pague a vida, os sonhos, os anseios, a felicidade, o amor, a segurança e o sorriso de uma criança de barriga cheia!
Omissões e acidentes criminosos contra o meio ambiente continuam impunes por esse Brasil afora.
Multinacionais continuam envenenando nossa água, nosso solo, nosso ar, nossa saúde.
E os órgãos Municipais competentes o que fazem de concreto?
Usam o evento para ganhar eleição?
Planejam grandes Parques Florestais em área contaminada?
Mandam a gente economizar água para não faltar para as Multinacionais envenenarem?’’

Ciomara de Jesus Rodrigues
Moradora do Recanto dos Pássaros há 32 anos

domingo, 3 de fevereiro de 2008

 

OUTRA VEZ....

SOLIDÃOSAUDADES
SAUDADES
SAUDADES!!!!!!
minha moto na MINHA estradinha!!!!
52 anos usurpados de mim!!!
...CÃES IMUNDOS...
...ASSASSINOS!!!!!
eu queria minha vida de volta!
...eu queria minha paz outra vez!
...eu queria poder ser feliz de novo!


TÚNEL DO TEMPO!!!!!!!!!!!!

do Jornal Todo Dia. 2003!!!!
www.tododia.com.br
5ª feira 10 de abril de 2003.
RECANTO DOS PÁSSAROS
Prefeitura entra com ação na Justiça Administração de Paulínia quer que famílias deixem o Recanto dos Pássaros em, no máximo, 24 horas
Da Redação - Paulínia
A Prefeitura de Paulínia ingressou na Justiça com uma petição de AÇÃO CAUTELAR INOMINADA para conseguir a desocupação do Recanto dos Pássaros pelas três famílias que ainda permanecem no local.
A medida foi tomada como precaução à saúde pública e em função do descumprimento da ordem judicial vencida na segunda-feira para desocupação da área.
A ação foi protocolada ontem no Fórum, com pedido de liminar para desocupação do imóvel em 24 horas.
“As negociações com os poucos moradores que ainda habitam o local continuam”, disse a última nota oficial da Shell, empresa acusada de contaminar a área, que até o momento está arcando com a despesa de duas famílias abrigadas em um hotel da cidade.
Das três famílias que permanecem no Recanto dos Pássaros, uma delas está em negociação, a segunda não entrou em acordo e a outra família (de Ciomara) não pensa em sair do local alegando não acreditar na contaminação.
A ação da prefeitura foi impetrada contra as famílias de Ciomara de Jesus Rodrigues, Jerônima Maria de Jesus Borges e Rogério Marcon.
Além de pedir a concessão de liminar, a prefeitura solicita à Justiça que as famílias sejam retiradas no prazo de 24 horas a contar do julgamento do pedido.
Pede também o auxílio de força policial para que a liminar concedida seja rigorosamente cumprida.
Até o final da tarde de ontem, não havia nenhuma informação na Secretaria de Negócios Jurídicos da prefeitura sobre a possível concessão de liminar.
Da mesma maneira, por volta das 17h, as famílias ainda permaneciam no Recanto dos Pássaros.
Independente da concessão de liminar, a prefeitura espera que a ação seja julgada totalmente procedente para que a decisão seja considerada definitiva.
Já a Shell não se pronunciou sobre a ação.
A Assessoria de Imprensa da empresa apenas confirmou que um hotel continua disponibilizado caso as famílias resolvam transferir-se do bairro.
“A Shell colocou à disposição daqueles moradores a hospedagem no hotel pelo tempo que perdurar a vigência da decisão judicial ou até que sejam fechadas as demais negociações de aquisição das propriedades”, informou a nota da Shell.
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POIS É!!!!!!!
...lembra quando eu escrevi que eu fui obrigada sair da minha casa sob ameaça de ser " removida com força policial"?
...então, tá aí.
...saiu no Correio Popular também!
...e, como vcs. podem ver, eu não acreditava na contaminação, achava que era tudo Política.
Eu acreditava nas pessoas da Shell quando elas me diziam, sempre,
que não era necessário sair do local, que a contaminação era mínima e
não fazia mal para a saúde de ninguém...

Sexta-feira, Julho 27, 2007

devagar e sempre....

"Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo de ficar parado.


Provérbio Chinês


Agora, pense e responda francamente:

Sua vida se move devagar?
Não se preocupe com a velocidade com a qual as coisas acontecem. Preocupe-se primeiro com a direção.
Busque seu sonho e continue caminhando, continue avançando, dia após dia.
Velocidade só importa quando a direção esta certa.
E você, no fundo, sabe qual a direção certa.


Direção é MUITO mais importante que velocidade


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